sábado, 16 de abril de 2016

Because of Miss Bridgerton, Julia Quinn


Opinião: Ah, que saudades que eu tinha da Julia Quinn. Muitas mesmo. Há tanto tempo que não a lia. Minha culpa, inteiramente, porque quando andava a ler os Bridgertons a série Smythe-Smith estava a sair, e eu achei melhor esperar para ler quando todos os livros tivessem saído, só que distraio-me facilmente, e deixei passar, e agora estou arrependida, raios. Agora até queria ler mais coisas dela. Talvez faça um desafio Julia Quinn, quando acabar com a Meg Cabot. Que ainda vai demorar um bocadinho, de qualquer modo... hmmm.

Bem, voltando a este livro: a premissa é acompanhar a família Bridgerton uma geração antes daquela que conhecemos e adoramos; a protagonista é Billie (Sybilla, na verdade, que é um nome curioso, mas não admira que ela prefira Billie) Bridgerton, que é irmã do Edmund, o pai dos Bridgertons que já conhecemos, mas que tragicamente não chegámos a conhecer (ao pai, quero dizer).

O protagonista é George Rokesby, primogénito e herdeiro da sua família. Os Rokesby vivem perto da casa de família dos Bridgerton, e as duas famílias são bastante próximas, amigas há muito tempo. Os filhos de uma e outra família cresceram juntos, criando uma cumplicidade evidente.

Bem... talvez não para a Billie e o George. Eles estão mais habituados a discutir e implicar um com o outro do que a ser amigos, na verdade. E é por isso que no início da história, quando a Billie se vê num apuro, fica desanimada por ser o George a pessoa no lugar de a ajudar.

Mas isto é Julia Quinn, e a situação fica caricata, e eles são obrigados a passar algum tempo juntos. E isso é o início de começarem a olhar um para o outro com outros olhos, o que é sempre divertido num livro da Julia. A química e o humor estão lá, e ambos são adoráveis juntos, e tão giros de acompanhar.

Gostei bastante também de acompanhar ambas as famílias, conhecê-las melhor. Da parte dos irmãos da Billie, conhecemos a Georgiana, 14 anos, creio eu, recatada por causa de doença, mas uma flor à espera de desabrochar (é melhor que ela tenha um livro). Faltaram os irmãos rapazes, incluindo o Edmund, que estão na escola.

Do lado dos Rokesby, há um rapaz na escola, como os irmãos da Billie, o Edward, que está no exército, presentemente em território americano, e o Andrew, na Marinha, mas de momento em casa a recuperar de um ferimento. Achei a personalidade dele muito engraçada. Fora isso, devo destacar as mães da Billie e do George, particularmente da mãe dele, que teve uma mãozinha no desfecho. A senhora é engenhosa.

Nem tudo são rosas, no entanto. Fiquei com a sensação que a Julia estava um pouco nervosa por voltar a este mundo. O livro tem algumas falhas no ritmo do enredo, principalmente na primeira parte; na segunda, ela ganha confiança e as coisas correm melhor. No entanto, ainda encontrei coisas suficientes da Julia que conheço para não sair particularmente incomodada com isto.

E gosto muito desta ideia de ter toda uma família de Bridgertons antes dos Bridgerton, mas faz-me um bocadinho de espécie não vermos ninguém desta geração nos outros livros. Nem um filho deles, um primo dos outros Bridgerton? É claro que isso acontece porque os outros livros foram escritos primeiro, mas esta questão sublinha a falta de família alargada nos mesmos.

Tenho algumas dúvidas quanto ao uso do desaparecimento em acção do Edward, que precipita a parte final do livro. Achei que soaria mal ter um final feliz no meio disso. A Julia fá-lo funcionar, na maior parte, mas faz-me espécie o destino dele ficar em suspenso. Talvez o próximo livro pudesse ser dele, apesar de não ser um Bridgerton? Depois do que aconteceu, imagino que mereça.

A questão do serviço prestado pelo Edward e o Andrew, e a frustração que o George sente por não poder fazê-lo, sendo o primogénito, lembra-me uma coisa que preciso de destacar. É interessante, este ponto, porque o serviço militar nesta época (1770 e tais) é bastante mais importante na sociedade inglesa, pelo ambiente político. Na época dos Bridgertons, a coisa estava mais estável, suponho, e não é tanto uma questão.

Bem, agora estou brutalmente curiosa para ver o que vem a seguir. Os Rokesbys-Bridgertons certamente têm o meu interesse e atenção, e agora que voltei a pegar na Julia, e voltei a passar um bom bocado, não me apetecia esperar nada um ano. Pois, eu bem tinha razão em esperar para ler, da outra vez.

P.S.: Quase me esquecia do jogo de Pall Mall! Parece que esta geração gosta também de o jogar, e a Billie e o Andrew são certamente tão implacáveis como os outros Bridgertons que conhecemos, particularmente a Kate e o Anthony.

Páginas: 384

Editora: Piatkus

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