Meg Cabot
Título original: Princess Mia (2007) / Forever Princess (2009) / Perfect Princess (2004)
Páginas: 288 / 160 / 400
Editora: Bertrand / HarperCollins / HarperCollins
Tradução: Andreia Mendonça
E assim termino esta série, por agora, e que viagem! No primeiro livro dos dois que li em Abril, as "neuroses" da Mia finalmente implodem, deixando-a de rastos, enquanto tenta lidar com a partida do Michael e com uma descoberta que pode mudar Genovia. No segundo e último da série (era o último no momento de publicação, agora já não), passaram dois anos, e o Michael volta aos EUA para apresentar a sua invenção, o que faz Mia confrontar-se com velhos e novos sentimentos.
Volto a dizer, uma das coisas que mais gostei de ver ao longo da narrativa dos livros é a evolução da Mia. Ela sempre teve muitos problemas de ansiedade, que se têm vindo a acumular, e os eventos dos livros anteriores, e destes, transbordam o copo. Felizmente, a família reconhece a necessidade de ajuda que ela tinha, e consegue-lha.
Gostaria de ter visto uma abordagem mais certeira sobre os problemas da Mia, porque é possível que ansiedade e depressão andem de mãos dados, mas a Mia tem mais da primeira que propriamente da segunda, e o texto não transmite bem isso. De qualquer modo, o restante da questão está apresentada de forma bastante satisfatória, e aprecio que esteja sequer a ser abordada numa série tão conhecida.
Outra das partes da história que me agradou é a evolução das amizades da Mia. A amizade com a Lilly vai para o Inferno, pelas circunstâncias e pela falta de maturidade delas em lidar com as mesmas; mas quando se reaproximam, é mais saboroso porque tiveram tempo para entender os seus erros, e apreciar a perspectiva da outra. A Lana entra no grupo, e é das melhores coisas que aconteceram, porque faz a Mia sair da sua zona de conforto e apresenta-a a novas experiências e pontos de vista.
O J.P., bem, que dizer? É um pouco estranho ler sobre ele sabendo como as coisas terminam. No papel parece perfeito, um bom par para a Mia, com muito em comum com ela, mas depois uma pessoa pergunta-se quanto disso é forçado. Suponho que posso dizer que aprecio que pelo menos estivesse no lugar certo à hora certa para a Mia. Mas gosto mais de quando ela percebe a verdade sobre ele, especialmente porque algum tempo antes já mostra ver que algo não está bem entre eles.
Acho muita piada ao desenvolvimento que envolve o destino de Genovia, porque faz a Grandmère e o pai da Mia saírem da sua própria zona de conforto, e é tão divertido ver os resultados. Aliás, uma das minhas partes favoritas dos livros tem sido acompanhar ao longe os dramas que vão acontecendo em Genovia, especialmente porque em 100% das vezes a "culpa" é da Mia.
Quanto ao Michael e à história dele com a Mia, custa-me ver o ponto em que as coisas estão no nono volume, porque está tudo tão mal resolvido, e apesar de haver uma tentativa de serem maduros acerca das coisas, isso falha e não corre assim tão bem, porque ainda não estão no ponto certo.
Neste aspecto, gosto muito mais do décimo livro, porque o Michael volta, dois anos e tal volvidos, e desequilibra o balanço que a Mia tinha encontrado - um balanço precário, porque por própria admissão dela, há coisas que não estão certas. Quero dizer, em quase todas as áreas da sua vida ela conseguiu resolver as suas inseguranças e problemas, mas no campo amoroso percebe que o J.P. não é o ideal, ainda que tenha dificuldade em admitir isso.
Em adição a isso, acho bastante piada ao modo como se aproximam. Há muita gente das suas vidas a torcer por eles, a tentar dar um empurrãozinho, e acima de tudo, as coisas acontecem duma forma real. Nada perfeitinho, algumas acções menos correctas, mas as coisas acontecem porque têm de acontecer.
Adoro um momento em que o Michael confessa à Mia que a ajudou não pela família dela, mas para a fazer feliz, tendo motivos "inteiramente egoístas", o que é um piscar de olhos a Orgulho e Preconceito, quando o Mr. Darcy diz algo do género à Lizzie sobre a situação da Lydia. Perfeito!
Não tenho muito a dizer do Perfect Princess, a não ser o mesmo do As Lições da Princesa: um livro bem giro, com um design fixe, uma boa capa dura. Este destaca princesas, de nome ou não, ficcionais ou não, que sejam merecedoras de destaque. O mais significativo do livro é a participação de outros personagens do mundo do Diário da Princesa nos comentários feitos no livro, e melhor, feitos de acordo com a "voz" do personagem.
No fim de contas, depois de ter lido isto tudo, estou muito curiosa para ver como a Mia está, alguns anos depois. Tenho a certeza que as "neuroses" ainda hão de estar lá, em parte, porque o que é um livro dos Diários da Princesa sem um pouco de drama? Mas também vai ser bom rever os personagens, ver onde eles estão, o que fizeram até agora. Já estou com saudades, e acabei agora de ler a série.
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