Opinião: Recordando o livro anterior e a minha opinião sobre ele, não fiquei fã da maneira como a autora escreve a sua história ou desenvolve os seus personagens, pois achei que como escritora era frágil nessas áreas. Também não fui fã do final do livro, porque era um recuo por parte de um dos personagens na sua evolução.
Contudo, fez um trabalho decente o suficiente para me deixar curiosa, razão pela qual me arrisquei a ler este segundo livro. E se por um lado continuo a achar que a escrita de Monica Murphy é demasiado simplória, creio que conseguiu melhorar alguns problemas do primeiro livro.
Vou Amar-te Para Sempre começa dois meses depois do livro anterior. Drew afastou-se, sentindo-se incapaz de manter uma relação romântica adulta. Tanto ele como a Fable tiveram oportunidade de pensar sobre a semana que passaram juntos, e de crescer um bocadinho. Então, um encontro inesperado entre os dois desenterra todos aqueles sentimentos escondidos, e leva-os a reconsiderar a separação.
Creio que o que gostei mais de ver aqui, e que a autora tenha melhorado depois do outro livro, é a sua capacidade de descrever sentimentos e emoções, de tornar a história mais emocional e de transmitir melhor aquilo por que os seus personagens estão a passar. No primeiro livro tive mais dificuldade em entrar na história do que neste, por causa disso, e por isso aprecio o melhoramento.
No entanto, a escrita continua algo fraca. A autora faz uma coisa que dá comigo em doida, que é pôr os personagens a dizer-nos o que pensam e sentem, em vez de nos mostrar isso. Não faz sentido, porque ninguém é tão introspectivo, e porque show, don't tell continua a ser uma regra válida. E por isso, também me era difícil levar a sério estas passagens do livro, apesar de serem relativamente informativas.
Achei a evolução do Drew muito interessante, apesar disso. Ele reconhece os problemas que tem, e procura ajuda para lidar com eles, e isso já é meio caminho para se ajudar a melhorar. Gostei bastante das cenas dele com a psicóloga, foram um bom passo no sentido certo, e gostei de como ela conseguia fazê-lo reflectir. Além disso, é muito bom ver uma descrição positiva e em condições deste tipo de coisa.
A Fable passou por uma desilusão, mas é rija, e continua a sua vida, que está a melhorar. Ela esforça-se, e consegue um emprego melhor, e as coisas parece estar a correr bem. A única coisa problemática na sua vida é a relação complicada com o irmão, e a mãe, que vive com eles mas mais parece tê-los abandonado, em favor da bebida.
Sobre os dois em conjunto, como par, gostei de os ver juntos, a resolver os seus problemas, e têm definitivamente química. Contudo, e apesar da fase de casalinho-adorável-em-lua-de-mel ser fofa, também apreciava tê-los visto numa fase mais estável, menos focados um no outro, porque as coisas não funcionam assim para a vida inteira, e o dia-a-dia alguma vez vai exigir-lhes a sua atenção.
Entre os personagens secundários, podemos destacar o Colin, o patrão da Fable no restaurante... que honestamente, me pareceu um bocado bizarro. Vem oferecer um emprego à Fable da bondade do seu coração, o que é de desconfiar, e mete-se numa ocasião entre ela e o Drew sem ter razão para fazê-lo... simplesmente não temos caracterização suficiente dele para justificar estas acções, e por isso é um personagem bem estranho. Sei que é o protagonista do próximo livro, com a Jennifer, e por causa dela fico curiosa, mas reticente, também.
Fora isso, temos o pai do Drew e a Adele, a bruxa maléfica. O conflito com eles também foi uma coisa fascinante de seguir. Consigo compreender as dúvidas com que o senhor Callahan se debatia, especialmente porque não sabia do que aconteceu no passado. E fico contente por ver a reacção dele ao descobrir, porque era tudo o que esperava, e tudo o que o Drew achava que não ia acontecer.
Quanto à Adele, temos um POV surpresa dela, mas não foi totalmente satisfatório, já que esperava pelo menos entender como é que ela funcionava, e o POV dela foi só uma confirmação de quão descarrilada estava. O seu final, bem, é adequado para o estado em que estava. Só gostava de ter visto mais sobre como o pai do Drew estava a lidar com as coisas, no epílogo; ele merecia que víssemos como enfrentou todas as revelações e acontecimentos deste período.
Em suma, esta é uma série boa o suficiente para passar um bom bocado, e até me dá material o suficiente para reflectir, mas a escrita da autora é fraquinha, por isso deve ser consumida moderadamente, ou não de todo, sob pena de fazer saltar a tampa a alguém. Gostei o suficiente para continuar a ler se continuarem a publicar a série, mas não perderei o sono por causa da mesma, e posso bem esperar uns meses; até me torna mais fácil a leitura.
Título original: Second Chance Boyfriend (2013)
Páginas: 256
Editora: Topseller
Tradução: Maria da Fé Peres
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