terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Curtas BD: Spider-Verse

The Amazing Spider-Man v.2: Spider-Verse Prelude, Dan Slott, Christos Gage, Giuseppe Camuncoli
The Amazing Spider-Man v.3: Spider-Verse, Dan Slott, Olivier Coipel, Giuseppe Camuncoli
Spider-Woman v.1: Spider-Verse, Dennis Hopeless, Greg Land
Chamei a este post Spider-Verse, porque a maior parte das histórias aranhescas que li se focam neste "evento", mas antes disso ainda temos o primeiro volume em que Peter Parker está de volta e em controlo do seu corpo e da sua vida.

E não sou particularmente fã. Desde quanto é que o Peter é tão... estúpido? Tanto no sentido de ser parvo com as pessoas, como intelectualmente? A história correspondente ao primeiro volume é suposta ser sobre ele ser um azarado, mas as asneiradas empilham-se ao ponto da incredibilidade.

Porque raios é que a Gata Negra está a agir duma maneira tão lixada? Achava que a Gata tinha mais estilo. E bolas, até meio que gosto da ideia da Silk, mas soa tão mal, tão patetinha esta coisa de eles se comportarem como dois adolescentes no cio. Isto é suposto ser interessante para que tipo de leitor, mesmo?

Enfim. O aparecimento da Silk prenuncia o início de um evento no universo aranhesco, Spider-Verse. Personagens misteriosos andam a percorrer os múltiplos universos, matando e alimentando-se de todos os personagens aranhescos que encontram; o retorno de uma história e de um personagem que, ei, eu até li, há muito, muito tempo atrás. Não é que me lembre de tudo, tendo em conta o tempo que passou, mas lembro o suficiente.

E, tendo em conta o que me lembro, gosto bastante da expansão do conceito, desta "família" de comedores de aranhas, da invasão de universo após universo (especialmente tendo em conta o que estava a acontecer no universo Marvel, com o drama de universos a colidirem).

Mais ainda, achei bastante piada a ler sobre todas as possíveis interpretações de seres aranha que pudessem haver por esses universos fora. Por favor, havia um Gato-Aranha! (E detestei o que lhe aconteceu.) E havia um porco, e um punk, uma Lady Spider (steampunk), e um britânico, duas versões mecha (um parecia um Power Ranger, outro saído de Evangelion), o Miles Morales e uma Jessica Drew que no universo Ultimate, o deles, é um clone?

Bolas, os aranhiços certamente gostam dos seus clones, se bem que não posso dizer que alguma vez tenha lido alguma coisa com eles. (Estou apenas ciente que a coisa dos clones é uma coisa no universo do Peter Parker.) E tenho de acrescentar que o meu aranhiço favorito foi aquele que nem sequer posso discutir, um que já morreu na cronologia "normal", mas cuja história é um reflexo da do Peter. Foi giro, e até comovente, ler e descobrir os paralelos.

Acho que as críticas que posso fazer prendem-se com o âmbito do evento. Quer espalhar-se por tantas revistas aranhiças, contar tantas histórias, que às vezes se perde um pouco, talvez? Quero dizer, a ideia de acrescentar no fim de cada número uma pequena história sobre um universo diferente, um Aranha diferente, é gira.

Contudo, a certa altura, mais para o fim, a história pareceu perder um pouco de coesão, e a verdade é que sinto que certas coisas não são bem esclarecidas. O suposto papel da Silk e dos outros "aranhas especiais", por exemplo. Porque é que tinham os "títulos" que tinham? É este o problema dos eventos. Às tantas esta treta foi explicada num sítio qualquer que eu não li. Um, devia ter sido explicada nos títulos principais, que eu li. Dois, a história em cada número/título devia valer por si, e tais vazios são uma fraqueza narrativa.

O que me leva ao volume da Jessica Drew, a Spider-Woman. Céus, que burrice começar um título novo e metê-lo no meio dum evento. Metade dos fios de enredo começam aqui e acabam noutro sítio, ou vice-versa. (Aliás, é o problema com grande parte do evento. Metade dos personagens vai em missões laterais, que, adivinhem, continuam noutras revistas. Não parecem ter histórias muito importantes para a narrativa principal, ou pelo menos não lhes senti a falta.)

Voltando à Jessica. Gosto bastante dela, da sua personalidade, de como é confiante e assertiva; e gostei de seguir a missão principal dela, de "toupeira" no meio dos Inheritors. Melhor ainda, neste mundo, o Namor é um pirata. Acho isso extremamente hilariante.

Enfim, isto não foi suficiente para me matar a vontade de ler a Jessica, aliás, deu-me mais vontade, porque acho que ela merece uma história só para ela, sem factores externos a meter-se. Por outro lado, fico a achar que esta coisa dos "eventos" nas editoras americanas de banda desenhada são uma treta, têm mesmo pinta de ser só para vender, e parece-me normal que lhes acabe por faltar um bocado de coerência, porque nenhum argumentista merece ter de atar tantas pontas em tantos lugares diferentes.

2 comentários:

  1. Eu não sou grande fã desses eventos, também tenho o receio de não conseguir apanhar todas as partes da história maior e nem conseguiria dedicar os esforços necessários para tal.
    Prefiro histórias que possam ser compiladas em TPBs.
    E ainda me considero um Marvel boy :p

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    1. Céus, isto é a minha curiosidade mórbida em acção, quero perceber o que se está a passar, mas depois este raio de eventos é tipo um rabbit hole e uma pessoa perde-se no meio de tanta tralha. Nem cheguei a ler tudo do Spider-Verse.

      E o Secret Wars é francamente assustador, com tantas revistas laterais. Porque é que este pessoal não pára de inventar eventos todos os anos e dedica-se a não interromper histórias fixes só por causa destes dramas? Ugh.

      TPBs acabam por ser a maneira como funciono melhor a ler BD, também. Gosto de poder acompanhar a BD que leio, e em livro dá para fazer isso. :)

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