O Espetacular Homem-Aranha: Regresso às Origens, J. Michael Straczynski, John Romita Jr.
É engraçado, sou capaz de ter em alguma ocasião lido o material de três dos quatro volumes mencionados neste post. Neste caso em especial, suponho que li esta história através das revistas do Homem-Aranha que a Devir publicava, algures depois de 2003.
Não é que eu me lembre de grande coisa, tendo em conta que já passou tanto tempo. Tenho boa memória, mas não assim tanto. Por isso, é quase como se estivesse a ler pela primeira vez. Tenho simplesmente uma ideia decente da mitologia exposta, até porque é importante no Spider-Verse, sobre o qual li recentemente.
E gosto mesmo deste lado mitológico do Aranha. Imagino que na altura pudesse ser uma ideia relativamente original, imbuir o personagem de um aspecto mitológico; e esta ideia de um personagem imparável, que persegue Aranhas para os devorar... tremendamente interessante. E gosto de como as coisas parecem desesperadas, e de como foram montadas. São complexas o suficiente, mas abertas também, e permitiram que a mitologia do Spider-Verse encaixasse nelas e as estendesse.
Aquilo de que não sou fã é de saber que o pessoal na Marvel tem alergia a ter um personagem casado e feliz da vida com isso. Têm sempre que inventar alguma coisa parva. Mais para a frente apagaram da existência o casamento da Mary Jane e do Peter, antes disto parece que ela foi raptada, o que ainda é pior, fazer dela uma vítima só para inventar mais drama.
Vingadores: O Último Ato, Brian Michael Bendis, David Finch
Ok, este era o volume que não tinha lido. E é por este tipo de coisas que eu não gosto mesmo nada da Feiticeira Escarlate. Está no centro de demasiada tralha que aconteceu no universo Marvel. Primeiro, é demasiado poder para alguém, como se pode ver pelo que ela causou, e depois, acontece tanta coisa por causa dela e nunca chega a... pagar por isso? Eu sei que em parte ela não está no todo das suas faculdades, mas caramba, já chega. Alguém que ajude a moça.
De qualquer modo, a ideia é intrigante, e a execução maioritariamente boa.. as coisas começam a correr tão mal, tão mal aos Vingadores - embaraços públicos, mortes dos seus membros, guerras, tudo e mais alguma coisa. E o resultado final é que a equipa se desmembra de forma trágica, porque a situação se torna intolerável.
Um belo conceito, porque os Vingadores podem ter mais ou menos importância para cada um, mas são a equipa-base da Marvel, que junta personagens tão diferentes e de áreas tão distintos deste universo. E ver como as desgraças se empilham em cima deles? Uau. Ao menos a Feiticeira tem imaginação, eh.
Capitão-América: Uma Nova Era, John Ney Rieber, John Cassaday
Este também já tinha lido, aqui quando foi publicado na colecção de BD do Correio da Manhã. Também foi há demasiado tempo para me lembrar, o que me recordo bem é da conversa do Capitão sobre as baixas civis crescentes de uma Guerra Mundial para a outra. Era um argumento impressionante na altura em que o li.
É uma história um pouco longa e sem rumo em partes; mas de resto até gostei bastante. É bastante adequado usar um personagem que foi criado como uma espécie de propaganda anti-Hitler na Segunda Guerra, e pô-lo no meio de uma história que fala do pós-11 de Setembro e da posição Norte Americana.
É bastante mais subtil do que esperava (há momentos óbvios, claro, mas não deu para enjoar), levando o Cap a perguntar-se sobre a natureza do mal, e do terror. A compreender que isso não tem geografia, e que os "seus" não estão isentos de responsabilidade. As primeiras páginas são de partir o coração. O Capitão está em Ground Zero, a ajudar os bombeiros, e é terrível saber que não vão conseguir ajudar ninguém.
O argumento é principalmente à base de um monólogo, esparso em diálogos, que deixa espaço para as pranchas e as imagens, que até parecem maiores por causa disso. E a arte é bem gira, visualmente muito cativante.
Os Surpreendentes X-Men: Sobredotados, Joss Whedon, John Cassaday
Outro já lido, desta vez porque apanhei uma vez a edição da BDMania numa livraria e aproveitei para ler a história. O que mais retiro deste livro é a observação de como as coisas mudam de escritor para escritor, a abordagem que fazem às histórias e aos personagens.
Li os livros dos X-Men com o escritor anterior, Grant Morrison, e posso dizer que gostava muito da sua abordagem, mas também gostei do que vi aqui com o Joss Whedon. Já conhecia o trabalho dele doutros lados e é impecável, na maneira como cria a história, cheia de tensão, com ideias fantásticas, e uma boa caracterização dos personagens.
Coisas boas da história: a Kitty Pryde, a Emma Frost, a fricção entre as duas, a Emma e o Scott à frente da escola, a introdução duma cura mutante, a presença de um extraterrestre com um problema com os X-Men, o retorno de alguém que se pensava perdido, o que fizeram com o Wolverine aqui, o humor nos diálogos e nalgumas cenas.
O artista é o mesmo do volume anterior que comentei, e o melhor que posso dizer dele é que a maneira como desenha pessoas me parece tão real, o que me agrada muito. Depois dos livros X-Men com o artista anterior, Frank Quitely - do qual não sou nada fã -, foi muito refrescante.
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