Infinity, Jonathan Hickman, Jim Cheung, Jerome Opeña, Dustin Weaver, Mike Deodato, Stefano Caselli, Leinil Francis Yu
Ao longo da leitura das revistas de Avengers e New Avengers desta nova fase da Marvel NOW!, achei que o desenvolver da história estava um pouco lento, que fazia parte tudo duma coisa maior, e que isso dificultava perceber o significado de cada acontecimento a cada revista. E ao ler o evento Infinity, por mais longo que seja, as peças finalmente encaixaram, e só isso vale muito a pena a leitura.
Acaba por ser um pouco impressionante o planeamento do trabalho do argumentista, Jonathan Hickman. A grande história que está a ser desenvolvida nestas revistas dos Vingadores tem vários fios de enredo, e parecendo que não acabam todos por se entrelaçar. O primeiro é apresentado em New Avengers, é a questão das incursões e o que isso significa para os múltiplos universos, e a promessa de que os mundos ainda hão de colapsar.
Outro que é apresentado e desenvolvido em Avengers, é a parte dos Construtores e o seu lugar no Universo, que é mais ou menos terminado em Infinity, e que está relacionado com o primeiro, pois os Construtores afastaram-se do seu papel e querem destruir a Terra por ser o foco das incursões.
E um terceiro, que é introduzido neste evento, a aparição de Thanos, que procura as jóias do Infinito e alguém muito específico na Terra, o que o leva a aproveitar a ausência dos Vingadores para a invadir. Enquanto que uma parte da sua demanda é resolvida, a outra não, e imagino que venha a ser desenvolvida ou volte a aparecer no futuro.
Portanto, pode-se dizer que acabei por ficar fascinada com a programação do desenvolver duma coisa tão grandiosa. Custa-me um bocadinho que leve tanto a desenvolver, mas agora que dá para ver melhor a imagem geral, parece-me bem mais interessante.
Para um evento tão grande, até acaba por ter um bom ritmo e explicar razoavelmente bem as coisas, e ser bom de acompanhar. Há pequenos àpartes que se nota que são desenvolvidos melhor noutras revistas, e não sou a maior fã, mas no geral não tive dificuldade em acompanhar, e isso é o mais importante.
Captain Marvel vol. 1: In Pursuit of Flight, Kelly Sue DeConnick, Dexter Soy, Emma Rios
Não posso dizer que tenha lido a Carol Danvers/Ms. Marvel em muita coisa, mas o burburinho em torno deste título deixou-me curiosa, e ainda bem que aproveitei para espreitar. A história começa no momento em que a protagonista passa a usar um novo uniforme, e o primeiro número é sobre aceitar passar a usar um novo nome que o acompanhe. De certo modo, é o ponto perfeito para começar a ler para alguém como eu, que não conhece bem a personagem.
Gostei bastante da história, que é compartimentalizada e não necessita propriamente do conhecimento prévio de personagens ou acontecimentos passados, mas ainda assim é uma narrativa cativante; a Carol viaja no tempo e acaba por se encontrar com várias mulheres em duas épocas, nos anos 40, na 2ª Guerra Mundial, e nos anos 70, durante os programas espaciais, e que tentam marcar a diferença.
Parte do interesse foi o explorar do que cada época e cada grupo de mulheres podia apresentar, e como a Carol se relacionou com elas e com o que aprendeu com elas. Essencialmente, um voltar a aceitar os seus poderes e responsabilidades, mesmo quando tem a oportunidade de escolher diferentemente. As relações entre as várias mulheres na narrativa foram fascinantes de acompanhar, e o aspecto de viagem no tempo pareceu-me razoavelmente bem explorado.
Adorei a arte de Dexter Soy, tão suave, lembrando uma pintura, foi mesmo atractiva para os meus olhos. Os últimos dois números são desenhados por Emma Rios, possivelmente uma mudança propositada, já que é acompanhada pela mudança de época, e achei a sua arte adequada e desadequada ao mesmo tempo.
Gostei bastante dela, e de certo modo é adequada para desenhar os anos 70 e certos aspectos deles (os aviões e outras máquinas, ou os cenários, pareceram-me bem), mas depois havia qualquer coisa que me afastava de apreciar completamente o desenho. Por um lado por perder na comparação com Dexter Soy; por outro porque não sou completamente fã daquela maneira de desenhar caras e expressões, o que me distraía um pouco da acção principal.
Ms. Marvel vol. 1: No Normal, G. Willow Wilson, Adrian Alphona
A Kamala Khan é a miúda mais adorável de sempre. Tenho dito. Outro comic que tem reunido bastante ruído à volta dele, e totalmente merecido. A Kamala é uma jovem normal, paquistanesa, habitante de New Jersey, e nerd e enorme fã de super-heróis.
O que quer dizer que é uma surpresa, boa e agradável, mas também confusa e preocupante, quando as Brumas Terrígenas libertadas no evento Infinity promovem uma transformação na Kamala que lhe conferem superpoderes, e ela poder-se-ia assim tornar num dos super-heróis que tanto admira.
Acho que parte do encanto da história tem a ver com a narração da vida normal da Kamala, com problemas como todos os outros jovens da sua idade, com pais, amigos, ou escola... e depois a questão da origem da família é tratada de maneira satisfatória, não como um artifício ou algo extraordinário, mas apenas como o cenário em que Kamala se move, e como isso condiciona ou move a sua vida neste e naquele sentidos.
Achei bastante piada ao processo de descoberta dos poderes por parte da Kamala, um processo de tentativa e erro, que tem resultados por vezes caricatos, mas bastante realistas. Esse processo acaba por estar entrelaçado e ser análogo ao crescimento e tentativa de emancipação da Kamala em relação à educação um pouco mais estrita por parte dos pais, e é bem interessante de acompanhar.
Curiosamente, gostei mesmo da arte de Adrian Alphona. É meio cartoonesca, mas depois tem um modo de desenhar a cara e as expressões da Kamala que é absolutamente fantástico, de tão expressivo. É uma coisa bastante importante para mim, e foi isso que me cativou e me fez apreciar o seu trabalho no seu todo.
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