Super-Homem: Homem de Aço, John Byrne
A primeira coisa que tenho a dizer sobre este livro é que fiquei surpreendida com a parte inicial da história. É claramente a base para o início do filme deste ano, com o mesmo herói, e que até partilha do mesmo título. E digo surpreendida porque me recordo de ler alguns opiniões negativas sobre o filme em que fãs se queixavam de não reconhecer o personagem na tela que conheciam dos comics. O que acho estranho, tendo lido este livro. Parte do filme baseia-se em histórias do cânone do super-herói. Enfim... tenho de desistir de ler opiniões de filmes de super-heróis, está visto, porque me deixam sempre confusa.
Gostei muito do arco narrativo apresentado. É perfeito para uma leiga nas histórias do Super-Homem. Apresenta a juventude e descoberta dos poderes e origem do personagem; a sua procura por usar o que é capaz de fazer para o bem; e o seu estabelecimento como adulto em Metropolis, e o início da sua "carreira" como Super-Homem. Apreciei alguns pontos-chave, como a Lois e a sua persistência em conseguir um furo; o primeiro encontro com o Batman e o choque de personalidades que daí advém; a história da Lana Lang; e o que vislumbramos de Krypton e dos pais do Kal-El. Não apreciei nada o cabelo ruivo/vermelho/whatever do Lex Luthor. É a coisa mais arrepiante que jamais vi. Mas em geral, é um arco de história muito bem escolhido e que gostei de seguir.
Batman e Robin: Batman Renascido, Grant Morrison, Frank Quitely, Philip Tan
Neste volume são incluídas duas histórias, ambas sob a mesma premissa: Bruce Wayne morreu. Dick Grayson, o primeiro Robin, assume o manto de Batman. Damian, o puto reguila e psicopata que aparentemente também é o filho de Bruce Wayne, assume o manto de Robin. E forma-se aqui uma dinâmica que me pareceu muito interessante.
Por um lado, temos o Dick, bastante menos mal-humorado que o Batman original, mas cheio de dúvidas sobre se conseguirá estar à altura do legado do Bruce. E depois temos o Damian, tremendamente arrogante, com alguma vontade de mandar o Dick à fava por causa das suas inseguranças e tornar-se ele mesmo no Batman. Como é que um puto de 10 anos consegue parecer o alfa nesta relação é que me deixa incrédula, mas resulta. Não gosto muito do Damien, pela tendência para resolver tudo pela violência que ele tem, mas acho que pode vir a aprender com o Dick. O espanto dele por o Dick lhe ter salvo a vida é qualquer coisa de engraçado.
Sobre os enredos em si, nada se destaca, o que é estranho, pois temos um circo do macabro e um antigo Robin à procura de vingança e de fazer as coisas à sua maneira. Mas toda aquela violência, com o colar e descolar caras, e comer caras, e pegar fogo a pessoas e tiros... deixou-me algo entorpecida. O importante aqui para mim foi o desenvolver da relação destes dois personagens, o resto foi paisagem.
Quanto à arte... já mencionei as minhas dificuldades com o Frank Quitely. Não gosto mesmo nada do modo como ele desenha caras, e a razão pela qual isso não me incomodou tanto aqui foi por o Batman e o Robin passarem o tempo mascarados. (E o vilão também.) É claro que o desenhador a seguir não me causou melhor impressão... há uma vinheta em que o Damian está sem máscara e parece um velho. Acho que é algo na maneira como sombreia a cara dos personagens. Fora isso, a coloração pareceu-me interessante.
Novos Titãs: Choque de Titãs, Geoff Johns, Mike McKone
Este é capaz de ser o título dos três que mais gostei. Drama adolescente é comigo. Gostei muito de conhecer o elenco de jovens que constitui o grupo. Uma parte deles até já conhecia de livros anteriores desta colecção.
O Kid Flash do Flash: Renascer, onde tive oportunidade de conhecer a mitologia dos personagens. Aqui ele teve de passar por muito. O joelho ferido e o modo como recupera. Aquela coisa que ele faz na biblioteca. (E que me fez invejá-lo e à sua memória fotográfica.) A Moça-Maravilha (odeio o termo Moça usado para super-heroínas, btw) já tinha aparecido no volume da Mulher-Maravilha, mas tanto aí, como aqui, em parte, parece-me algo indefinida. No fim já ganha alguma dimensão, com a interferência da Mulher-Maravilha, mas o conflito torna-se acerca de todos os jovens heróis, por isso é sol de pouca dura. Mas fiquei curiosa acerca do presente que recebe e que repercussões terá.
O Robin conheci no Crise de Identidade, em que uma tragédia pessoal o ataca. E no Batman: Herança Maldita, em que leva um enxerto de porrada do Damian (eu sabia que havia uma razão para não gostar daquele puto), se bem me lembro. Apesar de tudo, é capaz de ser o meu Robin favorito, dos que conheci. Há algo na sua história e na sua personalidade que me agrada - é tão meditabundo como o Batman, um nadinha nerd, e bastante esperto (gosto imenso de como ele engana e desafia a Estelar... e de como admite que mente ao Batman, sendo convincente... é preciso coragem para trocar as voltas ao Batman, de todas as pessoas).
Os outros conheço muito mal. O Superboy (aqui já não houve tradução parva por Super-Moço, pois não?), bem, acho que nunca me tinha cruzado com ele até agora. Tem uma história com paralelos à do Super-Homem, ou não fosse um dos personagens desse universo, está sob a "alçada" deste, e gostava de conhecer melhor a relação dos dois. O Mutano, a Estelar, o Ciborgue e a Ravena (que quase nem aparece, servindo apenas para lançar o arco de história que se segue ao que é apresentado neste livro) são personagens que nunca encontrei, acho. Os Teen Titans (também não gosto de Novos Titãs) é grupo com o qual nunca me cruzei.
A minha parte favorita do livro é mesmo a questão de um grupo de jovens com super-poderes a crescer e a tentar encontrar o seu lugar no mundo. O desenvolvimento dos personagens ao longo do livro, com as responsabilidades que encaram e os sarilhos que têm de enfrentar, foi o que me deixou interessada. Adorei a parte final, com o face-off com a Liga da Justiça e com cada sidekick adolescente a enfrentar o seu respectivo super-herói. É um momento de afirmação muito giro. E pontos bónus ao Nightwing por vir meter juízo nestas cabeças.
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