Thor: Coração do Mundo, Matt Fraction, Olivier Coipel
Este livro decorre, ao que sei, depois do evento Siege, e Asgard e os Asgardianos ainda se mantêm junto a uma cidadezinha do Oklahoma. Thor e Sif são enviados por Odin ao fundo de Yggdrasil, para encontrar uma misteriosa Semente do Mundo. Esse acto chama a atenção de Galactus, que vem para a Terra com o objectivo de a adquirir; só que Odin tem outros planos...
Normalmente não leio muita coisa que envolva os Asgardianos: é paradoxal, em teoria gosto muito da mitologia envolvida, e o que tenho encontrado agrada-me; mas há uma gravidade na atitude dos personagens que não me leva a lê-los muito.
Tendo dito isto, é uma premissa meio interessante. Frustra um bocadinho não saber o objectivo mais geral da introdução da Semente, mas a ideia é provocante, especialmente quando leva a questionar a natureza de divindade e dos deuses asgardianos. Tendo a desconfiar das aparições do Galactus, porque é suposto ser tão assustador, mas toda a gente e o primo deles quer usar o Galactus numa história, e dá a sensação que depois se arranja uma maneira demasiado fácil para derrotá-lo. Diminui a ameaça que é suposto representar.
Pontos altos do livro: a presença de Broxton, e a preocupação normal dos seus cidadãos com os vizinhos asgardianos; o Volstagg e o seu alheamento da realidade; e o Kid Loki, que é uma apresentação curiosa do personagem (e a tentativa dele roubar o cabelo da Sif é extremamente divertida).
O Thor parece um pouco estranho, está desenhado duma forma que não me parece visualmente muito interessante; e por outro lado, vejo a Sif por ali apenas a servir de enfeite do cenário, que também não é nada interessante.
Hulk: Futuro Imperfeito, Peter David, George Pérez, Dale Keown
Huh. Quem diria que o Hulk se torna 100 vezes mais interessante num futuro distópico e/ou pós-apocalíptico? Talvez seja da minha preferência pelo género, mas achei que ambas as histórias trouxeram ao cimo os conflitos essenciais do personagem.
Futuro Imperfeito mostra um Hulk do presente, a ser levado para um futuro distópico regido pelo Maestro. A relação entre os dois é fantástica de ver na página, e gostei bastante da exploração psicológica da mesma. O final é muito bom, usa elementos da mitologia do personagem e elementos da história, e fecha o ciclo.
Gostei tanto da arte, visualmente era bem estimulante, com uma bela cor, e tão detalhada. Algumas páginas eram estonteantes. (A sala dos artefactos de heróis do passado também era muito fixe.)
O Fim é totalmente pós-apocaliptico. Todo o mundo morreu num evento apocalíptico, e apenas o Hulk sobreviveu, passando os dias na dualidade entre o Bruce Banner e ele próprio. A desolação da paisagem é impressionante e assustadora, e aquela coisa dos insectos é simplesmente aterradora. Além disso, a ideia de outrém a vigiar a Terra durante o apocalipse é preocupante. Além disso, a dualidade entre as duas facetas do personagem é explorada duma forma que me agrada dentro do contexto.
Marvels: Através da Objectiva, Kurt Busiek, Jay Anacleto
Gostei bastante do primeiro Marvels, mas sabia que este era um pouco menos bem visto, e então estava curiosa e ao mesmo tempo de pé atrás quanto a lê-lo. Pois bem, é uma história de natureza um pouco diferente, mas igualmente satisfatória, parece-me. Funciona como sequela, mas algumas cenas mais do início estão intercaladas com os acontecimentos do primeiro livro, e gostei de seguir novamente o Phil.
O tom é menos esperançoso, mais negativo. Contudo, tendo em conta a condição do Phil, é o que faz mais sentido. Em adição, o Phil está a envelhecer, ao passo que estas maravilhas continuam na mesma e a salvar o mundo, o que compreensivelmente o deixa algo amargo. A velhice também pode trazer algum conservadorismo, que pode mudar a perspectiva do Phil.
Em último, o mundo também mudou. O sensionalismo das épocas mais tardias é muito certeiro, e compreende-se a desilusão de Phil com o seu meio, e a sua reaproximação dos que admirava. É isso que aprecio no livro, a relação de Phil com as maravilhas que continua a observar, a perspectiva do homem comum no meio do caos.
Pontos para a escrita, que achei mesmo emocional, capaz de evocar aquilo que Phil sentia no momento, de forma poderosa. Fiquei impressionada. O final é algo amargo, e inevitável, mas fico feliz pela reunião que trouxe. A arte, bem, isto não é nenhum Alex Ross - é injusto metê-lo ao barulho e permitir sequer a comparação, porque não é justo para os outros artistas. Até gostei deste trabalho, e como de certo modo era mais sombrio que no volume anterior. Muito adequado.
Gavião Arqueiro: Quem Pelo Arco Vive, Matt Fraction, David Aja, Javier Pulido, Alan Davis
Eu já opinei este livro aqui, e adorei, e a minha opinião mantém-se. Só queria uma oportunidade para o destacar outra vez. Agora que acabei a série estava a ficar com saudades, e aproveitei esta oportunidade para a releitura.
Este volume tem todos os números da revista contidos no primeiro volume da revista, mais o número 6, que já faz parte do segundo volume. E já agora que tenho oportunidade, destaque para as introduções incluídas em todos os volumes, são a primeira coisa que leio e são frequentemente interessantes, informativas e uma boa forma de entrar na história.
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