Homem-Aranha: Tormento, Todd McFarlane
Ok, a ideia é intrigante, confesso. Colocar o Homem-Aranha numa situação desconcertante, fora da área de conforto dele. Dificultar-lhe a vida, obrigá-lo a encarar a morte de frente, trazer um inimigo de volta, desorientá-lo.
A execução? Mehhh. O enredo não está focado, anda ali às voltas, sem sabe onde quer chegar, e a verdade é que não tem um clímax satisfatório, algo que termine as coisas. Afinal o vilão estava a fazer aquilo porquê? Só porque sim? Compreendo o terror de não saber, mas não faz uma boa história. Além disso, o argumento não era muito forte; soou-me a potencial para estar melhor escrito, mas não estava.
Quanto à arte, compreendo porque ganhou tanto destaque na altura. É bastante detalhada, as duplas páginas, o detalhe nas teias... e as poses doidas do Homem-Aranha. São interessantes, mas talvez um pouco exagerados. Pelo menos, fiquei a pensar na exequibilidade de algumas. E as proporções parecem-me, bem, desproporcionais. E as caras são diferentes, se bem que aqui é no bom sentido, maioritariamente.
Justiceiro: A Ressurreição de Ma Gnucci, Garth Ennis, Steve Dillon
Portanto, li há uns anos O Regresso do Justiceiro, e apesar de o Justiceiro não ser propriamente coisa que eu costume ler, foi uma leitura divertida, se é que se pode pôr as coisas nesses termos. Os eventos meio doidos, a violência sem limites, a intriga no seio da Máfia.
Portanto, foi bastante agradável e até surpreendente saber que existia uma espécie de sequela. Esperava que trouxesse os elementos que encontrei na história anterior, bem como o sentido de humor da mesma, e foi isso que obtive.
Adorei a maneira como "trouxeram de volta" a Ma Gnucci, como isso traz de volta elementos da história original e como brinca com eles. O enredo continua a ser completamente doido, mas faz bastante sentido.
A arte é até bastante interessante, com umas cores vivas, muito giras, e um traço detalhado que primeiro se estranha, depois se entranha. Parece-me focar-se mais nas reacções e expressões dos personagens, o que me agrada.
X-Men: Caixa Fantasma, Warren Ellis, Simone Bianchi
Gostei mesmo deste volume. Ao longo dos anos tenho lido bastantes coisas dos X-Men, e por isso estou bastante ao corrente das coisas com eles, mas é bom ir preenchendo as lacunas. Li um ou dois dos livros escritos pelo Joss Whedon que antecedem este, e fiquei muito agradada com esta abordagem.
Primeiro porque é suficientemente diferente da anterior. Faz a sua própria coisa. Mundos paralelos, e as caixas fantasmas como forma de viagem entre eles. Seres monstruosos criados artificialmente. Uma invasão a partir de um desses mundos. Os X-Men são em si um conceito de ficção científica, e é bem fixe vê-los a lidar com outros conceitos do género. Adorei ler a história e acompanhar este aspecto.
Depois porque é uma história isolada, auto-contida, que funciona muito bem sozinha. Gosto disso. E gosto de como os personagens são escritos. Há um certo sentido de humor na escrita, e gosto mesmo disso. Adoro ver os personagens às turras e a trocar piadinhas.
A arte é bem detalhada e bonitinha. Gosto do estilo pintado, e apreciei mais este trabalho que que o anterior do mesmo artista. Deu-me gozo acompanhar.
Homem-Formiga: Um Mundo Pequeno, Jack Kirby, Stan Lee, David Michelinie, John Byrne, Tim Seeley
Um conjunto de histórias sobre os vários personagens que assumiram o manto de Homem-Formiga. A primeira parte é sobre o Hank Pym, sobre como descobriu os seus poderes e como os usou pela primeira vez. A segunda parte é sobre o Scott Lang, como descobriu o fato e o usou da primeira vez para ajudar um ente querido. (Elementos da história vislumbram-se no filme recente.)
A terceira parte, a mais longe, conta com o Hank Pym noutro uniforme, em lembrança da sua esposa, a Vespa, e Eric O'Grady a usar as vestes de Homem-Formiga. As duas primeiras partes são relativamente aceitáveis, funcionam bem como história de origem...
... mas preferi esta última parte. É uma história mais longa e elaborada, e super divertida de ler por causa dos dois protagonistas. Também ajuda ser uma história mais recente, em que a arte vai mais de encontro ao que já conheço.
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