Hawkeye vol. 2: Little Hits, Matt Fraction, David Aja, Steve Lieber, Ron Lim, Francesco Francavilla, Annie Wu
Oh, céus, cada vez gosto mais desta série. O Clint Barton é um totó ensarilhado, e só faz asneira, e precisa de pôr ordem na vida dele, mas é tão divertido ler sobre as suas aventuras. Este volume reúne um conjunto de histórias stand-alone, enquanto combina um arco de história maior, que apenas começou a ser desenvolvido, estando em aberto para evoluir em direcções bastantes interessantes.
Uma das razões pelas quais tenho apreciado tanto a narrativa nesta série é porque os autores usam formas incomuns de contar a história, de montar a sua evolução, o que consegue cativar-me e manter o meu interesse. O primeiro número deste volume segue separadamente o Clint e a Kate Bishop, enquanto enfrentam a Natureza implacável. O segundo conta uma história de Natal inusitada, cheia de problemas mesmo à escala do Hawkeye, e usa uma moldura de saltos temporais para manter as coisas interessantes.
Os números seguintes usam num o enquadramento de capas de comics com um tom romântico para contar a história, e noutro mudam a narrativa para a perspectiva das mulheres na vida do Hawkeye, o que se torna engraçado e fascinante de acompanhar. (Foi uma das minhas partes favoritas. E já agora, a Kate Bishop é a melhor.) Outro número segue um assassino que persegue o Clint, e o último é o melhor de todos: mostra a perspectiva do Lucky, o cão do Hawkeye, sem praticamente palavras, apenas acções, e o modo do cão de ver o mundo. E surpresa, a história faz fantasticamente sentido, e continua o arco de história maior da série.
A arte de David Aja continua bem interessante, com montes de opções multifacetadas, um leque variado de modos de contar uma história; e ainda bem complementada pelo trabalho de cores, a tender para o monocromático e para o foco numa cor ao longo de um número da revista.
O primeiro número deste livro tem um outro par de artistas, mas não sou totalmente fã, especialmente por causa de como desenham as caras. Francesco Francavilla desenha outro número, e o seu estilo mais escuro é perfeitamente adequado ao tom, mas achei a história meio confusa, particularmente na narrativa do vilão, e gostava que a sua figura tivesse ficado mais bem esclarecida.
Saga vol. 2, Brian K. Vaughan, Fiona Staples
Sim, falem-me de cliffhangers. Este livro tem o maior deles todos! Argh, e eu que estava a passar um bom bocado. Era preciso isto? Grrr. A única coisa boa disto tudo é que não tenho de esperar muito para ler o próximo volume. A coisa má é que já nem me importava muito com os cliffhangers, e agora lembrei-me que, por defeito, não sou fã.
À parte disso, foi uma boa leitura. Uma óptima leitura. O primeiro volume era de iniciação, de apresentação do mundo, e por isso em partes a história é um nada mais frágil. Mas aqui, aqui a história é uma máquina bem oleada, com foco e propósito. Consigo vê-la perfeitamente trabalhada, e dá gosto ver.
A minha parte favorita deste arco é o foco na família. A de sangue, e a que construímos por nós próprios. Adorei conhecer os avós da pequena Hazel, que são dois personagens fascinantes, e torna-se cativante seguir a luta desta família, a Alana e o Marko e a pequena Hazel, pelo direito a ser uma.
Há um par de números no meio deste livro que seguem os outros personagens da narrativa; e se por um lado aprecio conhecê-los melhor - gostei bastante da parte da história à volta do The Will, mas ainda não gosto por aí além dos robots -, por outro é stressante ver a situação desta família ficar suspensa e ver dedicar um número aos outros personagens. Não me deixem pendurada, pessoal! Estou a ficar investida nisto, e dá-me uma coisa má ao ficar pendurada.
A arte de Fiona Staples é fantástica, nem que seja porque consegue desenhar todo o tipo de coisas bizarras e fantásticas para este universo, e torná-las completamente credíveis e nada (vá, só um bocadinho) estranhas. E gosto muito do aspecto que ela dá às coisas, cores incluídas.
Outcast vol. 1: A Darkness Surrounds Him, Robert Kirkman, Paul Azaceta
Esta foi uma leitura que me deixou impressões contraditórias. Li apenas um volume de The Walking Dead, por isso não sabia bem o que esperar de Robert Kirkman, e por isso fui com uma mente aberta para a leitura, e no fim de contas saí dela ao mesmo tempo frustrada e satisfeita.
Satisfeita porque a ideia é muito boa. O protagonista, Kyle Barnes, tem um percurso de vida absolutamente dramático, é totalmente um coitadinho, e que interessante é por vezes acompanhar os coitadinhos e danificados. Aquilo que é sugerido da sua história é bastante curioso, e também gostei de desvendar o pouco que é apresentado da mitologia deste mundo, de como as coisas funcionam, os exorcismos e as possessões, e o poder que Kyle tem neste mundo.
Frustrada porque, bem, aquilo que é apresentado do que se está realmente a passar é muito pouco. A história anda a passo de caracol, e se bem que não desgosto do tom contemplativo (que apesar de tudo, os autores conseguem manter o interesse do enredo), também gostava que andasse um pouco mais depressa, mesmo que fosse para apresentar mais perguntas que respostas. Ao menos estava a andar e apresentar mais detalhes deste mundo, saciando-me a curiosidade.
A arte é mais ou menos interessante. Um pouco estranha, nas caras, mas tenta usar as vinhetas duma forma engraçada, destacando pequenos detalhes das cenas. Não resulta tão bem nas cenas de acção, em que confunde as coisas, mas de resto é um bom detalhe. As cores são fantásticas, mas se bem me lembro já conhecia a colorista de Velvet vol. 1, e continuo a gostar do trabalho dela.
Dos três tenho o Saga. Estou expectante em o ler, falam todos bem dele!
ResponderEliminarDo bocadinho que espreitei, a arte é deslumbrante.
Acho que a editora G. Floy está a fazer um bom trabalho na escolha e publicação dos títulos.
Espero que gostes! Saga é bem giro, ao reler o primeiro dei-me conta que pode ser um bocadinho menos cativante que este segundo, onde a história ganha pulso, mas no todo vale tanto a pena. FC, mundo bem fascinante, boa história, óptimos personagens... ;)
EliminarTambém estou a gostar muito da G. Floy e do que eles têm feito. Só podiam ter sido melhores numa coisa: é que descobri que iam publicar Saga em português literalmente dois dias depois de ter encomendado em inglês. Se cá em Portugal as editoras dessem uns cheirinhos do que vão publicar com mais antecedência... :/
Isso é muito chato :/
EliminarÉ uma editora discreta. Principalmente para quem está habituado a editoras que prometem títulos para o ano que vem (e é ver os títulos a não chegarem).
Não dês muita importância a isso; se entendo bem como o Universo funciona, mesmo que avisassem com alguns meses de antecedência, só o fariam depois de encomendares na mesma.
:P
Oh, o problema às vezes é que nem sequer prometem. Quero dizer, vês muitas notícias por aí de que tal e tal editora comprou direitos, mas nunca nada oficial vindo das editoras, e é claro que depois muitas vezes desistem, ou mudam de ideias. Para não falar das sequelas que passam anos a prometer, mas são coisas de passagem no Facebook que não se cumprem. Às vezes penso que se anunciassem calendários de publicação era uma maneira de se verem obrigadas a cumprir. :S
EliminarLoool a piada é que nem sequer é a primeira vez que me acontece, encomendar/ler e depois descobrir uma editora que vai publicar dali a dois ou três meses. xD