sábado, 30 de janeiro de 2016

Os destaques literários de 2015

E já vai tarde. Andei a engonhar com os posts que me faltavam correspondentes ao balanço de 2015, e este que era o último, acabou por ficar para o fim do mês. Também me era importante não deixar certas opiniões para trás, e por fazer, e era importante postar acerca do Owlcrate, uma experiência engraçada e especial, e por isso estamos aqui.

Vou começar este post por falar dos livros que me marcaram positivamente, aqueles que ainda me deixam boas memórias, depois de tanto tempo passado, e que são reavivadas ao reler a minha opinião da altura. Creio que vou dividir os destaques mais ou menos por género, falar dos meus favoritos no mesmo, e fazer algumas menções honrosas. Há géneros que, por serem tão escassos ou tão abrangentes, são capazes de só ter uma lista de destaques, e não menções honrosas.

Depois vou apresentar uma lista de desilusões do ano. Em alguns casos achei o livro mesmo mau, ao ponto de reler a opinião e ficar tão ou mais irritada quanto estava na altura em que li e opinei; em muitos dos casos, o problema é que esperava mais e melhor do autor, e a história revelou-se mais fraca do que o que o autor é ou deveria ser capaz.

Os Favoritos de 2015


Fantasia
Junto tudo no mesmo saco, épica, paranormal e assim-assim, porque se fosse separar, os destaques ficavam todos numa, e as menções honrosas noutra.

Simplesmente a Sarah escreve duma maneira que me enche as medidas, seja numa nova série, seja já numa já a meio. A primeira foi bastante excitante e surpreendente, a segunda um retorno a casa, com coisas muito esperadas e coisas bem inesperadas. Mesmo quando duvido do sentido que ela toma, confio que a autora vá chegar a bom porto, e ainda não me desiludiu.

O Lago dos Sonhos, Juliet Marillier
A Juliet é uma contadora de histórias brilhante, não falhando em encantar-me cada vez que lhe abro um livro, e caracteriza os seus personagens lindamente, o que é meio caminho andado para o meu coração. Por isso, não poderia deixar de mencioná-la.

The Winner's Crime, Marie Rutkoski
Esta mulher é uma torturadora genial. Como, como é possível dois personagens serem tão casmurros, e ainda assim eu devorar o livro a ver se eles se entendem? Mas não, cada vez se enterram mais, raios. A Marie escreve perfeitamente a intriga de uma situação impossível, e eu vou atrás, a pedir para ser mais torturada.

The Young Elites, Marie Lu
Marie Lu, bravo. Aquilo que eu me queixava na outra trilogia, a tua fraqueza ao escrever personagens? Esquece lá isso. A descrição de uma personagem que foi tão maltratada pelo mundo, insegura, que desconfia de tudo e todos, e toma decisões que não são as melhores para si nem para ninguém, e a aproximam da vilania... lindo.

Menções honrosas: Predestinados e Sonhos Esquecidos Josephine Angelini; The Raven Boys, Maggie Stiefvater

Ficção Científica
Mete tudo: ficção científica mais "tradicional" (coisas passadas fora da Terra, suponho eu, com tecnologia avançada para os dias de hoje), distopias, histórias pós-apocalípticas, ...


This Shattered World, Amie Kaufman, Meagan Spooner
A maneira como as autoras têm escrito este mundo fascina-me, com personagens diferentes, mas uma história interligada, com um universo à mercê de um vilão ainda distante, não exactamente concretizado. Gostei do tipo de história que elas escreveram no primeiro livro, e gostei do que fizeram neste, apesar de serem tão diferentes. Gosto da versatilidade num mundo em comum.

The Stars Never Rise, Rachel Vincent
Adoro as premissas das histórias da autora, tudo sempre tão original e diferente, e gostei tanto deste mundo dominado pelo fervor religioso contra demónios e todo o tipo de "perversões". Muito excitante, e estou tão curiosa para o que virá a acontecer no próximo.

Winter, Marissa Meyer
Foi um fim tão lindo, tão complexo, e tão delicioso de acompanhar para quem sofreu tanto com estes personagens. A Marissa gere fantasticamente tantas perspectivas diferentes, e consegue fazer acontecer tudo o que se tinha proposto, e ainda assim desenhar personagens que me dá gozo acompanhar. A caracterização é muito boa, com poucas palavras, e adoro isso.

Menções honrosas: Fairest, Marissa Meyer; End Of Days, Susan Ee; O Mar Infinito, Rick Yancey

Ficção Histórica
Aqui acabei por colocar só ficção histórica realista, tudo o que pudesse ser fantasia histórica acabou por ir parar à fantasia.

Lion Heart, A.C. Gaughen
Este é o destaque do ano. Adoro a protagonista, tem-me dado um gozo enorme acompanhá-la, é uma jovem tão leal, e difícil, e destemida, e convencida que não merece as coisas boas que lhe aparecem à frente... e aqui ela amadurece e revela-se a líder que sabíamos que podia vir a ser. Adorei. Gosto muito da reviravolta nas histórias do Robin dos Bosques, gosto de todos os outros personagens, da maneira como a autora retrata a corte, hmm, inglesa da altura, e do que acontece aqui para fechar a história.

Menções honrosas: A Magnífica Sophy, Georgette Heyer; Ventos de Mudança em Summerset Abbey, T.J. Brown

Contemporâneo
Tudo o que não tenha magia ou ciência como foco, basicamente. Há uns quantos livros que têm uma premissa ligeiramente F/FC, mas o tom geral é contemporâneo, e por isso é aqui que vieram parar.


O Único e Incomparável Ivan, Katherine Applegate
É um livro para uma faixa etária mais novinha do que estou habituada, um infanto-juvenil, mas é tão bonito. A maneira como a autora põe o gorila no lugar do narrador, a sua simplicidade de narração, e como a história é apresentada... impressionante.

Eu Dou-te o Sol, Jandy Nelson
Gosto muito da ideia que está tudo ligado, e da maneira como a autora ligou a vida dos personagens, com uma série de coincidências e acontecimentos em cascata... deu-me prazer desvendar a história aos poucos, através duma narrativa pouco usual: dois gémeos separados pelo tempo, ele a narrar no passado, ela no presente.

Every Word, Ellie Marney
Os meus queridos Wattscroft. Gosto tanto da maneira como a autora escreve os seus personagens adolescentes, muito maduros para umas coisas, totalmente desvairados para outros (fomos todos assim, ou não?); a evolução emocional dos personagens soa-me tão real, e adoro o par de protagonistas, apesar de a este ponto estar dividida entre querer mais uma história com eles, e temer o que a autora lhes poderá atirar para o caminho...

Menções honrosas: Sete Minutos Depois da Meia-Noite, Patrick Ness; The DUFF, Kody Keplinger; A Cada Dia, David Levithan; Royal Wedding, Meg Cabot; Scorched, Jennifer L. Armentrout; Virgem, Radhika Sanghani; Manifesto de Como Ser Interessante, Holly Bourne

Clássico


North and South, Elizabeth Gaskell
Não é que eu tenha lido mais alguma coisa para além disto, mas precisava mesmo de o destacar. Não consigo perceber como é que o livro não é mais popular, e nem sequer tem edição actual disponível em português nas livrarias (acho que nunca foi sequer publicado em Portugal, a confiar no catálogo online da Biblioteca Nacional). A autora tem características que são louvadas noutros autores da sua época, e escreve de forma tão capaz como os seus contemporâneos, por isso, o que é que lhe falta? Não sei, mesmo.

Não-Ficção
Ainda não li suficientemente do género para me sentir à vontade a fazer destaques... mas vou fazer menções honrosas.

Menções honrosas: Imunidade, Eula Biss; O Que Vemos Quando Lemos, Peter Mendelsund

Releitura
Parecia-me injusto destacar estes livros e ocupar o lugar de outros, mas gosto tanto deles que tenho de os mencionar aqui.

BD
Vou listar as coisas que gostei mais de ler durante o ano; não há favoritos ou destaques em especial, porque não sei se já consigo fazer esse tipo de coisa para a BD.

As Desilusões de 2015

Repito, a maior parte tem mais a ver com expectativas goradas, com eu saber que o autor é capaz de mais e melhor, ou simplesmente com o enredo ir em sentido que eu não aprecio ou não consigo crer que é o mais adequado para a história e para os personagens. Só há para aí uns dois ou três que eu achei mesmo maus. De qualquer modo, a maneira mais fácil de perceber o que eu achei dos livros, aqui nesta categoria mais que nos favoritos, é ler a minha opinião. Sei que tenho muito mais facilidade em explicar quando não gostei e porque é que não gostei.

  • Vou Amar-te Para Sempre, Prometes Amar-me?, Monica Murphy (a escrita da autora é tão fraquinha)
  • It Happened One Autumn, Lisa Kleypas (estava tudo a correr tão bem, mas depois a autora mete-me aquele final e estragou tudo, pois é tudo o que eu me consigo lembrar, abafa o resto da história, e não é de forma positiva)
  • Entre o Agora e o Sempre, J.A. Redmerski (soou-me a mais do mesmo do primeiro livro, que foi brilhante, já a repetição parece-me preguiçosa, e o livro parece inútil nesse sentido)
  • Cruel Beauty, Rosamunde Hodge (ugh, ugh, ugh, acho que não há uma única coisa que eu tenha gostado... eu bem queria gostar do livro, tanta gente me dizia bem, mas nop, nem morta)
  • Uma Nova Esperança e Amor Cruel, Colleen Hoover (eu gosto da Colleen, e gosto de como ela escreve, mas aqui não gostei nada dos protagonistas masculinos dela, do seu feitio, das suas motivações, e precisamente por gostar de tudo o resto, e de ter adorado o Um Caso Perdido, é que não consigo deixar de sentir isto como uma desilusão)

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E pronto, fiquemos por aqui, que isto já vai longo. 2015 foi um ano curioso, porque ao fazer esta lista não tive tanta dificuldade como noutros anos em separar as águas: sabia o que era claramente favorito, o que era menção honrosa, e o que era desilusão. Não sei se hei de desejar ou não que seja sempre assim. Acho que gosto mais quando leio muitos livros bons e/ou que me enchem as medidas, e que me dificultam a tarefa.

3 comentários:

  1. Yep, também dei menções honrosas ao Fairest e ao End of Days, *great minds...* ainda mal posso crer que o End of Days de certa maneira terminou como eu queria e teve quase tantas cenas Penryn&Raffe como eu desejava que tivesse, mas opá acabou por ser um final estranho e não consegui dar as 5 estrelas nem metê-lo nos favoritos. Pains me.

    Idem para o North&South... talvez um dia quando formos velhotas o lancem em PT. F****** finally.

    Qual foi exactamente o problema do It Happened One Autumn? O Marcus? O Sebastian? acho que já falamos disto mas não me recordo ao certo -.-

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    1. Great minds, indeed. :D

      Estou como tu, há ali qualquer coisa no End of Days que não me permitiu senti-lo como perfeito e ficar completamente nas nuvens com aquilo, mas não sei o que é exactamente, e como também fiquei feliz pelos fofos dos P&R, acabo por não me queixar muito. :P Só que não dá para ser favorito, infelizmente.

      Oh pah, estava tudo a correr tão bem, mas odiei o enredo do rapto pelo Sebastian. Ela passa o tempo todo "olhem que ele é um rake, não é de confiar", mas é mais tell que show, nunca há verdadeiramente momentos que nos mostrem que ele não é de confiar; além disso, o que ela precisava mesmo de mostrar é que as morais dele o podiam levar a trair um amigo, e também nunca vemos pista para isso. O rapto pareceu aparecer do ar, sem foreshadowing, e caiu-me mal por isso mesmo. Pareceu que foi metido ali à força só porque sim, porque a autora achava que precisava de meter drama, quando a Lauren e o Marcus já se tinham resolvido; e porque ela precisava de destruir o carácter do Sebastian de alguma maneira. Ugh, pareceu-me uma forma tão preguiçosa e estúpida de o fazer, havia mil maneiras mais inteligentes.

      A parte chata disto tudo, é que eu até tinha montes de coisas que gostei no livro, e o par protagonista era mesmo fixe. Mas não, tudo o que eu me consigo lembrar é deste pedacinho de enredo que detestei com todas as minhas forças. *facepalm* Como é que eu perdoo à Lisa ter-me borrado a pintura tão completamente depois de ela ter feito uma pintura tão gira?

      A única coisa boa disto tudo é ler a cena deles à porrada, que é totalmente hilariante. Quer dizer, nada bate quase destruir uma estalagem. xD

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    2. Aah, pois já me lembro, tu até estavas de pé atrás em ler o próximo por causa do parvo do Sebastian. Noooeees!! Já te disse que também entra o Marcus e a Lily a certa altura na história e é assim totalmente emocionante?? ;O;
      Sugestão de mais um desafio para 2016: ler o Devil in Winter. xD

      Ah sim, eu nessa cena da porrada só me conseguia lembrar daquelas cenas nos filmes do Diário de Bridget Jones que são as melhores cenas de porrada de sempre.

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