Liga da Justiça: Origem, Geoff Johns, Jim Lee
Bem, isto é suposto ser uma história de origem. Não estou convencida. Apesar de não estar muito familiarizada com o mundo DC, depois de ler isto, fiquei com a sensação que uma história de origem não era o que precisava como introdução a estes personagens. Ou pelo menos, não era esta história de origem que precisava.
Não sei, soou-me tudo tão... falso? Faltou-lhe ter a junção dos personagens duma forma orgânica, soou algo forçado. Parecem um bando de putos imberbes, e tendo em conta que estes personagens têm uma fama quase equivalente a deuses, é algo... desapontador?
É claro que há pontos interessantes, e achei que os momentos de humor estavam até engraçaditos; toda a gente espantadíssima por o Batman ser só um tipo num fato, ou as trocas verbais entre o Flash e o Lanterna Verde, ou o confronto entre o Flash e o Super-Homem, ou até a aparição do Aquaman, que acaba por entrar a matar.
Depois o enredo não ajuda, porque não é nada rico, é bastante básico, até, simplesmente "vamos dar porrada a estes tipos até termos a sorte de salvar o mundo", e não acho que mostre as forças dos personagens. Vá lá, a Mulher Maravilha parece uma tolinha. Consigo aceitar que ela nunca tivesse sido exposta ao nosso mundo, e um maravilhamento bem escrito era adequado, mas aqui? Errr mas vocês querem matar-me a vontade de ler a Mulher Maravilha, é isso? Missão cumprida. Bem, nem por isso, que eu sou teimosa e não deixo que parvoíces destas me estraguem as coisas.
Super-Homem: Contra o Mundo, Grant Morrison, Rags Morales
É certamente uma leitura curiosa do Super-Homem. Raramente tenho dado por mim a ler o personagem, porque sinto que um tipo perfeito e maravilhoso e fantástico não é assim tão interessante; e ainda mais raro é dizer que gostei genuinamente duma história do personagem. Aqui não chegou bem a esse patamar, mas diverti-me, o que já é mais do que possa dizer da maior parte das coisas com ele.
Assim é que se faz uma história de origem: tem que trazer algo de novo, soar a fresca, original, mesmo quando está a repetir os mesmos temas pela enésima vez. Aqui o Clark ainda está a aprender a usar os seus poderes, não voa, é atropelado por um comboio e fica inconsciente; e a sua atitude de justiceiro, de tentar corrigir os males do seu mundo (Metropolis) é muito adequada, soa perfeitamente natural para um jovem idealista que acabou de começar a trabalhar na grande cidade.
Só me queixo que a história de vez em quando dá uns saltos de lógica; não tenho nada contra uma narrativa fragmentada, mas detesto transições abruptas, e às vezes a edição das cenas soa mesmo assim, como se estivéssemos a saltar indiscriminadamente entre momentos da história. Não há fio condutor.
Ah, e alguém me explica duas coisas: um, porque é que saltámos dois números da revista, e se a história desses dois números é importante ou não (vi menções à história deles nas opiniões do GR e fiquei curiosa e a tentar apanhar do ar); dois, esses dois números tinham como artista o Andy Kubert, realmente, mas se não estão presentes no livro, e ele não participa em mais nenhum, ou seja, em nenhum dos que estão de facto no livro, porque raios é que o nome dele aparece na capa?
Batman: Corte das Corujas, Scott Snyder, Greg Capullo
Batman: Cidade das Corujas, Scott Snyder, Greg Capullo
Já falei aqui do primeiro volume destes dois, e o que eu disse mantém-se. Gosto da mitologia desenvolvida nestas histórias, é um golpe de génio que aproveita muito bem a simbologia do morcego e da coruja. Gosto que o Batman esteja assoberbado com as intrigas e tramas que a Corte é capaz de desenvolver. Gosto do mistério envolvido na história de Gotham.
O que o segundo volume traz é a conclusão da história, e é impressionante o Batman tentar dar a volta, há uma cena fantástica com os Talons, os assassinos, na Batcaverna, é fantástico vê-lo dar a volta aos poucos. Senti que a história acabou demasiado cedo; bem queria ler mais do que a Corte andou a tramar (parece que há um volume/histórias extra distribuídas pelas revistas da Batfamília). E adivinhei um bom bocado antes a identidade do vilão.
Contudo, achei bastante sólida a motivação dele, e como se entrelaça com a história pessoal do Bruce. Gostei da dúvida que fica. Gostei das histórias extra, especialmente a última, com o pai do Alfred, que entrelaça as Corujas um pouco mais cedo na vida do Bruce do que ele pensa.
Gostei de quão sólida esta história me soa. É tão boa, tem uma qualidade que a faz soar a um clássico do Batman. Encaixa tão bem na sua história, tão perfeitamente. Não consigo explicar bem, mas tem aquela coisa extra que me faz pensar que podemos andar daqui a 20 anos ainda a falar dela, como se anda a falar de certas histórias do Batman que têm 20 anos agora. Gosto de ler uma história e ela me cair no goto tão sem esforço; creio que essas são as que estão melhor construídas (e que têm mais esforço por trás).
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