Batwoman vol.5: Webs, Marc Andreyko, Jeremy Haun, Trevor McCarthy, Guy Major
Bem, não sei bem o que dizer. Quero dizer, não há assim tanto a dizer, na verdade. Depois do drama que fez a equipa de criadores anterior sair (estavam a levar a história da Kate para um casamento gay, mas a DC pôs um travão a esses planos, "porque os super-heróis não têm vidas felizes", sim, pois, foi mesmo isso que aconteceu), entra uma equipa nova, e apesar de eu acreditar que tentaram fazer o seu melhor, a história pareceu-me... meh. Nada de especial.
Com a equipa anterior, a história teve os seus altos e baixos, até a manter a minha atenção, mas a arte era fantástica e era isso que me mantinha interessada. Aqui nem tenho isso. Parece passar de cavalo para burro, sem querer desmerecer os artistas (há uma boa lista deles), mas parece que passámos dum veterano para um puto que começou a desenhar agora. Há apontamentos curiosos, mas o desenho é bastante desajeitado em partes, com as proporções todas estranhas.
Em termos de história, o primeiro número fecha o cliffhanger do livro anterior, mais ou menos com sucesso, mas suponho que esperava algo mais... grandioso. Eles usaram muitos dos elementos dos enredos anteriores, e ainda bem, mas não me impressionou. O segundo número é do evento Zero Hour, em jeito de prequela e história de origem. Bem, pelo menos é menos aborrecido que o da Batgirl. Achei-o mais excitante, se bem que é bizarro fazerem um retcon em que a Kate é prima do Bruce Wayne. Eh.
O restante da história é bastante simples, até simplório, mesmo. O Wolf Spider é um "vilão" que se vê a milhas quem é, e o grande mistério é porque raios a Kate não descobre isso. Depois temos uma história com... vampiros, que até é engraçada, e mais um cliffhanger, ugh, com uma vilã tipo viúva negra, que casa com homens ricos e os mata... e a Kate cai-lhe nas garras. (Como se isso acontecesse tão facilmente.)
Apreciei que a Bette continuasse a fazer parte da história, se bem que intermitentemente, mas senti falta do General Kane e do apoio que fazia às missões delas; e preferia que a Beth/Alice não desaparecesse de cena, que ainda falta lidar com os problemas dela. A coisa para "separar" a Kate e a Maggie até faz algum sentido, é uma consequência da vida dela, mas em luz de como as coisas correram, também é frustrante. Até a coisa do psicólogo faz sentido, tendo em conta a vida dela, mas não houve cenas anteriores suficientes que sugerissem isso, por isso quando aparece parece que veio do nada.
Enfim. Vou ler o último volume (só há mais um, porque depois do drama e da quebra de qualidade, é claro que as vendas caíram), eventualmente, mas mais por lealdade à Kate do que por genuíno interesse para ver como tudo acaba. Com a minha sorte, vai dar asneira.
Giant Days vol. 1, John Allison, Lissa Treiman
Oh, céus, isto é adorável. Giant Days segue três jovens, Susan, Esther e Daisy, que começaram a faculdade há três semanas. As três navegam os dramas da sua vida escolar e social numa BD em estilo slice of life.
Gostei bastante do modo como as histórias são contadas. Ao que sei, o argumentista trabalha em webcomics, e creio que se nota, porque mesmo dentro de cada número incluído neste livro são contados vários episódios, e não há necessariamente um fio narrativo que liga uma página à seguinte. (Mas há um tema narrativo que liga o número todo.)
Apreciei conhecer as três raparigas, elas têm personalidades diferentes e a caracterização é muito boa, mostrando-nos o que as faz funcionar; são personagens tão giras e engraçadas, cada uma à sua maneira. Aliás, até o elenco secundário é fantástico e cativante, só com um par de cenas e revelam-se ao leitor.
Com um tom divertido, o autor fala de muitas situações diferentes, algumas mais sérias, outras menos. Diverti-me imenso com o número em que elas apanham gripe, mas também gostei de ler o número em que a Esther aparece numa lista de "miúdas boazonas do primeiro ano" e como as meninas enfrentam os machistas de segunda categoria responsáveis.
A Daisy está num processo de descoberta e gostei do que vi até agora. E estou super curiosa para ver como o confronto Susan-McGraw vai evoluir. (Se bem que acho totalmente estranho o bigode dele. Parece um homem muito mais velho, o que é super estranho porque é suposto ser um estudante universitário.)
A arte é tão fofa, super cartoonesca e muito adequada à história, com montes de expressões engraçadas e bem trabalhada. Oh, e tenho de dizer, adoro que o cenário seja uma qualquer escola no Reino Unido. É uma mudança de cenário bem vinda.
Batgirl vol. 5: Deadline, Gail Simone, Fernando Pasarin, Jonathan Glapion, Robert Gill, Javier Garrón
Este volume faz um mix de histórias, várias standalone e uma que termina um arco de história começado alguns volumes atrás, o do grupo Knightfall; e por isso não tem uma linha narrativa coesa, o que por si é uma força e uma fraqueza.
Fraqueza porque algumas das histórias têm ligação com "eventos" que acontecem noutras revistas, e se às vezes a história funciona sozinha, outras nem por isso, e no caso das duas que aparecem neste volume, muita coisa fica em suspenso. Além disso, há acontecimentos extra-história nas outras, como uma menção do comissário Gordon estar preso, e isso nem sequer é explicado nestas histórias.
Força porque até passei um bom bocado a lê-las. A primeira faz parte de um evento, Gothtopia, em que em jeito de utopia distópica, Gotham é uma cidade em que o crime não existe, e existem versões da Bat-família todas... benévolas e vestidas de branco. A Batgirl chama-se Bluebelle, e a felicidade sem rédeas dela até parece desconcertante (até caí para o lado ao vê-la dizer que adora a Charise), mas são visíveis as falhas neste mundo, e a Barbara vai encontrá-las.
As duas histórias seguintes são paranormais em tom e apropriadamente ominosas e com atmosfera. A primeira traz de volta uma das assassinas Talon, Strix, que ajuda a Batgirl num caso de vampiros (sim, isso aconteceu) em que há um caçador de vampiros à solta, um tipo doido convencido que os morcegos protectores de Gotham são... vampiros. (Como é que Gotham atrai os loucos todos?)
A segunda história pega numa lenda urbana de Gotham, e é cativante pela narração da Barbara. A seguir vem uma história sobre a Poison Ivy e o tempo em que trabalhou com a Batgirl e as Birds of Prey (outra que confia demasiado em que tenhamos lido fora destes livros) - e curiosamente, até gostei bastante de ler esta visão da Ivy. Tive pena de não ter lido mais dessas histórias com ela, e achei fascinante a relação dela com o que a rodeia.
Há uma história com um vilão, o Ragdoll, que é apropriadamente arrepiante, e faz de ligação entre a anterior e a seguinte. Que, finalmente, é a história que fecha o enredo com Knightfall. (Já vai tarde. A Charise já estava a irritar.) É um pouco grandiosa a mais, parece que tem de haver sempre um evento em que montes de personagens deste mundo têm de aparecer para ajudar a salvar o dias, mas que só aparecem como figurantes, praticamente. De qualquer modo, a história é bem gira por juntar a Batgirl com a Black Canary e a Huntress, que ao que entendo ainda não tinha aparecido no universo New 52.
Por fim, uma história do evento Future's End, que mostra a Barbara dali a 5 anos. A motivação é um pouco forçada, no sentido em que não consigo vê-la realmente a fazer aquilo e a acontecer-lhe aquilo daquela maneira, mas enfim. A Barbara cheia de esteróides dali a 5 anos é um pouco estranha, e a relação dela com o Bane ainda mais, mas admiro-lhe a determinação. E a história é gira e ganha pontos porque com ela trabalha a League of Batgirls, em que assumem o manto as meninas que já foram a Batgirl, a Stephanie Brown e a Cassandra Cain, juntando-se a elas a Tiffany Fox.
Jessica Jones: Alias vol. 1, Brian Michael Bendis, Michael Gaydos
Li este livro num virote e diverti-me à brava. Céus, a Jessica Jones é uma personagem fascinante. Cheia de problemas, uma perspectiva lixada da vida, um trabalho complicado. E gostei mesmo de a ler.
Gostei mesmo de como o livro é escrito; há uma qualidade nele que o torna devorável. O tom é escuro, mais sério que o normal para a editora ou os livros de super-heróis. Mas é mesmo o meu tipo de história. Soa a Veronica Mars, uma das minhas coisas favoritas, apenas mais adulto.
O livro tem dois arcos de história. O primeiro envolve uma conspiração e uma morte em que a Jessica se vê envolvida, e quanto mais escava, mais assustada fica com a motivação dos perpetradores. O curioso é que a Jessica não pensa grande coisa dela própria, mas é ela que toma a atitude correcta no meio de tudo.
A segunda história envolve uma espécie de sósia de um personagem relativamente conhecido no meio dos super-heróis, e achei engraçado o modo como a Jessica lidou com a situação. Não resistiu a ajudar, e a preocupar-se, e apesar de as coisas terem uma reviravolta inusitada, manteve a mesma atitude.
A arte é um pouco estranha, mas entranha-se, suponho. O planeamento das páginas em vinhetas é interessante o suficiente para manter a atenção.
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