Lumberjanes vol. 2: Friendship to the Max, Noelle Stevenson, Grace Ellis, Shannon Watters, Brooke Allen
Bem, as Lumberjanes revelaram-se ainda mais fixes no segundo volume. Admito que tinha alguma relutância em continuar a ler, foi por isso que esperei tanto tempo, porque achei que algo tão extraordinário, excêntrico e bem-amado só me podia vir a desiludir... mas se posso dizê-lo, acho que fiquei verdadeiramente fã das meninas desta vez.
Este volume expande mais a mitologia dos monstros que têm assolado o campo de férias, e com tudo mais a claro, soube-me melhor a leitura, por perceber o que se estava a passar. Não que a história dificulte a compreensão de outro modo, mas raios, gosto de perceber o que se está a passar, ao ver tantas referências meio familiares juntas.
Adoro que a história seja tão positiva e tão boa para o grupo de raparigas, apresentando-as como um grupo unido de amigas. É tão fofinho. Também aprecio que a Jen, a monitora, se tenha juntado a elas e ajudado nas aventuras. (Tinha ficado fã da Jen.)
Todas as jovens têm momentos para brilhar, e gosto muito da personalidade de todas, mas a Ripley é uma enorme bolinha de fabulosidade. Aquilo que ela faz no fim é fantástico e adorável.
Bitch Planet, vol. 1: Extraordinary Machine, Kelly Sue DeConnick, Valentine De Landro
É sempre uma sensação curiosa pegar num livro que tem um destaque tão grande. Entre as expectativas e a realidade, há o perigo de o livro se perder ali no meio. E podia até ser uma coisa bastante fixe para começar.
Neste caso, posso dizer que gosto muito da atitude deste livro. Passa-se num mundo em que uma mulher determinada como non compliant ("não complacente") é presa e enviada para um planeta secundário que funciona como prisão. E NC pode ser algo tão simples como discutir com um homem, não encaixar nos padrões de beleza, ou cometer o grande crime de deixar de interessar ao marido e ser trocada por um modelo mais novo.
Portanto, o livro essencialmente expande certos pontos que assolam a existência de uma mulher ainda nos dias de hoje (gostamos de fingir que estamos no século XXI, mas às vezes ainda parece que estamos no XIX), e usa-os para criar um mundo distópico em que a existência da mulher está imensamente constrangida ao ponto de acharmos ridículo... mas depois podemos pensar um bocadinho e chegar à conclusão que estes aspectos existem hoje no dia-a-dia, estão apenas, er, "exagerados" e condensados.
E portanto a premissa é muito fixe, e a atitude das personagens é fantástica (a Penny é espectacular), e o worldbuilding é impressionante, ao ponto de se sentir a injustiça de certos momentos, mas reconhecer que são honestos.
Os pontos menos positivos no livro são que o enredo em si e as personagens ainda não são muitos claros. Fora duas ou três protagonistas, não faz um bom trabalho em caracterizar, diferenciar e destacar as restantes, o que é uma pena. E o próprio enredo é bastante vago; vai haver um jogo tipo mata, em que uma das equipas é com mulheres da prisão, e...? O livro faz mais por criar o worldbuilding que a preocupar-se com um enredo concreto.
A arte é engraçada, muitas vezes a tentar evocar um estilo de anos 70-80, que é precisamente o objectivo. O fim de cada número inclui uns anúncios falsos bem apropriados ao mundo apresentado, superdivertidos. Só tenho pena de não ter acesso aos ensaios que os números individuais continham. Não tenho maneira de adquiri-los, como imagino que aconteça a muita gente, por isso é um bocado triste não serem incluídos.
ODY-C vol. 1: Off to Far Ithicaa, Matt Fraction, Christian Ward
Uau... este livro é positivamente alucinogénico. Não é para ser compreendido à primeira, muita gente nem se vai dar ao trabalho, não vai ser inteiramente compreensível, e pede várias leituras. É definitivamente desafiador. Challenge accepted.
A premissa é um recontar da Odisseia, no espaço, com personagens somente femininas, num mundo universo em que os homens foram erradicados e existe um terceiro sexo. Confused yet?
Achei fascinante. Muito confuso, e obriga a pensar bem no que se está a ler, e bem, adoro ter nas mãos uma banda desenhada que me desafie assim. A história segue de perto alguns dos acontecimentos da Odisseia, e é contada neste tipo de narração meio arcaica, para evocar as raízes gregas da história.
E caramba, é tão violenta. Sangue e morte por todo o lado, mas a história original é assim, portanto... e há momentos com as deusas gregas (todas a identificar-se como mulheres também) completamente doidos, e tão em linha com a mitologia grega.
E a arte é tão colorida, e vívida e, er, bem, alucinogénica. O trabalho de cor é extraordinário, enche tão bem o olho, e tem destaques fantásticos e lindos.
E pronto, o livro é imensamente complicado, o que não joga exactamente a seu favor, mas é tão doido e diferente que me deixou intrigada o suficiente para querer ler o segundo.
Opaaaaá tenho mesmo que começar a ler as Lumberjanes. Parece ser tão freaking cute.
ResponderEliminarAdorável, mesmo. Um pouco estranho, no início, mas a maneira como evolui é tão cativante. ^_^
Eliminar