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domingo, 19 de abril de 2015

Curtas: Colecção 75 Anos de Batman #4-6

Batman: Asilo Arkham, Grant Morrison, Dave McKean
É uma sensação singular opinar sobre este livro. Consigo apreciar o trabalho envolvido, consigo avaliar a história de um ponto desligado, e até de gostar de certas coisas, mas não sei se é uma coisa que releria, algo que me deixe saudades. Não me provocou emoções, um elemento de ligação, algo que me cativasse e intrigasse particularmente. Não estou habituada a relacionar-me com os livros assim. É desconcertante. Sinto que uma obra tão experimental devia ao menos provocar algum tipo de reacção.

Asilo Arkham conta uma noite passada nesse espaço. Os pacientes do asilo soltaram-se e tomaram conta dele, e exigem que o Batman se venha juntar a eles. (Ideia interessante.) O resultado é uma noite paralisante e inesquecível para o Batman. Intercalada com esta narrativa principal, é-nos contada a origem do asilo, e a história do seu fundador, o Dr. Arkham.

Esta não é uma história típica do Batman, pela tensão a que o submete, a exposição aos seus demónios e aos do asilo. A própria casa onde a acção decorre é quase uma personagem, e o percurso por esta ao longo da noite está recheado de momentos com um certo simbolismo, pequenos detalhes que pedem para ser interpretados e montados.

Foram pontos interessantes de explorar, e gostei de tentar perceber o subtexto, e de acompanhar a história por trás do asilo; mas confunde-me por vezes ler este tipo de histórias, em que eu não sei se o simbolismo é tão acessível que eu percebi tudo, ou tão complicado que eu não percebi nada. Lendo opiniões de outras pessoas no Goodreads, apontam coisas que a mim me pareceram óbvias, o que me fez perguntar se não estava a perder alguma coisa mais profunda. Ou seja, a história em si é capaz de ser um bocadinho pretensiosa no modo como expõe as suas ideias, o que por sua vez obscura o seu objectivo.

A arte é impressionante, particularmente pela combinação de meios, e pela altura em que foi executada, em que imagino que montar certas coisas pedia um esforço e um engenho singulares. Acabei por gostar.

Batman: Gótico, Grant Morrison, Klaus Janson
Esta é uma história também pouco usual para o Batman, mas por uma razão diferente. O vilão deixa uma ambiguidade sobre a sua origem, aparentemente sobrenatural, e essa dúvida que permeia a narrativa, combinada com a atmosfera, dá-lhe o tom gótico do título.

É uma questão estranha de considerar. A história é aparentemente passada nos primeiros tempos do Batman, o que sugere uma inserção na continuidade normal do personagem, mas ao mesmo tempo o aspecto sobrenatural não encaixa bem com ele. Acaba por ser uma história que pede que uma pessoa não pense muito para resultar, o que é o oposto da anterior (ou talvez não), coisa curiosa tendo em conta que partilham o mesmo argumentista.

Pondo reticências de lado, a história acaba por ter o seu fascínio precisamente pelo tom gótico, pela existência de um mal quase impossível de derrotar, de alguém que passou muito tempo a fazer muito mal. Pela presença de mosteiros abandonados e maldições terríveis, mortes violentas e lendas esquecidas. Pelo contraponto entre os percursos do Batman e do seu antagonista.

A arte contribui para a atmosfera gótica, com o seu detalhe, e a palete de cores sóbria e restrita, e ajuda a conjugar o enredo.

Batman: Presa, Doug Moench, Paul Gulacy
Este livro é dos três aquele que tem a história que mais me agradou, provavelmente. É que o Batman enfrenta não só o antagonista, o Dr. Strange, como a atmosfera de hostilidade que este e as circunstâncias geram em Gotham contra o herói. Torna-se um belo desafio para o personagem, e uma forma de examinar os seus motivos.

É uma história que também decorre nos primeiros tempos de Bruce Wayne como Batman, pois há algures uma referência que me parece ser a Batman: Ano Um. Tudo começa quando o Dr. Strange, entrevistado na televisão sobre o Batman, discorre sobre os seus problemas mentais, e o que poderá levá-la a fazer o que faz. Isso faz com que a polícia seja obrigada a formar uma unidade anti-vigilante, o que leva à escalada dos acontecimentos, e com uma ajudinha do Dr. Strange, o virar da opinião pública contra o Batman.

O interessante sobre o Dr. Strange e as suas acções é que ele tem o melhor palpite para descobrir a identidade do Batman. As suas conclusões são certeiras, excepto num ponto que parece descurar, e que o Gordon identifica logo. Chega muito perto de ameaçar verdadeiramente o Batman. E é simplesmente um tipo que passa por psiquiatra mas é mais doido que outra coisa, ao ponto de ser arrepiante, a sua atitude.

Entre as aparições notáveis na história, destacaria o (aqui) capitão Gordon, sempre constante e sólido, ele próprio um herói por resistir à corrupção do dia-a-dia. E a Catwoman, pelas poucas aparições mas que me deixaram curiosa por ver o que ela andava a fazer nesta altura.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Colecção Super-Heróis DC Comics - Volumes 18, 19 e 20

Batman: Outros Mundos, Brian Augustyn, Mike Mignola, Doug Moench, Kelley Jones, Dan Raspler
Este é um volume deveras interessante, pela premissa que as suas historias encerram: expor o protagonista a outros mundos, a coisas que no universo e continuidade regulares o super-herói nunca encontraria.

A primeira história, Gotham by Gaslight, é a minha favorita. Bruce Wayne vive numa Gotham vitoriana, no fim do século XIX, e dá por si a caçar Jack o Estripador, o assassino que depois de aterrorizar Londres pôs os olhos em Gotham. Achei que os paralelismos entre o Bruce vitoriano e o Bruce actual foram bem estabelecidos, e adoro o cenário vitoriano e a presença de Jack o Estripador. Agradou-me muito a arte, e a sua combinação com a cor, dando um estilo algo vívido ao desenho.

A segunda história, Red Rain, é daquelas que uma pessoa haveria de pensar "porque é que ninguém se lembrou disto mais cedo?", porque a associação Batman > morcego > vampiro é quase demasiado óbvia. Mas ao mesmo tempo acho a ideia de um Batman vampírico um bocado tolinha, e por isso não consegui levar a história completamente a sério. Pelo menos conseguiu manter-me a atenção do princípio ao fim. Na arte, não sou a maior fã. Há demasiados rendilhados nos fundos, e não sei se me agradam muito as cores usadas.

A terceira história, Sanctum, achei-a demasiado curta para realmente me cativar. Mas apreciei bastante a arte, na qual já se vê muito do que o autor faz no Hellboy, ou assim mo pareceu, do pouco que conheço do Hellboy.

Super-Homem: Legião dos Super-Heróis, Geoff Johns, Gary Frank
Já tive um vislumbre da Legião dos Super-Heróis, através da Crise nas Terras Infinitas, história também publicada nesta colecção. E gostei imenso de os conhecer melhor. Quero dizer, a Legião tem demasiados integrantes para os conhecer a fundo, mas a história faz um bom trabalho a apresentá-la minimamente, e à sua relação com o Super-Homem.

A história entreve-me e manteve-me entrosada, e adorei o conceito de um grupo de super-heróis de várias origens que se juntam para proteger a galáxia. Gostei ainda do conflito no cerne do enredo, um conflito enraizado nos meandros da Legião e da entrada (ou não) de novos membros. Gostei da arte em geral, mas achei demasiado desconcertante ver a cara do Christopher Reeve no rosto do Super-Homem. Imagino que a ideia era fazer uma homenagem, mas foi algo que me causou estranheza durante toda a história.

Super-Homem e Batman: A Rapariga de Krypton, Jeph Loeb, Michael Turner, Ian Churchill
Não estou familiarizada com a mitologia do Super-Homem, nem conheço por aí além os personagens que o rodeiam, mas diverti-me a conhecer melhor a Kara. Prima do Kal-El, ou Super-Homem, cai na Terra muito depois do previsto (a ideia é que fosse ela a criar o primo), e acaba por ser o SH a ter de lidar com uma primita adolescente.

Gostei bastante de ler sobre a relação que o SH e o Batman têm, as tensões, as piadinhas, e como a aparição da Kara provoca toda uma panóplia de drama entre estes dois. O Bruce, claro, fica logo desconfiadão, enquanto o que SH está mais pronto a aceitá-la. Afinal, não é o último sobrevivente de Krypton.

Sobre a arte, bem, eu já conhecia o artista graças ao primeiro volume da série Witchblade. E há coisas que ele faz muito bem, gosto bastante das caras, por exemplo, que me parecem expressivas. Mas depois o homem tem uma pancada qualquer por tornar roupas normalíssimas em coisas estranhas, pelo menos nas mulheres. A sério, a Kara aparece duas vezes de calças de ganga, e das duas vezes tive vontade de bater com a cabeça nas paredes. Não, as mulheres não usam fatos de banhos como se fossem camisas, e não, não usam cuecas tão lá em cima, nem calças tão cá em baixo. *facepalm* Graças a Deus que não dá para mexer muito no fato da Mulher Maravilha, ou sabe-se lá o que é que ele tinha inventado.

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Gostaria ainda de deixar um breve comentário à colecção toda. Em geral tenho estado a gostar, e fiquei muito contente por ser apresentada a um universo que me era bastante desconhecido... mas estou a encontrar pouca variedade entre os títulos. Eu gosto muito do Batman, mas já chega de Batmans e Super-Homens, o universo DC não tem mais heróis?

E até nos autores escolhidos vejo pouca variedade, há alguns que aparecem logo umas 3 ou 4 vezes, em 20 volumes... não sei, tenho a sensação que a colecção Marvel do ano passado era mais variada, e teve direito a menos volumes (25 no total, esta vai ter mais 10, por isso 30 no total). Entre os títulos da segunda série DC, vejo mais Batman, mais Super-Homem, e repetição de alguns autores... *cof*Geoff Johns*cof*

Isto deu-me que pensar. Gosto muito destas edições, têm sido muito boas e bem trabalhadas, mas tanta repetição fez-me pensar se devia continuar a fazer a colecção. Ainda por cima mudaram de jornal, para o semanário Sol, coisa que me deixou intrigada. Enfim... Sexta-feira logo decido.