terça-feira, 8 de abril de 2014

The Assassin's Blade, Sarah J. Maas


Opinião: Composto por 5 novelas passadas no mundo de Throne of Glass, The Assassin's Blade é capaz de ser a colecção de histórias curtas antologia que me deu mais gosto ler. As novelas ocorrem todas antes dos eventos de Throne of Glass, e encadeiam-se cronologicamente umas atrás das outras... quase que fazem um livro-prequela. São tão completas e satisfatórias que parecem mais um livro da série.

Ler estas novelas complementa a série principal e cada uma acrescenta mais um bocadinho à caracterização da protagonista, Celaena Sardothien. É possível conhecê-la como a protegida do Arobynn, o líder da Guilda dos Assassinos, e como a maior assassina de Adarlan. É engraçado vê-la evoluir ao longo das histórias, dum ponto mais arrogante e superior para uma posição ligeiramente mais humilde e compassiva, e ver o seu peculiar sentido ético. A arrogância continua lá, mais à frente, mas desculpo-lhe falhas dessas porque a acho divertida. E porque tem razão em ser assim. Além disso, tendo em conta o que ela passou, acho que merece ser um pouco difícil. A violência das coisas pelas quais passou destruiriam qualquer outra pessoa, mas não a Celaena. É um pequeno bombom na sua complexidade.

Sobre personagens secundários, destaque para o Sam, que é um tipo adorável e um igual da Celaena, um colega assassino, também educado pelo Arobynn. As cenas dos dois juntos são deliciosas e adoráveis, mas também tristes, pela promessa daquilo que nunca foi. Quanto ao Arobynn, que tipo repugnante. Tenho pena que a Celaena não se tenha libertado mais cedo dele, e agora só quero é ler a cena inevitável em que a Celaena vai compreender tudo o que ele armou e vai fazê-lo sofrer lentamente até livrar o mundo desta ratazana.

The Assassin and the Pirate Lord marca o primeiro personagem secundário da antologia que eu quero voltar a ver na série, o Rolfe - o senhor dos piratas titular, e um bom adversário. É uma história interessante, que marca a viragem das coisas para a Celaena na sua posição como assassina para o Arobynn, e tudo graças ao facto da nossa assassina afinal ter consciência e algum sentido moral.

The Assassin and the Healer relata as consequências das acções da Celaena na novela anterior, e encontra-a em viagem. Encontra uma jovem presa às suas circunstâncias (outra personagem que quero voltar a ver), que a faz pensar, e a qual ajuda. É uma boa reflexão sobre as prisões que construímos para nós próprios, e que deixamos os outros construir... com uma pitadinha de ponderação acerca da condição de ser mulher.

The Assassin and the Desert é capaz de ser a minha novela favorita. A Celaena encontra-se entre um grupo novo de assassinos, um grupo que vive no meio do deserto e é tão... livre, tão bem-humorado. É capaz de ser a melhor experiência da vida dela, e gostei de a ver num ambiente diferente mas que a deixou tão feliz. Pontos bónus pela personagem Ansel, que se torna amiga da Celaena e que espero voltar a ver. Além disso, as duas têm mais em comum do que pensam, o que é giro. É uma pena as atitudes que a Ansel toma.

The Assassin and the Underworld, também conhecida como a novela em que a Celaena quase se afoga nos esgotos da cidade e passa dois dias a tomar banho. A sério, que cena divertida... se não fosse tão perigosa. Também é uma novela em que ela se deixa manipular duma maneira estrondosa, e compreende que os seus princípios podem ser usados contra ela. E, por fim, ela e o Sam... adoráveis.

The Assassin and the Empire... bem, pegou no meu coração e espezinhou-o por completo. Creio que os eventos desta novela são referidos algures no Crown of Midnight, mas aqui vemos em primeira mão o que aconteceu. É uma história agridoce... mostra a Celaena e o Sam empenhados em deixar tudo para trás e começar uma nova vida, o que é bonito... mas parece que a velha vida não os quer deixar ir. Os acontecimentos desta novela dão uma nova dimensão ao ponto em que a Celaena está no início do Throne of Glass. E dão-me uma certa admiração por esta personagem que na face de tanto sofrimento, acaba sempre por se levantar e continuar a caminhar, sendo sempre ela própria.

Páginas: 464

Editora: Bloomsbury

Sem comentários:

Enviar um comentário