Catwoman: O Grande Golpe de Selina, Darwyn Cooke
Uma história que captou o meu interesse pela protagonista e pelo tom. Selina Kyle está morta para o mundo, mas um golpe que corre mal deixa-a desesperada e ambiciosa: o golpe que se propõe executar de seguida envolve roubar da máfia. Com um plano tão temerário, é provável que as coisas venham a correr mal...
Uma história que me cativou pelo tom noir, ao estilo daquelas narrativas de detectives de antigamente, com um golpe, uma femme fatale, violência estilizada a todos, um detective e montes de gente em sarilhos antes da história acabar... É um enredo clássico e rodado, mas é precisamente por isso que resulta.
A arte também me encheu o olho, o estilo é cartoonesco e simples, mas muito eficaz e cativante. Ajuda que as cores sejam de Matt Hollingsworth, creio que ele trabalhava em Hawkeye e o seu estilo adequa-se perfeitamente.
O volume contém ainda uma história curta com dois dos personagens da história principal, e um assalto que corre mal, colocando-os na mira do Batman, pois as suas acções ditam um momento muito familiar a Bruce Wayne. Uma coincidência interessante, e com economia de palavras é fácil perceber as acções dos envolvidos.
Esquadrão Suicida: Disciplina e Castigo, Ales Kot, Matt Kindt, Patrick Zircher
É um bocadinho óbvio que esta é uma história a meio do decorrer da revista que acompanha a equipa; ao que entendo houve uma mudança de escritor, e isto é um mini-reinício da narrativa, mas parecem ter acontecido coisas antes disto, e não sou fã da ideia de apanhar uma história a meio.
O enredo em si não é nada de especial, pelo menos não no que toca às missões: são genéricas, cheias de vilões genéricos, desconhecidos e com motivações desinteressantes, e por vezes são mesmo confusas. O interesse está na exploração dos personagens: a Harley Quinn é incrivelmente interessante, e morri ao descobrir que o querido irmãozinho psicopata da Barbara Gordon, a Batgirl, que apareceu nalguns dos volumes dela que li o ano passado, aparece aqui! A ideia de tê-lo como analista é fabulosa. (Bónus no volume: dois números sobre a origem da Harley e do Deadshot. Algumas ideias interessantes, mas não é a maior invenção desde a roda.)
Dentro dos vários artistas aqui presentes, acho que gostei mais do Patrick Zircher, responsável pelos três primeiros números. A arte é complexa e nada aborrecida e dinâmica - e bónus, não desenha a Harley como uma pin-up, coisa que estou rapidamente a aprender que é praticamente irresistível para todos os artistas que a desenham. A sério, é a ideia mais básica de sempre tendo em conta o uniforme dela. O artista da narrativa sobre ela também era minimamente interessante, num sentido mais cartoonesco.
Joker & Harley Quinn: Amor Louco, Paul Dini, Bruce Timm
Ok, acho que entendo porque é que a história titular foi tão popular na sua altura. Depois de um tom tão negro nos comics vindo dos anos 80, a série animada criada por estes dois artistas (e esta história) devem ter sido uma lufada de ar fresco. Contudo, sinto que se saísse nos dias de hoje, nunca teria a mesma relevância.
De qualquer modo, é uma história bem divertida. O humor é apalhaçado, exagerado, físico - adequado para dois vilões que se vestem como palhaços, curiosamente. Morri a rir com os comentários da Harley ("não queres acelerar na tua Harley?"), com os sonhos da Harley sobre a vida deles em conjunto, e com o Joker a imaginar os outros vilões a gozar com ele quando se soubesse que a Harley fez um melhor trabalho que ele a derrotar o Batman. (E gostei que ela o fizesse.)
No entanto, a luz a que mostra a relação deles, o tom divertido, só faz um melhor trabalho a destacar algo preocupante: o quão disfuncionais e errados eles são juntos. Em adição, a arte presta-se ao tipo de história, dinâmica, cartoonesca, fantasticamente colorida. Muito gira.
O volume contém também uma história pelos dois artistas principais, Demónios, que envolve Ra's Al-Ghul, e é gira, mas honestamente não é tão boa como Amor Louco. A terceira história no volume é uma com a Harley e a Poison Ivy, que raptam o Bruce Wayne para o usar como um cartão de crédito ambulante, e irem às compras de Natal para elas. Super-engraçado, especialmente pela frustração do Bruce em ter de fazer o que elas mandam.
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