quinta-feira, 31 de março de 2011

A Biblioteca de Zoran Živković


Opinião: Penso que soube da existência deste livro ao ler uma crítica no blog Estante de Livros. Um livro com contos sobre livros e bibliotecas? Siiiiiiim! Um livro recomendado para todos os bibliófilos, que possivelmente até se poderão reconhecer nagumas situações descritas.

Noutas, mais tocadas pelo absurdo, nem tanto - mas lá que as acompanhei com um certo humor... Os personagens podem ou não ter consciência da situação curiosa em que estão, mas sem dúvida que os livros são quase sempre o cerne da questão. Algumas coisas poderão soar um pouco datadas, como a referência aos e-books, mas nada de especial.

Alguns contos podem saber a pouco, penso eu, pois a ideia desenvolvida é tão deliciosa que até é pena não a podermos degustar mais um pouco. Um última nota para os finais dos contos, que acabaram por ser aquilo que quanto a mim destacavam ou não um conto.

A biblioteca virtual - em que o protagonista decobre uma página da internet que afirma ter tudo sobre livros e autores, passados e futuros...

A biblioteca particular - que faria qualquer um de nós se decobrisse que, sempre que se abrisse a caixa do correio, se recebia um livro diferente?

A biblioteca nocturna - um bibliófilo, com a perspectiva de passar o fim de semana sem nada para ler, passa pela biblioteca na hora de fecho, e vai encontrar uma biblioteca dos livros das nossas vidas.

A biblioteca infernal - que ideia provocante, esta. Mas duvido que com um Inferno destes eu fosse lá parar. :P

A biblioteca minimal - uma boa ideia também, com uma premissa parecida com a do primeiro conto. Mas gostei do final.

A biblioteca requintada - oh, este também tem uma ideia muito boa, com um final muito à "pescadinha de rabo na boca", giríssimo.

Título original: Biblioteka (2002)

Páginas: 104

Editora: Cavalo de Ferro

Tradutora: Arijana Medvedec

terça-feira, 29 de março de 2011

Firelight, Sophie Jordan

I'm submitting this book to the 2011 Debut Author Challenge, hosted by The Story Siren. This book is also my "Dragons" book for the 2011 Fantasy Reading Challenge.

Description/Sinopse

Review: Jacinda is a draki - she can transform into dragon-like creature, which are almost extinct due to the greedy Hunters, So each draki pride lives by itself, with a set of rules, like just flying at night. Jacinda breaks that rule and almost gets hunted; and as her mother knows what will happen if they remain in the pride, they run away.

The book starts and ends with an action scene, with some explaining later, and it actually works. When Jacinda gets in trouble she and her twin, Tamra, go with their mom to a far deserted place. Which is ok for the latter two (they can't transform into draki), but not for Jacinda, as she loves what she is and loves being a part of the pride.

This was the core of the book for me, that "me vs. the world" feeling. Jacinda is at a crossroads, between the loyalty to her pride, or to her family, and doing what is expected of her. It gets harder to choose when Will, a boy-hunter that spared her as a draki, shows up, as he lives in the city Jacinda ends up.

The romantic developments with Will happen more in the final part of the book, and they bring down the final scene, but in a bigger part of the book this boy is another thing on Jacinda's crossroads. I thought that the romance has as much, or maybe less, importante as Jacinda's conflicts with her mother and sister. There's a lot of misunderstanding and lack of conversation between these three, which leads to many rebellious and indecisive actions by Jacinda.

It's the strong point of the book for me - whoever has been a teen may understand some attitudes and situations Jacinda gets into. Whoever has been beyond their teen years may get annoyed at her. Speaking for myself, I balanced between both.

Opinião: A Jacinda é uma draki - pode-se transformar numa espécie de dragão. Estes seres estão "em vias de extinção", devido à perseguição gananciosa dos caçadores. Então cada pride (a wikipedia diz-me que é como que uma alcateia de leões) vive recluso e com um conjunto de regras que inclui apenas voar à noite. A Jacinda quebra essa regra e é quase apanhada; e como a mãe sabe o que acontecerá se continuarem no pride, elas fogem.

A história começa e acaba com uma cena mais de acção, só depois havendo lugar para explicações, o que até funciona neste livro. A Jacinda mete-se em sarilhos e então a mãe decide levá-la e à irmã gémea, a Tamra, para um lugar longínquo e desértico. O que está bem para ambas, que não podem transformar-se em draki, mas não para a Jacinda, que adora o que é e que adora pertencer ao pride.

Para mim este foi o cerne do livro - aquele sentimento adolescente de "me vs. the world". A Jacinda vê-se numa encruzilhada, entre a lealdade ao pride ou à família, e fazer aquilo que esperam dela. Ainda para mais quando entra em cena o Will, um rapaz-caçador que a salvou enquanto draki, e que coincidentalmente até vive na cidade aonde a Jacinda vai parar.

A relação com o Will propriamente dita só acontece mais para o fim do livro, e acaba por precipitar o final, mas numa boa parte do livro o rapaz acaba por ser mais um dos factores a preocupar a Jacinda. Achei que a relação amorosa acaba por ter tanto ou menos destaque como a relação conflituosa da Jacinda com a mãe e a irmã. Há muito incompreensão e falta de uma boa conversa entre aquelas três, o que leva a muitas atitudes de revolta e indecisão da Jacinda por todo o livro.

É, quanto a mim, o ponto forte do livro - quem já tenha sido adolescente pode rever-se em parte nalgumas situações e atitudes da Jacinda. Quem já ultrapassou essa fase vai com certeza irritar-se com a mesma atitude adolescente. Falando por mim, balancei-me entre ambos.

Pages/Páginas: 336

Publisher/Editora: Harper Teen (HarperCollins)

domingo, 27 de março de 2011

Onde é que eu já vi isto?

Mais trocas e baldrocas. *roll eyes* Sei que provavelmente não são de propósito, mas parece haver um tema em mente quando se está a preparar a capa de um livro, e inevitavelmente há de haver o uso da mesma imagem em livros diferentes, de editores diferentes e países diferentes. (Isto agora fez-me pensar na teoria do caos.)

Primeiro temos a edição portuguesa de Evernight, da Claudia Gray, publicada o ano passado, e Thyla, de Kate Gordon, uma autora australiana, que está prestes a sair. Mudaram a cor dos olhos, mas a modelo é a mesma.


Depois temos As Esquinas do Tempo, da Rosa Lobato de Faria, que partilha a modelo da foto usada com Silk, de Penny Jordan e The Piano Teacher, de Janice Y.K. Lee. Devo dizer que este último tem uma capa no mínimo... estranha. Aquelas florzinhas no friso em baixo não combinam nada com o resto da capa.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Uma Bruxa em Apuros, Kim Harrison

This book is my "Witches/Wizards" book for the 2011 Fantasy Reading Challenge. Looking for the english review? Scroll down, please.

Sinopse/Description

Opinião: Se a Fantasia Urbana fosse definida pela quantidade de sarilhos em que a heroína se mete, a Rachel Morgan era a rainha do género. Caramba, a rapariga mete-se em cada alhada... Não que não tenha sido divertido acompanhar as suas aventuras.

A Rachel é uma bruxa que trabalha na SI, a polícia dos seres sobrenaturais neste mundo, e tem vindo a ser destacada para casos menores. Decide despedir-se, mas consigo despede-se uma das melhores agentes do SI, o que pôe Rachel na lista negra...

Honestamente, no início foi um pouco difícil entrar neste livro, penso que devido à escrita/à maneira como a autora narra as coisas. O primeiro capítulo foi algo confuso, e nos seguintes a autora, através da voz narrativa na 1ª pessoa da Rachel, dá-nos algo entre worldbuilding e info dump (ainda não me decidi). No entanto, a história por trás deste mundo até tem uma vertente muito curiosa e interessante.

Felizmente a partir daí a história apanha o ritmo e melhora muito, e dei por mim a ler vorazmente o livro para ver como acabava. O livro introduz algumas coisas que imagino que só vão ser desenvolvidas no (s) próximo (s) livro (s), mas também resolve os enredos mais prementes mesmo até ao fim. Além de que nos apresenta alguns personagens prometedores - o Jenks, o Trent Kalamack, o Edden da DFI, a própria Rachel.

Destaque para a edição - a capa está tão gira com estes acabamentos brilhantes (eu sou uma perdida por estas coisas); e o design das páginas de rosto também está muito interessante.

Review: If Urban Fantasy were defined by the amount of trouble the heroine gets in, Rachel Morgan would be the queen of it. This girl gets into so much trouble... Although it was certainly fun to follow her adventures.

Rachel is a witch that works in IS, a police agency that patrols the supernatural beings, and she has been doing lesser work. She decides to quit, but one of the top agents at IS quits with her, which puts Rachel on IS's black list…

It was a bit hard to get into this book at first, thanks to the way the author writes. The first chapter was a bit confusing, and in the following chapters she does something between worldbuilding and info dump (I haven't decided which one yet). Though the back story in quite interesting, actually.

Fortunately the story picks up the pace and it gets much better, and I found myself reading voraciously to see how it ended. This book introduces things I'm sure will be developed in the next installments, but it also unravels the pressing plot points. Besides, it introduces some promising characters - Jenks, Trent Kalamack, Edden from FIB, and Rachel herself.

Título original/original title: Dead Witch Walking (2004)

Páginas/Pages: 384

Editora/Publisher: Saída de Emergência

Tradutora/Translator: Rita Guerra

segunda-feira, 21 de março de 2011

A Promessa de Kushiel


Opinião: Correndo o risco de me repetir, encontrei aqui tudo aquilo que adoro nesta escritora - worldbuilding, os personagens deliciosos, o enredo cheio de intriga e reviravolta, a escrita lírica e a linguagem de outro mundo.

A história começa no momento imediatamente a seguir à história do livro anterior, A Eleita de Kushiel, ou não correspondessem estes dois livros ao original, Kushiel's Chosen. Só digo que a Phèdre se mete em novos sarilhos e explora novos locais que gostei muito de conhecer.

Uma consequência mais chata de conhecermos estes novos locais e novos personagens é que não vemos o suficiente de alguns personagens mais antigos, mas devo dizer que aquilo que de facto vemos é deveras interessante.

O fim foi bastante emocionante e fecha o ciclo, isto é, o livro, mas faz uma pequena referência que permite adivinhar algo sobre o 3º livro da trilogia (o 5º/6º em português), tal como ja havia acontecido antes, no fim do 1º (2º em português).

E bem, esta é a parte da opinião em que eu me queixo do difícil que isto é, dar uma opinião dum livro que adorámos mas do qual não queremos fazer spoilers. Só digo, dêem uma oportunidade a Jacqueline Carey, quem sabe não ficam também encantados por este mundo.

Título original: Kushiel's Chosen [corresponde à 2ª parte do original] (2002)

Páginas: 360

Editora: Saída de Emergência

Tradutora: Teresa Martins de Carvalho

sábado, 19 de março de 2011

Même Literário

  
1 - Creio que esse seria provavelmente Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Pelo menos penso que foi o livro que li mais vezes.

2 - Um só? Seriously? Esta é um pouco difícil. Acho que vou com O Senhor dos Anéis. Sei que é publicado como uma trilogia, mas originalmente o Tolkien concebeu-o como um único livro, portanto... ^^

3 - Uma pérola fantástica que acho que devia ser lida por mais gente - a série Kushiel, de Jacqueline Carey.

4 - Ora bem, se estiverem a ler, desafio-vos:

5 - Bem, na verdade foram 4... :P

sexta-feira, 18 de março de 2011

Citações

Boas, dado que tenho andado um pouco assoberbada com trabalho da faculdade, venho deixar aqui um post rápido, com um par de citações do livro que ando a ler...
"Coisa sinistra, esperar contra toda a esperança." pág. 18

"Não são como nós, que não podemos esquecer." pág. 35
De: A Promessa de Kushiel, Jacqueline Carey, Saída de Emergência

Junto um par de citações de um livro favorito, no qual tenho andado a pensar. Talvez o leia em breve. Junto também algumas capas que me chamaram a atenção numa pesquisa no Google.
I can listen no longer in silence. I must speak to you by such means as are within my reach. You pierce my soul. I am half agony, half hope. Tell me not that I am too late, that such precious feelings are gone for ever. I offer myself to you again with a heart even more your own than when you almost broke it, eight years and a half ago. Dare not say that man forgets sooner than woman, that his love has an earlier death. I have loved none but you. Unjust I may have been, weak and resentful I have been, but never inconstant. You alone have brought me to Bath. For you alone, I think and plan. Have you not seen this? Can you fail to have understood my wishes? I had not waited even these ten days, could I have read your feelings, as I think you must have penetrated mine. I can hardly write. I am every instant hearing something which overpowers me. You sink your voice, but I can distinguish the tones of that voice when they would be lost on others. Too good, too excellent creature! You do us justice, indeed. You do believe that there is true attachment and constancy among men. Believe it to be most fervent, most undeviating, in F. W.
I must go, uncertain of my fate; but I shall return hither, or follow your party, as soon as possible. A word, a look, will be enough to decide whether I enter your father's house this evening or never.
Captain Wentworth to Anne Elliot
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"Oh!" cried Anne eagerly, "I hope I do justice to all that is felt by you, and by those who resemble you. God forbid that I should undervalue the warm and faithful feelings of any of my fellow-creatures! I should deserve utter contempt if I dared to suppose that true attachment and constancy were known only by woman. No, I believe you capable of everything great and good in your married lives. I believe you equal to every important exertion, and to every domestic forbearance, so long as--if I may be allowed the expression--so long as you have an object. I mean while the woman you love lives, and lives for you. All the privilege I claim for my own sex (it is not a very enviable one; you need not covet it), is that of loving longest, when existence or when hope is gone."
Via Goodreads: Persuasão, Jane Austen

segunda-feira, 14 de março de 2011

The Iron King, Julie Kagawa

I'm submitting this book to the 2011 Debut Author Challenge, hosted by The Story Siren.


Review: I'm not sure what I expected when I started this book, but it sure wasn't what I got. Julie Kagawa creates a faery world that captivated me, with some well-known aspects of faery while creating her own unique world. I loved her little literary references incorporated into the story.

We have the Summer faery court, ruled by Oberon and Titania, with a certain subject named Puck - we can recognize them from A Midsummer Night's Dream from Shakespeare. We have the faery Winter court ruled by Queen Mab. Even the way Meghan enters in Faeryland reminds me of The Lion, the Witch and the Wardrobe, and Meghan first moments in Faeryland reminded me of Alice in Wonderland. Speaking of which, Grimalkin reminded me of the Cheshire Cat. Is it bad, so many winks at other authors? For me, not really, since I loved spotting them out (and I started to miss reading some of them).

The plot made me devour this book, and the final few chapters got me really invested as it hasn't happened to me in a while. I loved the characters, and mainly Grimalkin (love cats! especially talking cats), and Ash and Puck, two guys that are likely to annoy the hell out of each other in the rest of the series. Not that I complain, since they ended up being in some of the most funny moments in this book - besides every scene Grimalkin is a part of.

It's very telling that, despite my recent growing annoyance at love triangles, I ended up loving every side of it. The slow build up had certainly something to do with it. As it did the fact that one, possibly two sides of this triangle are oblivious to the feelings of one of them. It's so much more fun when some characters are unable to see what's right in front of them. Well, I'll shut up know, since I'm on borderline spoiler.

Summing up, I loved it! I adored the worldbuilding, the literary references, the characters, the plot… everything? And I loved the cover, with its engravings, and the drawings at the beginning of each chapter.

Opinião: Não sei bem do que estava à espera quando comecei este livro, mas não era com certeza disto. A Julie Kagawa cria aqui um mundo féerico que me cativou, com aspectos reconhecíveis ao mesmo tempo que criou o seu próprio mundo. Adorei o pormenor da autora pegar em pequenas referências literárias e incorporá-las no livro.

Temos por exemplo a corte féerica do Verão, regida por Oberon e Titânia, e da qual faz parte um certo personagem chamado Puck - podemos reconhecê-los da peça Um Sonho de Uma Noite de Verão, de Shakespeare. Temos a corte féerica de Inverno, regida pela rainha Mab. Até a maneira como a Meghan entra em Faeryland lembra-me de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, e os momentos iniciais de Meghan em Faeryland lembraram-me Alice e o País das Maravilhas. E por falar nisso, o Grimalkin fez-me pensar no Gato de Cheshire.

Por outro lado, os dois personagens principais masculinos, Ash e Puck, lembraram-me estranhamente de Kirtash e Jack, dos livros das Memórias de Idhun de Laura Gallego García (se bem que tenho consciência que esta autora não deve ser muito conhecida nos EUA, aqui foi só mais uma associação que fiz do que ser uma referência deliberada da autora). É isto mau, tantos piscares de olhos a outros autores? Para mim não, já que adorei descobri-los (e ficar com saudades de ler alguns livros).

O enredo fez-me devorar o livro, e o capítulos finais deixaram-me "vidrada" como há muito tempo não ficava. As personagens deliciaram-me, com destaque para Grimalkin (adoro gatos! gatos falantes então...), e Ash e Puck, que prometem andar às turras no resto da série. Não que me queixe, aliás, os embirranços entre eles proporcionaram-me alguns dos momentos mais divertidos do livro, juntamente com qualquer cena em que o Grimalkin apareça.

O facto de que, apesar da minha crescente irritação com triângulos amorosos, eu até ter adorado os três lados deste, diz muito. A construção deste aspecto é feita com mais calma, em vez de acontecer tudo num repente, e isso fez diferença para mim. Também não sou indiferente ao facto de um, possivelmente dois lados do triângulos não se terem dado conta dos sentimentos de um deles. É tão mais divertido quando alguns personagens não vêem aquilo que está à frente deles. E bom, vou-me calar, que isto já está no limite de ser spoiler.

Em resumo, adorei, apreciei o worldbuilding, as referências literárias, os personagens, o enredo... tudo? E ainda adorei a capa, com os relevos, e os desenhos no início de cada capítulo.

Pages/Páginas: 384

Publisher/Editora: Mira Books

sexta-feira, 11 de março de 2011

Onde é que eu já vi isto?

Bem, tenho andado um pouco ocupada com as coisas da faculdade, por isso atrasei-me na presente leitura e ainda não posso deixar a minha opinião, mas venho deixar aqui um post com mais algumas "coincidências" de capas de livros... Devo dar o crédito a quem de direito, estas capas semelhantes foram inspiradas pelos comentários da Ana C. Nunes do blog Floresta de Livros no post anterior.

O primeiro caso é o do Beijo Gelado da Richelle Mead (esquerda), publicado pela Contraponto em Maio, creio eu, do ano passado, e o Carmilla do Sheridan Le Fanu (direita), publicado pela Quadra no fim de 2010. História verdadeira, cheguei a pegar no Carmilla na livraria a pensar que era o Beijo Gelado.

Well, since I've been a bit busy with stuff for college, I'm not able to post a review for the book I'm reading, but I'll be presenting today two cases of book cover "coincidences".

The first case of the "coincidences" I have to present today is of the Portuguese editions of Frostbite by Richelle Mead (left) and Carmilla by Sheridan Le Fanu (right). True story, I once grabbed Carmilla in the book store thinking it was Frostbite.


O outro caso a apresentar é de livros publicados pela mesma editora, a Saída de Emergência. São A Musa de Camões de Maria Helena Ventura (esquerda) e O Nó do Amor de Elizabeth Chadwick (direita). Curiosamente as trocas e baldrocas são tais que as capas são similares à edição original de Shadows and Strongholds da Elizabeth Chadwick (baixo), que em Portugal foi publicado pela mesma editora sob o título de Sombras e Fortalezas com uma capa diferente.

The other case I'm presenting is of two books published by the same publisher, one is a book (left) by a Portuguese author, Maria Helena Ventura, called A Musa de Camões (something like Camões' Muse); the other is the Portuguese edition of The Love Knot (right) by Elizabeth Chadwick. Interesting enough, these covers are similar to the English cover of Shadows and Strongholds (down), another book by Elizabeth Chadwick, that was also published in Portugal by the same publisher, only with a different cover.


É tudo por hoje. Quem sabe volto com mais coincidências em breve.

That's all, folks. Who knows, I might be back soon with some other "coincidences".

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ajuda - Book Depository

Eu que pensava que já tinha percebido tudo sobre como o BD funcionava e afinal fiquei completamente pendurada com uma coisa. Achei melhor ver se alguém me sabe explicar isto antes de começar a dizer mal deles por prometerem muito e cumprirem pouco. Há uns tempos eles mandaram-me um mail com um cupão que permitia fazer uma compra com 10% de desconto; só tinha de colocar o código do cupão na caixa "Coupon Code".

Agora a minha pergunta é... ONDE DIABOS É A CAIXA "COUPON CODE"??? Vou à página do cesto de compras e não a vejo, peço para fazer Checkout e vou parar à página da escolha de pagamento, mas nada dessa elusiva caixinha... A página seguinte que me aparecesse se eu avançasse na compra era a de já ter feito a mesma, por isso não avancei...

Agradeço desde já se alguém mais habituado a estas lides me possa ajudar. ;)

terça-feira, 8 de março de 2011

A Eleita de Kushiel de Jacqueline Carey


Opinião: Ler este livro foi como voltar a casa. Nem me tinha dado conta de quantas saudades tinha deste mundo; e voltei a escorregar sem dificuldade para os seus meandros. Os pontos fortes da autora continuam lá, como a sua escrita deliciosa, maravilhosa e algo lírica; ou a sua capacidade de worldbuilding que se manifesta num mundo em que acabamos a desejar viver; ou a sua capacidade de abordar a sexualidade sem preconceitos; ou até a sua capacidade de desenvolver uma intriga que nos faz devorar as páginas.

Agora que já cantei as qualidades da autora, fiquei sem nada para dizer. Ou melhor, tenho muito a dizer sobre o enredo e os personagens, mas temo deixar aqui uns fortes spoilers. Vou tentar evitá-los. Para quem já leu o 1º volume, ou os primeiros dois em português, posso dizer que a situação revelada no fim é desenvolvida, pois a Phèdre podia lá ficar quieta?

O enredo desenvolve-se delirantemente a partir daí, com parte da história passando-se em Terre D'Ange, onde se pode matar saudades de alguns personagens favoritos e das peculiaridades dos D'Angelines; a outra parte passa por La Sereníssima, em que podemos conhecer outro tipo de sociedade diferentes dos D'Angelines, mas igualmente bem descrita.

Uma coisa que me deixou um pouco frustrada foram a Phèdre e o Joscelin. Adorei segui-los no (s) livro (s) anteriores, e foi muito divertido segui-los, mas este eles passaram-no a discutir, tanto que a certa altura só me apetecia bater as suas teimosas cabeças uma contra a outra até ganharem juizo. Eles adoram-se, mas não conseguem ultrapassar as suas diferenças, e isso acaba por os separar quando deviam, digamos, ter uma frente unida.

Quanto ao fim... Bem, só digo que ainda bem que esperei que o volume seguinte saísse, senão estaria a retorcer-me de curiosidade sobre o desenrolar da, digamos, situação final. Agora só me resta esperar pela encomenda.

Título original: Kushiel's Chosen [corresponde à 1ª parte do original] (2002)

Páginas: 368

Editora: Saída de Emergência

Tradutora: Teresa Martins de Carvalho

sexta-feira, 4 de março de 2011

Revista Bang! 9 Parte II

(continuando...)

Os negros anos-luz de Terry James, por Pedro Piedade Marques - interessante continuar a conhecer algumas capas inusitadas de FC. Gostava de poder ver as capas que são referidas no texto mas cuja imagem não aparece no artigo (será que há algum site que permite consultá-las?). Para mim o que me afastou deste artigo um pouco foi o facto de ser sobre capas criadas nos anos 60-70 (são mais velhas que eu! :P).

Espelho Negro, de R. A. Salvatore - gostei. Imagino, pelas referências feitas, que seja um conto que se passe posteriormente à trilogia Icewind Dale de Forgotten Realms. É um conto longo, mas que não custou nada a ler, pelo contrário, pois a voz narrativa na 1ª pessoa do Drizzt cativou-me para a história, intercalada com os seus pensamentos e reflexões.

Os Livros das Minhas Vidas, por David Soares - foi curioso encontrar pontos em comum nas leituras do David Soares e nas minhas. Também eu comecei a ler com BDs da Disney, e também tenho um livro que ele refere, que é muito giro, chamado O Grande Livro do Maravilhoso e do Fantástico. Comprei-o há uns anos numa feira de velharias e nem sabia bem a preciosidade que tinha nas mãos.

Desenhar o Irrepresentável: Lovecraft na BD, por João Lameiras - provavelmente este ano iniciar-me-ei nas histórias deste escritor cujo imaginário inspira tanta gente a criar novas histórias, e imagens, se bem que agora fiquei sedenta de um artigo que referenciasse autores e livros que não do domínio BD e que se tenham inspirado neste autor.

A Arquitectura do Futuro e o Futuro da Arquitectura, por Pedro Gadanho - um artigo que faz a relação entre Ficção Científica e Arquitectura. Pareceu-me que andou um pouco às voltas a repetir a mesma ideia e que uma ajuda visual mais completa às comparações que são feitas no texto podia melhorar a leitura deste artigo. Mas expõe uma ideia interessante.

Távola Redonda, Quatro tradutores partilham as suas experiências de tradução, texto e entrevistas, por Safaa Dib - tradutores, esses artistas invisíveis (a maior parte das vezes), aqui vos presto a minha homenagem. Se eu não me queixar numa crítica da tradução, é porque ficou boa e "invisível" ao leitor. Artigo muito interessante para dar a conhecer aos leitores alguns pontos de vista dos tradutores.

Em seguida vêm as críticas, a recomendação de um colaborador da Fnac e as "Novidades Fantásticas do Próximo Trimestre" - este apontamento não me deu tantas novidades como na revista anterior, já que eu ando sempre à cata destas coisas pela blogosfera. A única novidade para mim foi a publicação de A Great and Terrible Beauty, de Libba Bray, pela Gailivro. Ontem descobri a tradução do título - Uma Grandiosa e Terrível Beleza. Estou um bocado desapontada com o título. Não culpo o tradutor ou a editora por este título, pois não há outra maneira de o traduzir, mas culpo a minha língua, que não sei porquê não me consegue fazer evocar os sentimentos que o título em inglês consegue.

O grafismo da revista continua muito interessante e adorei as imagens escolhidas para acompanhar os contos desta edição. O artigo do Lovecraft na BD é que me deixou um pouco à nora, porque o fundo preto à luz fazia reflexos, e na altura em que estava a ler andei a fazer uns malabarismos para conseguir ler sem os mesmos. Eu sei, é esquisitice minha, porque o fundo preto dava um ar fantástico (quando não haviam reflexos xD). Destaque ainda para a divulgação da capa do novo livro da Robin Hobb. Gostei, porque tem um Aragorn feel (o filme d'O Regresso do Rei, anyone?).

quinta-feira, 3 de março de 2011

Revista Bang! 9 Parte I

E cerca de três ou quatro meses depois, lá me encontro a ler a Bang! 9. Se a revista anterior continha uma capa chamativa, esta não lhe fica atrás. A contracapa contém um anúncio para a colecção Bang! muito giro, mas sou parcial, porque gosto muito do grafismo dos anúncios que a editora põe nos seus catálogos e afins. Abrindo a revista, o índice dá uma ideia geral do conteúdo e o Editorial dá o pontapé inicial da leitura. (Gostei da menção a Tigana, de Guy Gavriel Kay. Será demais pensar que este livro está para breve?)

Gostei da escolha do ilustrador da capa, Tiago da Silva, e gostei de conhecer melhor a sua arte. De seguida, um resumo das novidades da Saída de Emergência pelo editor - com destaque para alguns livros saídos entre Janeiro e Março deste ano. Gostei de ver a menção ao 4º livro da Jaqueline Carey, e das novidades futuras - destaque para A Corte do Ar, de Stephen Hunt, e Acácia, de David Anthony Durham.

Os Mundos Imaginários do Fantástico Português (2ª parte), por António de Macedo - gostei de continuar a ler este texto, pois dá-nos a conhecer uma espécie de cronologia do fantástico em Portugal, e desta vez fiquei mais por dentro das referências porque estas abrangiam o século XIX e XX. Foi interessante conhecer mais a fundo vários textos com teor fantástico.

O ano dos fantasmas e dos demónios - CInema Fantástico Japonês, por Safaa Dib - curioso artigo, e curioso tema, mas sobre o qual não sei nada (cinema japonês). No entanto, fica a sugestão quando me quiser iniciar no mesmo.

A Invasão, de Anderson Santos - adorei ler este conto distópico, sobre uma invasão alienígena, com alguma crítica social à mistura e um sentimento de desgraça iminente à medida que lemos.

Os Crisântemos Africanos, de Jorge Palinhos - também gostei muito, o conto encaminha-se para um final ligeiramente previsível, mas foi muito cativante a nível narrativo.

"Eu e a fantasia temos uma longa história", por George R. R. Martin - foi interessante ver de onde vem este senhor como autor, entever algumas das suas influências e como começou a escrever. Parece que este texto vai ser incorporado na retrospectiva, a publicar, do autor - penso que é um livro com alguns dos seus contos.

Memorial, de Elizabeth Bear - este conto não fez nada por mim. Enrola tanto que quando o conto começa a ficar interessante acaba. Além disso a descrição da Chalcedony confundiu-me um bocado e não consegui ter uma imagem clara da mesma. A ideia é bonita, mas a execução não me cativou.

Vida Noutros Planetas, por Stephen Hunt - artigo do autor a partilhar a sua experiência com o fandom de FC, falando dos eventos (convenções, aliás) a que assistiu, tanto como fã ou como autor.

(Continua... amanhã.)

terça-feira, 1 de março de 2011

Filosofia em Directo, Desidério Murcho


Opinião: Um comentário curto sobre este curto livro (um ensaio, penso). Curiosamente acho que aprendi mais com este livro sobre o pensamento filosófico do que em dois anos no secundário. O autor pega em vários temas - Democracia, Liberdade, ... -, e a cada tema faz corresponder a um capítulo; e depois vai desenvolvendo um raciocínio sobre cada tema, dando primeiro as ideias "erradas" em que se pode cair e depois refutando-as, sempre com o tal raciocínio filosófico. 

O livro acaba por ter um fio condutor de raciocínio que liga mais ou menos cada capítulo. Aconselho portanto a ler cada capítulo todo de uma vez, para não se perder o fio à meada, por assim dizer. É interessante para aprender a pensar "filosoficamente" e evitar cair em alguns lugares-comuns relacionados com os temas em questão. É bom para quem queira melhorar o seu conhecimento do processo filosófico, e relativamente acessível ao leigo.

Páginas: 104

Editora: Fundação Francisco Manuel dos Santos, com colaboração de Relógio D'Água Editores