Título original:
Nicola and the Viscount (2002)
Victoria and the Rogue (2003)
Páginas: 260/248
Editora: Bertrand
Tradução:
Maria José Santos
Sara Rodrigues
Sou uma grande fã destes livros. Li-os vezes sem conta quando era mais nova, depois de serem lançados. (Há uns bons 10 anos... o tempo passa.) Têm uma pitada de várias coisas que me agradam. Um tom de romance histórico, mas mais apontado para uma audiência YA. Uma homenagem e reminiscências de autoras do género, e até de autoras que escreviam na época em questão. Heroínas ao jeito da Meg Cabot. Uma bela história para me divertir por umas horas.
Nicola e o Visconde conta a história de Nicola Sparks, uma jovem orfã que está na sua época de debute, mas que suspira pelo irmão de uma das suas amigas de escola, o titular Visconde, ou como ela e a sua melhor amiga Eleanor lhe chamam, o deus. Quando, para sua surpresa, o Lorde Sebastian Bartholomew começa a devotar-lhe as suas atenções, e rapidamente a Nicola está noiva dela. A perspectiva de casar com um deus é deveras excitante... mas depois Nicola começa a ouvir insinuações sobre Sebastian, e pior, insinuações que vêm da parte do Nathaniel Sheridan, o irmão de Eleanor, e pessoa junto da qual a Nicola não consegue manter a compostura...
Esta é uma história divertida, e apesar de hoje reconhecer que é a das duas a menos boa, em termos de escrita, continua a ser a minha favorita. Divirto-me imenso com as trocas de palavras entre a Nicola e o Nathaniel, e acho que são o casal mais forte dos dois livros. Apesar das suas discussões e diferenças de pontos de vista, são iguais, intelectualmente, e sei que nunca vão deixar de ter coisas para dizer um ao outro, o que é importante na sua vida futura. Consigo vê-los em velhinhos, a Nicola ainda a defender os méritos dos poetas, o Nat a deitá-los abaixo.
A história, contudo, é a mais fraca e menos preenchida. Quando penso nela, só vejo o drama de quererem forçar a Nicola e vender o terreno da sua casa ancestral, para se construir um caminho de ferro por cima, e de ela não querer vender. Como premissa, não é tão interessante, e acho que se gasta rapidamente.
Como personagens de destaque, para além dos protagonistas, diria que a Eleanor é uma melhor amiga e uma irmã muito interessante; o Harold é um personagem divertido e caricato, pela maneira como se apresenta; e a Lady Sheridan, apesar de aparecer pouco, parece uma senhora bem sensata e uma boa figura materna.
Victoria e o Charlatão relata a história de Victoria, uma jovem que viveu quase toda a sua vida na Índia e volta a Inglaterra para para o debute, e com o objectivo expresso de arranjar marido. Mas até os tios que deixou na Índia ficariam surpresos com a rapidez com que atingiu o seu objectivo: pois ficou noiva do conde de Malfrey ainda no navio! Victoria está deliciada com o noivo, Hugh, e está decidida a ajudá-lo a pôr as suas contas em ordem com a sua herança. Mas Jacob Carstairs, o jovem capitão que viajava no mesmo navio, e que parece aparecer nos momentos mais inoportunos, começa a lançar suspeitas sobre Hugh, o que deixa Victoria indignada... mas ao mesmo tempo, não consegue deixar de pensar nele. Que maçada!
A Victoria e o Jacob, como casal, são tão divertidos. A Victoria mete-se na vida de toda a gente, e o Jacob mete-se na vida dela, por isso de certo modo estão bem um para o outro. Adoro quando ele faz algo particularmente insolente e ela se põe a bufar de indignação. Hilariante. No entanto, são o casal que parece ter menos em comum, ou pelo menos aquele que pareço ter mais dificuldade em visualizar em velhinhos. A não ser que aí ainda estejam a discutir. Isso consigo ver. E temo por eles porque às vezes parecem não compreender muito bem como o outro funciona, ou parecem esperar que o outro mude. (Podem esperar sentados.)
Quanto à história, é mais interessante e mais cativante. A Victoria viveu quase toda a vida na Índia, o que gera um choque de culturas e costumes muito giro. Enquanto que em Inglaterra é esperado que ela se porte como uma menina de boas famílias, mantendo o decoro, na Índia tinha mais liberdade e andava mais à vontade. A Victoria está habituada a resolver as coisas por si própria, mas em Inglaterra é esperado que seja passiva... o que é um dilema curioso.
A outra coisa que gosto na história é a queda da Victoria para tentar resolver a vida dos que a rodeiam. Foi isso que a pôs a caminho de Inglaterra, pois os tios finalmente deram pelas suas interferências e quiseram "livrar-se" dela... e isso gera situações engraçadas. A maneira como ela gere a sua família, os tios, os primos, e a cozinheira... muito bom.
Entre os dois livros, tive oportunidade de avaliar a tradução, e tenho a dizer... há 10 anos, os tradutores e revisores faziam tanta asneira como hoje. A diferença é que eu hoje consigo ver quando estão a fazer asneira. Entre um personagem mudar de nome entre Peter e Pedro, traduzirem "novel" por "novela" (não são a mesma coisa), ou "season" por "temporada de férias" (também não é a mesma coisa)... bem, não são muitas, mas existem. Além disso, alguma linguagem usada é mais antiquada - o que até faz sentido num livro passado no século XIX -, mas tendo em conta o público-alvo, acho que essa opção era desnecessária.
A minha adolescência está aqui *.* Apetece-me relê-los!!!
ResponderEliminarPor acaso o meu preferido sempre foi a Victoria e o Charlatão xD
A minha também... aliás, está com a Meg Cabot, que era a única autora YA a ser publicada naqueles tempos. :) E sabemos como é que a Bertrand a tratou... :/
EliminarAi, eu gosto da Victoria, e gosto mesmo da história, mas ela e o Carstairs como casal sempre me fizeram torcer o nariz. xD
Tmb gostei destes! Que saudades de ler Meg Cabot, ultimamente tenho contentado com o seu pseudónimo que também adoro *.*
ResponderEliminarSão super-fofos, não é? ^_^ Falas dos históricos sob o nome Patricia Cabot? Estou curiosa, gostava de ver o que ela fez em termos de romance histórico. ;)
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