sábado, 3 de janeiro de 2015

2014 em retrospectiva...

2014 foi um ano curioso, no que toca a leituras e aqui ao blogue. Nas leituras porque li muita coisa e muita coisa diferente, e porque pela primeira vez (se não contar com a BD nem lhe atribir género), o género fantástico não foi o mais lido por mim. Para quem é muito fã do género nas suas várias vertentes, isto acaba por ser mais ou menos uma surpresa. A tendência para a diminuição da sua predominância era visível, mas não achei que fosse ser ultrapassado, ainda mais por um outro género que há cinco anos eu não pensaria que fosse ler tanto.

No blogue porque perdi um pouco a vontade de fazer rubricas, e cingi-me mais às opiniões. O objectivo deste espaço era esse, registar as minhas opiniões, mas sempre gostei de complementar com um ou outro tipo de post, os quais até gostava de fazer. Mas este ano, quando não tinha nada para postar em termos de opiniões, também não me surgia a paciência ou a inspiração para outro tipo de coisa.

Mantive apenas duas rubricas, o espaço dedicado a filmes/séries que são adaptações de livros, Uma imagem vale mil palavras, e o Picture Puzzle, que consistia em apresentar conjuntos de imagens que sugeriam um título. E esta última, coitada, morreu. Parei de a fazer no número 100, por ser um número redondo, e por a inspiração e vontade de a fazer já não ser a mesma, além de a participação também não o ser, infelizmente.

Portanto, não sei se voltarei a pegar nalgumas rubricas que tenho por aqui, que não sei quando é que a inspiração voltará a bater à porta, mas sei que estão lá, se as quiser usar, e tenho saudades de algumas, por isso logo se verá, não prometo nada, que sou péssima a cumprir.

Nem tudo é mau, no entanto: eu e a Patrícia do blogue Chaise Longue começámos a nossa própria rubrica, A rainha manda..., que passa por pegarmos na lista de livros que a outra tem por ler, e escolher-lhe um para ler mensalmente, e tenho-me divertido bastante, porque me pôs a ler coisas bem giras, e que se calhar ainda esperariam mais um pouco antes de lhes pegar. É para continuar em 2015.

Quanto ao Diário de Leituras, continuei a usar o da Bertrand, com esse mesmo nome. Ainda o usei menos que, e não tão bem como, no ano anterior, na parte das leituras, e ainda assim gastei todas as páginas reservadas para opinar sobre os livros. Às páginas em branco dei muito bom uso, gastei-as quase todas, apesar de não haver uma organização muito concreta.

O resultado é que não estou com muita vontade de voltar a usá-lo, porque apesar de ser aquele mais próximo do que necessito, falta-lhe um bocadinho para ser perfeito. Estou a trabalhar num sistema para este ano que me sirva ainda melhor, vamos ver se consigo organizar uma coisa que me agrade.

Quanto a estatísticas, como nos anos anteriores, vale a pena destacar alguns pontos.
  • Li 192 livros, ligeirmente mais do que no ano passado, um número igualmente recheado de banda desenhada, mas talvez com um pouco mais de contos, novelas, e outros tipos de narrativas curtas;
  • Isto é uma média de 16 livros por mês (número redondo!), 3,69 livros por semana ou 0,53 livros por dia. Um valor ligeiramente mais alto que no ano anterior, e que corresponde a ter lido mais livros;
  • Li 50838 páginas, algo como aproximadamente 4237 páginas por mês, 978 por semana ou 139 por dia. Também um pouco mais alto que o ano anterior, e pela mesma razão;
  • Estou um pouco mais rápida a ler um livro, pois cada livro levou-me em média 1,90 dias, mas a média de páginas por livro mantém-se na mesma ordem de grandeza, à volta das 265 páginas;
  • O livro mais longo foi City of Heavenly Fire, da Cassandra Clare, com 752 páginas, seguido de perto por A Noite de Todas as Almas, da Deborah Harkness, com 704 páginas, e Dreams of Gods and Monsters, da Laini Taylor, com 624 páginas;
  • O livro mais curto foi o conto The Tailor, da Leigh Bardugo, com 20 páginas, seguido dos contos Tortured e Ruled, da Caragh M. O'Brien e dos contos The Too-Clever Fox e Little Knife, da Leigh Bardugo, todos com 32 páginas, e em terceiro, o conto The Witch of Duva, da Leigh Bardugo, com 48 páginas;
  • Ao contrário do ano passado, desta vez li bastante mais no segundo semestre que no primeiro, mas não tenho propriamente uma boa explicação para isso - talvez a maior disponibilidade de BD neste período me tenha facilitado o ter lido mais este tipo de narrativa, e talvez isso explique o aumento;
  • Quanto ao género mais lido, e se pusermos de parte a BD, sem lhe atribuir géneros, foi o contemporâneo, Young Adult, New Adult e até adulto, com 40 livros, e isso foi uma surpresa para mim, porque não me tinha dado conta que eram tantos;
  • O segundo género mais lido foi o fantástico, com cerca de 37 livros de vários sub-géneros, seguido da Distopia/Pós-Apocalíptico, com 19 livros, e da Ficção HIstórica, com 13 livros;
  • Quanto aos livros lidos serem pertencentes de séries ou não, as percentagens não se alteram muito em relação ao ano passado, apesar de ter lido mais primeiros livros de séries e menos livros sequelas/continuação - contudo li mais livros que não pertecem a séries, por isso nem tudo é mau;
  • Consegui portar-me um bocadinho melhor e ler bastante mais livros antigos e livros emprestados, e por isso ataquei a pilha TBR - foi um ataque suave, mas foi um ataque;
  • As editoras mais lidas foram a Levoir (25 livros), por causa das colecções de BD que edita para jornais, a Marvel (14 livros), os grupos da HarperCollins (18 livros) e da Macmillan (12 livros), por ler muito em inglês destas editoras, a Bertrand (11 livros), e que só está neste top porque 10 desses livros são do meu desafio de reler a Meg Cabot, e por fim a Presença e o grupo 20|20 (chancelas Booksmile, Topseller, Vogais, etc.), com 8 livros cada - foram duas editoras portuguesas que me foram surpreendendo com algumas escolhas durante o ano, e bastantes delas acabaram por ser favoritas;
  • A autora mais lida foi a Meg Cabot, com 19 livros, graças ao meu desafio de (re)leitura dos livros dela, seguida da Jennifer L. Armentrout, com 7 livros (quem mais? esta mulher é uma máquina a escrever, mal posso acompanhá-la), e de Ed Brubaker, com 6 livros, que calhou ser argumentista de alguns livros de BD que li este ano;
  • Houveram vários autores com 5 livros lidos, mas vou destacar a Rainbow Rowell, porque li toda a sua obra publicada este ano, e ela merece;
  • Outra coisa interessante de que me apercebi ao contabilizar os autores lidos (e em livros com autores múltiplos, contei cada autor como uma entidade separada) - entre a BD lida, 89% dos autores lidos são homens, e 11% mulheres, enquanto que entre a ficção lida, os homens são apenas 20% dos autores lidos, e as mulheres 80%.

No que toca a este último, não são números que me espantem, eu tenho noção de que leio na grande maioria mulheres, pelo menos no que toca à ficção e prosa; mas são números chocantes, na parte da BD, pois isto não acontece por eu escolher ler mais BD com autores masculinos, acontece por grande parte dos artistas da indústria de BD ser do sexo masculino, e cada vez fico mais com a ideia que é uma área pouco aberta às mulheres, infelizmente.

Tenho vontade de apostar mais em BD com autoras mulheres, porque alguns dos meus favoritos do ano no que toca a BD foram produzidos por elas, mas não quero tornar isto numa batalha dos sexos, pois nunca o fiz na ficção, e não quero desistir já de ler coisas consideradas seminais ou clássicos ou simplesmente interessantes, quando ainda só agora comecei a explorar esta forma de contar histórias.

Bem, aqui fica o ano em números. Algumas coisas são giras de observar, e é por isso que continuo a contabilizar as coisas desta maneira, algumas dão-me vontade para ir trabalhando nos meus desafios e objectivos literários de 2015, e algumas dão que pensar, como este último ponto. Que 2015 só possa ser ainda melhor.

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