quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

The Dire King, William Ritter


Opinião: Esta é uma série que é enganadoramente simples e "pequena". Quando comecei a lê-la não se daria nada por ela... era gira, mas não parecia nada de especial. Ganhei-lhe um gosto e carinho especiais ao longo das suas páginas, e chegada ao final, fico muito contente por tê-la lido; mas triste por ter terminado. Ter o último livro nas mãos é excitante e amargo ao mesmo tempo.

Primeiro que tudo, tenho de fazer um destaque especial à Abigail, a protagonista e narradora: tão pragmática e terra-a-terra, mas tão pronta para aceitar o incomum na sua vida. Cresceu tanto e está tão à vontade neste mundo, é corajosa e desenrascada. Sofre o seu quinhão com os eventos do livro, o que me deixa triste por ela, mas o seu final também me anima: era o que esperava, com uma ligeira reviravolta, e será um desafio interessante para ela.

O Jackaby é o protagonista secundário, o objecto da narração da Abigail, de certo modo, pois são os sarilhos em que se mete que ela narra, tornando-se parte dessas aventuras de moto próprio. A personalidade do Jackaby é muito interessante para mim, porque teve direito às suas tristezas, os seus dramas e dor, e isso não lhe matou a boa disposição, o optimismo com que enfrenta os dilemas sobrenaturais que se lhe põem. Gosto disso. O seu sentido de humor é fabuloso (bem como o do autor, ao escrever certas situações e comentários), e é inspirador como se dedica a fazer o correcto, e a proteger os que pode. O seu final é bem melhor do que me atrevia a esperar, e gostei.

Destaque para a Jenny, fantasma residente, um bom contraponto aos outros dois, esforçada, destemida, e com capacidades únicas e decisivas no confronto final. O Pavel também faz um retorno muito divertido, e destaque ainda para as gentes sobrenaturais e não sobrenaturais que se juntam ao confronto final. As coisas estavam conflituosas e cheias de preconceito entre ambos os lados (algo que julgo que não é arbitrário), mas todos se juntaram por um fim comum, e foi tão bom de ver.

O mistério no centro do livro não é difícil de adivinhar, mas mantém o interesse do leitor; o enredo foca-se num cenário do fim do mundo, com tudo a correr mal para os protagonistas e o mundo a desfazer-se aos bocados. A fasquia está elevadíssima, há tudo a perder, o que foi tão envolvente durante a leitura. O final é triste, sim, mas adequado. Era o que esperava, em parte, mas também é excitante, pois dá vontade de que hajam mais livros na série, de que possamos continuar a ler.

Páginas: 352

Editora: Algonquin Young Readers

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