sábado, 13 de julho de 2013

Imperfeitos, Scott Westerfeld


Opinião: Tally Youngblood sonha com o dia em que fará 16 anos e poderá deixar de pertencer aos Imperfeitos para se tornar numa Perfeita. Mas no seu último Verão torna-se amiga de Shay, uma rapariga que tem dúvidas em se tornar Perfeita e que foge para evitar a transformação. E Tally vê-se perante um dilema: entregar a amiga ou ficar Imperfeita para sempre...

Pela minha experiência anterior com o autor, as suas histórias não são arrebatadoras, os seus personagens não são nada de especial, mas a sua criação de mundos é fabulosa. O que salva os seus livros, a meu ver, porque tenho alguma dificuldade em gostar de um livro se os personagens não forem bem descritos ou não forem nada de especial. Mas, pelos vistos, um worldbuiding impressionante acaba por me satisfazer ocasionalmente.

E esta sociedade é fascinante. A obsessão com um certo padrão de beleza, com o levar todos na sociedade a aderir ao mesmo, é assustadora e cativante de observar. A maneira como as pessoas são "formatadas" a pensar desta maneira. E depois o seu contraponto, o Fumo, o local para onde aqueles que não se quiseram sujeitar à operação fugiram. Um espaço interessante, com as suas próprias maneiras de sobreviver. Para não falar de que adorei ver o que é sugerido acerca do passado e da sociedade anterior a esta, numa crítica ao modo de vida dos dias de hoje.

Tally, como protagonista, não aparenta ser merecedora desse estatuto. Engole demasiado facilmente a propaganda dos Perfeitos, e só consegue pensar em tornar-se uma. Mas ao chegar ao Fumo a sua perspectiva muda um bocadinho, e creio que acaba por mudar de ideias. Dá para ver uma certa evolução na sua postura. Acabei por gostar mais dela no fim.

Há muitos outros aspectos que gostaria de mencionar, mas na verdade o autor não os desenvolveu o suficiente para eu ter uma ideia clara do que pensar acerca deles ou o que esperar nos próximos livros. Acho que vou ver como as coisas se desenrolam antes de me pronunciar.

O fim traz uma reviravolta engraçada, e algo irónica, por colocar a Tally numa posição inesperada, desesperada e que desafia aquilo em que acreditava. É um fim a tender para o cliffhanger, mas suportável até ler o próximo livro - e deixou-me tremendamente curiosa acerca de como a história vai evoluir.

Título original: Uglies (2005)

Páginas: 336

Editora: Vogais e Companhia

Tradução: Carla Nunes

3 comentários:

  1. Selo xD http://girlinchaiselongue.blogspot.pt/2013/07/viajando-na-leitura-selinho.html

    Quanto ao livro, senti as minhas expectativas goradas mas também já li tanta distopia que não sei se o tivesse lido mais cedo senão teria gostado mais...

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    1. Obrigada! Vou ver quando é que tenho um tempinho para tratar dele... ;)

      Eu não tinha muitas expectativas, acho eu, por isso agradou-me, pelo menos o suficiente para querer continuar. :)

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  2. Gostei do livro, mas até hoje ainda não consegui interesse suficiente para continuar a ler a série :P

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