Lex Luthor: Preconceito e Orgulho, Brian Azzarello, Lee Bermejo
Hmmm. Isto acaba por ser na verdade bastante interessante. Estou familiarizada com o vilão titular só no mínimo, e os autores conseguem fazer um retrato bastante cativante do personagem. Quero dizer, o Lex tem motivos nefastos, mas bolas, a narração do ponto de vista dele é mesmo... ele fala com a convicção de que tem razão, o que dá um outro nível aos planos dele.
O uso da personagem Hope é tão curioso e tão triste. O primeiro por causa do papel dela na narrativa, que desenrola duma maneira fantástica. O Lex quer destacar a humanidade, mas ao mesmo tempo sabota-a. O segundo porque apesar de não ser o que parece, a Hope merece ser exactamente o que parece, e é verdadeiramente trágico que lhe seja recusado o direito às suas próprias acções.
A arte acabou por me cair no goto. Das vezes anteriores que o observei, estranhei o traço carregado do artista, mas acaba por ser estranhamente vívida e dinâmica.
Legião dos Super-Heróis: Saga das Trevas Eternas, Paul Levitz, Keith Giffen, Larry Mahlstedt
Acho que me sinto em relação a este livro da mesma maneira que ao do Quarto Mundo, nesta mesma colecção: *bocejo* Ah, isto tem coisas bastante fixes, claro. Mas na maioria, o enredo não é exactamente dinâmico. Acho que é atrasado em parte pela continuidade existente para trás, pelas relações entre personagens, e pela quantidade delas que é preciso gerir.
É que para um leitor iniciado como eu, não é exactamente interessante acompanhar uma história na qual tem tanto peso o passado que está para trás, ou o que aconteceu entre os personagens. Porque eu não sei nada disso.
No entanto, creio que posso dizer que é impressionante o modo como a história se continua a desenrolar satisfatoriamente apesar de ter dezenas de personagens para gerir, estando equilibradamente em várias frentes; e também são impressionantes alguns dos conceitos apresentados, especialmente os relacionados com o vilão e as suas capacidades.
Flash & Lanterna Verde: o Audaz e o Destemido, Mark Waid, Tom Peyer, Barry Kitson, Tom Grindberg
Não tenho de todo o conhecimento suficiente para apreciar isto devidamente, nunca segui os personagens ao longo da sua história para perceber as referências. Mas consigo apreciá-lo pelo que é, uma espécie de dedicatória ao par de protagonistas e à sua amizade.
Cada uma das seis histórias é autocontida, não são nada sequenciais, e saltitam, se bem compreendi, e se assim posso dizê-lo, pela cronologia dos personagens ao longo dos anos. As aventuras são bastante divertidas, e contadas muito ao estilo dos anos 60, 70 e por aí - histórias nada complicadas, com vilões loucos e reviravoltas curiosas.
Só posso criticar o desenvolvimento das histórias no se tido em que se torna cansativo, porque a fórmula é sempre a mesma, em três actos, e isso rapidamente se tornou aborrecido. Por outro lado, a arte é muito interessante, muito ao estilo da época homenageada.
Batman: O Regresso do Joker, Scott Snyder, Greg Capullo
Ah, cada vez mais fico fascinada com esta versão do Batman, com a maneira como estes autores têm estado a contar a história do personagem. Os dois volumes anteriores, com a Corte das Corujas, foram muito bons, criando um novo vilão e uma nova faceta da mitologia do personagem e de Gotham.
Aqui, é o retorno do Joker. E meu Deus, que retorno. Tétrico, sugestivo, assustador. Em cada recanto escuro pode aparecer-nos um tipo com cara de palhaço, pronto a retalhar-nos um sorriso. Essa atmosfera é brilhantemente convocada, uma de medo, paranóia, desconfiança.
E uma outra coisa que os autores conseguem fazer muito bem, sem nos tratarem como burros, fazendo-nos trabalhar por isso, mas ao mesmo tempo fazendo muito sentido quando a revelação nos chega: a maneira como o Joker funciona, os objectivos dele aqui. Demasiadas vezes ele é retratado como um tipo caótico, sem motivação óbvia que não a de causar destruição.
Isso ainda é verdade, suponho, mas as acções dele têm um propósito muito específico. Não é a "morte da família", como o título original do arco de história sugere. Pelo menos não de forma literal, apesar das acções imediatas do Joker o assim sugerirem. Não, creio que a ideia dele era mesmo aquela que aconteceu: criar uma ruptura entre os elementos da Batfamília.
Creio que ele contava que o Bruce fosse, como sempre, o tipo que gosta dos seus segredos, e a sua incapacidade de ser completamente honesto foi mesmo aquilo que no fim fez com que os elementos da família se mantivessem afastados, por sentirem uma quebra de confiança. É pena. Gosto muito de ver toda a gente junta, gosto de os ver trabalhar juntos, e só tenho pena de não ter mais coisas para ler com todos juntos.
A arte continua a ser muita atractiva, fascinante, muito expressiva, dinâmica. Dá mesmo gosto de ver. Por exemplo, quando o Alfred desaparece, a reacção do Bruce é muito impressionante, expressiva, mesmo, e a alusão icónica ao Joker na cena, no plano do leitor de cassetes, é fantástica. Gosto mesmo de ficar a ler e observar a arte.
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