segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, J.K. Rowling


Opinião: Há uma razão para eu relembrar este livro com uma certa predilecção. Tantas revelações! Adoro quando a J.K. Rowling se põe a escavacar o passado e derramar esta abundância de revelações no nosso colo.

Especificamente: aprecio particularmente este tipo de revelações, em que conhecemos a "verdade difundida", e depois a autora troca-nos as voltas e faz-nos questioná-la, mostrando-nos toda uma camada por baixo. Adorei rever a história dos Salteadores, o seu passado, o que realmente aconteceu que levou ao evento trágico da morte dos Potters. É algo pelo qual a autora sempre se pautou, estes mistérios dentro de mistérios, e é tão giro.

Outras coisas fixes do livro: o mapa dos Salteadores. Abençoado mapa, que tantas travessuras permitiu. As novas disciplinas de Hogwarts. A tensão derivada da fuga do Sirius Black, o que provoca em Hogwarts. A professora Trelawney. O professor Lupin, pobrezinho, que o homem não tem uma folga, e é capaz de ter sido o melhor professor de Defesa contra as Artes Negras que Hogwarts já viu.

A história com o Buckbeak é deliciosa, porque mostra um pouco de como funciona a burocracia mágica. Oh, e as cenas com o Vira-Tempo! O clímax já é bastante excitante, desde a Cabana dos Gritos até à enfermaria, às "cinco para a meia-noite" - mas rever as cenas anteriores com o Vira-Tempo é brilhante. Adoro a maneira como as coisas encaixam na cronologia.

Há uma coisa que me ocorreu sobre o Sirius. Duas, até. A primeira é que me mata completamente pensar na hipótese do Harry ter uma vida familiar completamente diferente, e não ter a oportunidade de chegar a esse ponto. Eu queria tanto vê-lo a morar com o Sirius. Mas enfim, a Jo acha bem dar-me cabo de todas as figuras parentais do Harry...

A segunda é sobre a natureza da personalidade do Sirius. Consegue-se perceber, pela sua recusa em ir para Slytherin, como a sua família, que tem um melhor fundo que eles. Mas há alguns laivos de quase maldade, provavelmente aprendidos com eles, a que não consegue escapar. A maneira como mandou um Snape jovem para uma situação de perigo, por exemplo.

E receio que os anos passados em Azkaban tenham piorado a questão. Quero dizer, ele na forma de cão morde o Ron, ferindo-o e arrastando-o para o Salgueiro Zurzidor, o que lhe parte a perna. E isto a um miúdo de 13 anos! Não interessa quão desesperado estivesse para agarrar o Scabbers. Sei lá, tudo isto me faz questionar acerca do que poderia ter sido se as circunstâncias fossem outras, em múltiplos sentidos.

Última questão, que me ocorreu ao ler este livro. É assim, tiveram o trabalho de passar o livro para o Novo Acordo Ortográfico. E era assim tão trabalhoso fazer também uma revisãozinha à tradução? Porque as traduções dos livros em português desta série continuam a ter ocasionalmente asneiradas vergonhosas. Ugh. Detesto quando consigo perceber que a tradução de uma frase está mal feita.

Título original: Harry Potter and the Prisioner of Azkaban (1999)

Páginas: 352

Editora: Presença

Tradução: Isabel Fraga

6 comentários:

  1. ok, nunca li os livros, só vi os filmes. Dito isto, a história do Prisioneiro de Azkaban é o meu favorito!
    Eu vibro-me com tudo o que tenha viagens do tempo. Não é fácil lidar com paradoxos e contradição de comportamentos, habituais neste género, mas gostei muito do que a Rowling fez.

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    1. Também gosto imenso de viagens no tempo, especialmente quando tudo funciona e faz sentido. E adorei o que ela fez aqui. O pequeno toque de o Harry de ver a ele próprio a fazer um Patronus, por exemplo. ^_^

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  2. *sigh* Também gostava de um dia reler Harry Potter, mas acho que ia querer ler em inglês, especialmente porque concordo com o que dizes ali no fim, a tradução desta série não é das melhores, ainda me lembro que às vezes nem usavam as mesmas expressões de livro para livro. Se bem que os meus livros já são um bocado velhotes, não sei se foram corrigindo isso ao longo das edições.

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    1. Nah, corrigir? Isso é para meninos. A única coisa que eles se deram ao trabalho de corrigir foi o raio do Acordo. As expressões mantêm-se como eu me lembrava, a diferença é que agora sei inglês suficiente para me irritar com certas coisas. Bem, ainda não avancei o suficiente para ver se continua a haver a mudança do cepatorta para outra palavra qualquer que não me lembro, que era uma das que mais me irritava, portanto veremos.

      Mas sim, preferia ler em inglês. Aliás, da próxima vai ser em audiolivro, se eu tiver uma palavra a dizer sobre o assunto. Estou extremamente curiosa. Talvez daqui a uns dois anos. :)

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  3. Olá
    Confesso que este era o livro que menos gostava da série. Isto até o reler há uns meses, aí o caso mudou de figura e realmente adorei, é um livro cheio de revelações importantes. Acho que o filme não lhe faz jus.
    Beijinhos e boas leituras

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    1. Que fixe! Fico contente por ver que a história se "revelou" para ti, este livro tem alguns dos pontos mais importantes e interessantes da série. Obrigada pelo teu comentário! Boas leituras. **

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