Homem-Aranha: Azul, Jeph Loeb, Tim Sale
Hmmm. Esta acabou por ser revelar uma história e uma narração interessantes. Não tem exactamente princípio nem fim; é um recontar de histórias do Homem-Aranha de tempos antigos - o Peter cruza-se com alguns dos seus típicos inimigos, como o Duende Verde, o Lagarto ou o Rino. E nos entretantos, a narrativa mostra pedaços do dia-a-dia do Peter, com a tia May ou com o grupo de amigos que inclui o Harry Osborn, o Flash Thompson, ou as verdadeiras bombas que são a Gwen Stacy ou a Mary Jane Watson.
Acho que apreciei a narrativa pela sua simplicidade - a vida do Peter era definitivamente menos complexa e dramática; tudo o que o preocupava, para além dos vilões típicos, era estar dividido entre as atenções de duas moças giras. Apreciei a descrição dos momentos passados entre amigos, e gostei da caracterização da jovens; deu para vislumbrar uma personalidade forte e o porquê de se interessarem pelo Peter.
A arte é bastante boa; com um estilo clássico e simples, mas mesmo cativante. Gostei de como as meninas foram apresentadas, mas também gostei da expressividade do traço. O final é melancólico, mas gostei que relembrasse que não foi só o Peter a ser afectado pela tragédia da Gwen.
Thor: O Último Viking, Walter Simonson
Para uma colecção de histórias clássicas, acabei a divertir-me muito. Normalmente estas são muito soltas e não tendo um fio condutor, colectando narrativas curtas; mas esta compensa isto e muito. Creio que a "culpa" é do autor: pareceu-me fantástico como argumentista. Conseguiu cativar-me e interessar-me pelos personagens em foco no livro (Beta-Ray Bill e o titular Último Viking) e pelas suas histórias.
Em adição, consegue captar bem um certo tom que é perfeito para narrar as aventuras de um deus nórdico. Há muitos elementos conhecidos da mitologia do Thor da Marvel e muitos elementos da mitologia nórdica, e algumas pequenas surpresas e coisas giras.
A arte é mais cativante graças à recoloração, que é dinâmica e mais moderna, mas o próprio traço em si é complexo e dinâmico e capaz de captar o olhar do leitor. Em suma, uma boa surpresa.
Vingadores: Primordial, Brian Michael Bendis, Alan Davis
Ok, a história em si é um pouco básica, mas é divertida. A premissa é que decorre algum tempo depois da Guerra Civil e logo após o evento Cerco nos comics: o Tony Stark e o Steve Rogers ainda estão amuados um com o outro e continuam a discutir quando têm oportunidade; por sua vez, o Thor está mesmo, mesmo, mesmo farto de os ouvir. (Pobrezinho. Nós também, querido.)
Entra em cena um evento cataclísmico que altera a maneira como os reinos da mitologia nórdica se relacionam, e os três são arrastados para um cenário de fantasia épica que os obriga a procurar uma solução para o desalinhamento do universo como o conhecem.
Huh. É isto que os super-heróis fazem quando precisam de terapia de casal, então? Porque a história é escrita com algum sentido de humor; o Steve dentro de meia hora após aterrar num local estranho, já arranjou uma armadura e um escudo, e conseguiu encantar um elfa negra jeitosa; o Tony por sua vez acaba por se meter em apuros e tem de ser salvo pelo Steve.
Já o Thor está em apuros mas sai deles sozinho, e faz por descobrir quem está por trás de tudo, enquanto os outros dois estão a resolver os seus problemas. E pronto, as coisas terminam bem e os Vingadores voltarão ao seu estado natural. Pelo menos já ninguém tem de aturar mais discussões.
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