Amazing Spider-Man: Edge of Spider-Verse, David Hine, Jason Latour, Dustin Weaver, Clay McLeod Chapman, Gerard Way, Fabrice Sapolski, Robbi Rodriguez, Elia Bonetti, Jake Wyatt
Este volume faz parte de um evento maior em torno do Homem-Aranha, um que junta inúmeras iterações de Aranhas de inúmeros universos. E nas cinco histórias reunidas, conhecemos cinco diferentes pessoas que tomaram o manto de Aranha.
A primeira história é uma versão noir, passada nos anos 30. É aquela mais semelhante à história do Peter Parker, reimaginando o personagem nessa época. Gosto da estética da época e do estilo, e apreciei-a por isso. Achei curiosa a história da Mary Jane, que esteve a lutar na Guerra Civil Espanhola. Gostava de ler mais sobre isso.
A segunda história é a história que cativou a imaginação dos leitores, ao ponto de ter merecido o lançamento de uma revista própria. É sobre a Gwen Stacy, e o que teria acontecido se ela tivesse sido a pessoa picada pela aranha. Acho que o melhor que esta história faz é tirar a Gwen do pedestal de namorada morta tragicamente e dar-lhe uma história própria, fazendo dela a protagonista. É isso que é refrescante e cativante. Estou muito interessada em continuar a ler.
A terceira história é sobre Aaron Aikman, um génio biotecnológico que ganhou os poderes aranha através de resequenciação ADN, e que usa um fato aranha muito ao estilo do Homem de Ferro. O estilo de narração da história e o tipo de desenho faz-me lembrar o estilo japonês de contar uma história em manga, não sei se é propositado. Aqui o que gostei de ver foi o twist cibernético da história do Homem-Aranha, porque de resto não se destaca.
A quarta história é sobre a iteração mais creepy que o Homem-Aranha já teve. As circunstâncias em que este alter ego do Peter Parker cresceu são bastante semelhantes, mas ao mesmo tempo tão diferentes. O miúdo é um psicopata em potência, as suas circunstâncias não ajudam, e a parte final é aterrorizadora.
A quinta história é a minha favorita a par da da Gwen. Neste caso, porque pega no género mecha e faz-lhe uma homenagem, muito particularmente a Evangelion. Pelo menos, o meu apreço por Evangelion fez-me ver os paralelos, e adorei encontrá-los. Uma adolescente encontra-se a controlar uma máquina gigante (em forma humanóide, ao estilo aranhiço), uma que só ela pode controlar, numa cidade futurista. Enfrenta seres parecidos com os Angels, e veste-se ao estilo Sailor/uniforme de escola japonesa. Adorei cada segundo, e gostei do estilo mais sossegado de narrar.
Batwoman vol. 4: This Blood is Thick, J.H. Williams III, W. Haden Blackman, Trevor McCarthy, Francesco Francavilla
E cá está mais um título tramado pelo drama de bastidores e interferência editorial que parece ser demasiado frequente lá por terras da DC. Neste caso em particular, um desacordo quanto ao rumo que a história iria tomar levou os autores a bater com a porta e pôr-se na alheta - e pelo caminho, em jeito de manguito, deixaram um cliffhanger e uma situação meio difícil de resolver, só porque podiam.
Este volume foca-se muito no círculo de pessoas que rodeia e apoia a Kate, e gostei mesmo dele por isso. Desde o início que é essa parte que me tem atraído na história, o modo como ao mesmo tempo a Batwoman opera separada da Bat-família, sendo que esta raramente se atravessa no caminho dela - acentuando a independência da Kate.
E ao mesmo tempo, ao longo dos livros temos percebido que a Kate não está sozinha, tem até um sistema de suporte fantástico, acho que ela é muito má a reconhecê-lo. Neste volume tem de ser a Maggie a obrigá-la a aceitar a ajudar de todos para cumprir a sua missão; e gosto bastante de ver que toda a gente tenta contribuir, até a madrasta, numa tentativa de proteger as "meninas" (a Kate e a Bette) dos momentos mais duros.
O enredo foca-se na tentativa da Kate, como Batwoman, fazer uma coisa que duvido que queira mesmo fazer, excepto pela chantagem a que é sujeita. O volume desenvolve a história à volta dessa tentativa, e das razões que a movem. O pai, o coronel, colabora no plano, especialmente no que toca à Bette e às acções dela, o que me agradou, porque são dois personagens que tenho apreciado ao longo da série.
Em termos artísticos, o traço passou para Trevor McCarthy (já no volume anterior, até), mas sinto que ele fez um bom trabalho a manter a estética anterior, ao mesmo tempo que tem o seu jeito próprio. Há um certo dinamismo e expressividade no modo como trabalha.
Batgirl vol. 4: Wanted, Gail Simone, Fernando Pasarin, Jonathan Glapion, Blond
No seguimento do volume anterior, seguimos a Barbara Gordon na sua tentativa de lidar com as suas acções, vendo como não se sente merecedora do uniforme que usa, e como duvida das suas capacidades e das razões pelas quais faz isto.
Pelo meio, uma vilã chamada a Ventriloquista anda a semear o terror, e cabe à Batgirl travá-la, com ou sem crise de fé. Foi uma vilã muito interessante de seguir, pelo factor arrepiante sempre que ela aparecia, com o seu boneco atrás, e as acções que tomava.
Acho um pouco triste, e até estranho, que as coisas tenham chegado a tal ponto com a Barbara, e o Batman não dá sequer um arzinho da sua graça. Uma das melhores aparições na série foi a que ele fez no primeiro volume, e tenho pena que nunca mais tenha partilhado cenas com ela (excepção feita a Death of the Family, no volume 3). Sei que as coisas estão más na Bat-família, mas a Batgirl cometeu aparentemente o pecado capital para eles.
O único que tenta confortá-la e confrontá-la é o Dick Grayson, o Nightwing, numa cena que até me fez ter pena que ele não aparecesse mais uma ou outra vez. Creio que ele e a Barbara funcionam como suporte um para o outro no meio do drama da Bat-família, e têm uma relação próxima gira, por isso era engraçado vê-los mais juntos.
Como se não bastasse a Barbara sentir-se culpada por.. coisas, tem um interlúdio doce proporcionado pelo Ricky, um jovem com que se cruzou anteriormente como Batgirl, e as coisas descarrilam rapidamente, num clímax desanimador. (Só a Alicia e a amizade dela com a Barbara animou a sua vida pessoal. A Alicia é adorável.)
Parte da tensão do volume prende-se com a determinação que o comissário Gordon tem em prender a Batgirl pelas suas acções, o que leva a uma cena gira dele com o Batman, a criticá-lo por deixar uma jovem seguir-lhe os passos até terminar nisto. Há, obviamente, um confronto final entre ele e a Batgirl, noutra cena fascinante (muito mal representada pela capa, porque as posições dos personagens estão invertidas, e isso faz a diferença). Suspeito que o comissário tenha as suas próprias ideias sobre a identidade deste pessoal que usa capas, incluindo a Batgirl, e que não tencione prová-las. É uma posição interessante, a dele, esteja ele certo ou não nos seus palpites.
A história final faz parte de um evento chamado Zero Hour, e creio que é suposto ser uma espécie de prequela/história de origem para a Barbara, numa sua versão adolescente no meio de uma tormenta em Gotham. Não achei assim tão interessante. Acho que tenho alguns problemas com histórias contadas assim, primariamente recorrendo à narração interna, e apesar de ter o potencial para ser um momento que a define, não me cativou.
Saga vol. 5, Brian K. Vaughan, Fiona Staples
Aquilo que vou dizer aplica-se a todos os volumes da série, e podia servir como a totalidade da minha opinião: é Saga, o que quer dizer que é uma boa viagem, uma pessoa diverte-se, mas acaba demasiado cedo. E agora que fiquei actualizada no que saiu cá para fora até agora, vou ter de esperar horrores de tempo até ler o próximo, e até lá vou esquecer-me de tudo, estou mesmo a ver.
Reflexões que vieram com este volume: é engraçado, no passado pelo menos duas pessoas me disseram que ficaram impressionadas com o quão gráficas as coisas são às vezes em Saga, e eu acho que nunca tinha reparado até me fazerem esses comentários. Acho que a única vez que franzi os olhos a algo foi no início do volume anterior, que tinha um nascimento em close up, e não dava para perceber nada da coisa até semicerrar bastante os olhos. Normalmente o traço da Fiona Staples é muito mais claro e directo, e nunca me incomodou. Até é refrescante.
O enredo continua a desenvolver-se a partir dos acontecimentos anteriores, e exploramos mais um cantinho deste universo. (Again, Fiona Staples com rasgos de brilhantismo, porque ela farta-se de criar raças e seres diferentes e exóticos e totalmente credíveis. Mas continuo a achar os robôs um bocado estranhos.)
Destaques: a parte do esperma de dragão. Hilariante. O Ghüs é adoravelmente fofinho. A última cena da Yuma no livro, completamente épica. Tenho pena da pobre Hazel, porque está a ser usada e trocada como mercadoria por uma série de partes, e isso não é bom para uma infância. E ela está tão fofa agora, já fala, e faz os comentários mais giros.
A parte final deixa-a num ponto intrigante. Ainda mais quando mais cedo ela tinha dito algo do género "iriam passar-se anos até ver o meu pai". (Continuo a detestar esta "antevisão" das coisas. Ugh. Seus provocadores.) Totalmente explicável a esta luz. Só espero que sejam poucos anos. A série tem feito passar o tempo quase sem darmos por isso, portanto imagino que até venha a correr bem.
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