Alexandre Beck
Páginas: 96 (cada)
Editora: O Castor de Papel
Acho que vai ser uma opinião relativamente breve; os livros em si são curtinhos. Armandinho é uma colectânea de tiras publicadas pelo autor num jornal local, em Santa Catarina (Brasil). O volume zero é um pouco experimental, no sentido em que inclui tiras do título anterior que o autor publicava, e mostra a transição dele para o Armandinho. (Além de que o menino ainda não tinha nome atribuído nesta fase.)
Lembra (e com certeza que será uma homenagem deliberada) um cruzamento entre Calvin e Hobbes e Mafalda, no modo como coloca uma criança a questionar o mundo e aquilo que o rodeia. A diferença prende-se com o conteúdo; Armandinho tem menos de opinador - a Mafalda era muito mais política e sarcástica - e menos de enfant terrible - o Calvin vivia para arranjar sarilhos e ficava geralmente enterrado neles até às orelhas.
No entanto, se formos para a leitura com uma mente aberta e sem expectativas, é provável que nos divirtamos. O Armandinho tem uma visão questionadora do mundo, e ainda que não vá mudar mentalidades, vai certamente fazer do mundo um lugar melhor por um bocadinho, pela gargalhada que provoca. A arte é simples mas cativante, e gosto que a edição seja em papel a lembrar o papel de jornal.
Sem comentários:
Enviar um comentário