The Fade Out v.1: Act One, Ed Brubaker, Sean Phillips
Os autores voltam a algo que parece ser a sua praia - um mistério ao estilo noir passado na década de 40/50 do século XX. Não é nada de novo, talvez até algo repetitivo para quem já leu grande parte do Fatale, mas fazem-no duma maneira cativante o suficiente para captar a nossa atenção.
A história foca-se num crime: a protagonista dum filme de Hollywood desta época morre em circunstâncias estranhas, com o argumentista a acordar na sala ao lado após uma noite de festa intensa. Ele foge, para não ser implicado, mas depois apercebe-se que o estúdio está a tentar mascarar a morte como um suicídio. A injustiça leva-o a investigar, e rapidamente dá conta que a intriga é mais profunda e perigosa do que suspeitava...
Fazem um bom trabalho a explorar a atmosfera da velha Hollywood, glamorosa mas com um lado escuro a espreitar (estes são os anos da caça às bruxas comunista); a escrita é boa e envolvente, e a arte bastante decente, especialmente nas cores. Apenas peca por saber a pouco: são quatro números da história, e levanta muitas questões mas ainda não responde a nada.
Nailbiter v.1: There Will Be Blood, Joshua Williamson, Mike Henderson, Adam Guzowski, John J. Hill, Rob Levin
Este é um pouco estranho. A premissa passa pelo facto de haver uma cidadezinha no Oregon de onde vêm 16 serial killers; o protagonista viaja para lá à procura de um amigo que estava a investigar a razão disso acontecer. O mais bizarro de tudo? O último escapou à justiça, foi considerado inocente no julgamento e vive tranquilamente em Buckaroo.
Começam a acontecer coisas estranhas, alguém parece estar a reviver as particularidades de cada serial killer, e o Warren (o assassino absolvido) parece o culpado mais óbvio - o que quer dizer que não, não está envolvido no assunto e parece querer ajudar o protagonista e a polícia.
Achei interessante pela descrição da mentalidade de cidadezinha pequena, e por fazer algumas piadas com os clichés dos filmes de terror; acho intrigante a premissa de uma cidade ser responsável por tantos assassinos, e estou curiosa para ver a explicação. Não é tão nojento quanto esperava, no entanto. Tony Chu consegue ser mais enjoativo com certas coisas.
Oracle: The Cure, Tony Bedard, Kevin VanHook, Claude St. Aubin, Julian Lopez, Fernando Pasarin
Depois de uma missão com as Birds of Prey, a Barbara Gordon sente a necessidade de ficar sozinha, e assim parte à aventura. Tropeça num plano maléfico do Calculator, o vilão equivalente ao que ela faz como Oracle - um mágico dos computadores. O plano passa por estudar uma equação que o vilão acha que vai trazer uma cura à filha, que está em coma; só que pelo caminho, esse seu esforço está a deixar corpos por todo o lado.
Gostei de ver a Barbara a ser uma heroína de acção, mesmo com a sua limitação; ela tem os seus momentos menos bons e o livro não se afasta disso, o que gostei, mas também a coloca a fazer uma série de coisas fixes e destemidas. O aspecto da realidade virtual é bastante curioso e manteve o meu interesse ver como era realizado.
A arte, no entanto... eh. Detesto as capas da mini-série. É uma sexualização desnecessária da personagem, e até um pouco perturbadora se pensarmos que uma das capas associa isso à sua incapacidade, pondo-a numa pose vulnerável. Nem pensar. Quem é que achou que isto era uma boa ideia?
The Girl With the Dragon Tattoo v.1, Stieg Larsson, Denise Mina, Leonardo Manco, Andrea Mutti
Julgo que a única coisa que este livro tem a seu favor é que me fez relembrar duma história que eu até apreciei muito ler. Fora isso, uma grande bola de meh. Não gosto da ideia de dividir a história a meio, e poder relembrar só metade, por exemplo. Neste tipo de adaptação não faz exactamente sentido.
Também não gosto da sua simplicidade. Estava a rever o enredo do livro original pela página da Wikipedia, e raios, é convoluto. A BD precisa, claro, de ser uma adaptação, tanta complexidade não é adequada às suas páginas... mas mudam o tom, mudam certas cenas, o enredo e os personagens parecem mal caracterizados. Há maneiras de adaptar e simplificar sem perder o espírito, e parece que estes criadores não estavam à altura da tarefa.
A arte também não é cativante. Aborrecida, pouco expressiva, talvez até inexperiente? Não me incomodou a leitura, mas também não lhe adicionou nada.
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