Novos Titãs: O Contrato de Judas, Marv Wolfman, George Pérez
Há dois aspectos opostos desta história que fazem um par singular: é uma história típica dos anos 80, com tudo o que isso implica, e ao mesmo tempo tem uma certa profundidade e seriedade, que até nem parece coisa deste género de BD.
A descrição deste grupo de jovens é feita duma maneira a tender para o maduro; tem a sua leveza, também, mas tem momentos sérios e adultos com que têm de lidar. É muito claro que eles são adolescentes, mas não estupidificados, e até é bem interessantes acompanhá-los.
Contudo, a história tem elementos questionáveis - a questão da idade da Terra; tem problemas no enredo e no ritmo; e tem pormenores que são só parvos ou inexplicados - o uniforme do Nightwing dá vontade de rir, para não dizer pior, e a vilã detesta os Titãs só porque sim, porque o enredo o pede.
De qualquer modo, é uma história bastante cativante, a caracterização de alguns personagens deixa-me muito curiosa e com vontade de os voltar a ler e conhecer melhor.
Super-Homem & Mulher Maravilha: Par Perfeito, Charles Soule, Tony S. Daniel
Isto é um conceito estranho. Suponho que é óbvio que dois dos personagens mais populares e poderosos pudessem ser um par, mas nunca aconteceu e daí a estranheza.
Aqui a coisa curiosa é que o conceito resulta e não resulta. Não estou aqui a morrer para continuar a ler os dois personagens ou ver mais deles juntos, portanto não é uma coisa que me consome. Mas por outro lado, a coisa resulta. Resulta mesmo.
Apresenta uma exploração bastante credível do que seria uma relação entre dois personagens tão poderosos. Tem que havia confiança mútua, não pode haver egos. Os personagens estão à vontade nas suas capacidades e nas do outro, respeitam-se mutuamente e aprendem sobre as suas diferenças.
Podiam ser um casal a sério. Até podiam, só que nunca resultaria a longo prazo. A única coisa que os separa é todo este tempo de desenvolvimento individual, porque nunca os vimos juntos, e como são pessoas tão diferentes, desenvolvidos de maneira diferente e com valores diferentes, acabará sempre, imagino, por haver algo que os separa. Mas da maneira como são aqui escritos, podia acreditar.
Gosto bastante de como quando a relação deles é revelada, o mundo perde a cabeça, aterrorizado com a perspectiva de dois seres superpoderosos criarem devastação numa discussão de casal. É hilariante; mesmo zangados, nem o Clark nem a Diana seriam capazes de o fazer. Uma boa exploração da obsessão com a vida alheia nas redes sociais. E pontos bónus para a arte, que é muito cativante.
Esquadrão Suicida: Nós Que Vamos Morrer, John Ostrander, Luke McDonnell, Bob Lewis, Karl Kesel, Dave Hunt
Hmmm. Este é daqueles conceitos que descrito é bizarro e possivelmente parvo, mas funciona bem lido. Um grupo de vilões a quem é prometida liberdade em troca de embarcar numa missão, bem, suicida, pela dificuldade envolvida. Se bem que metade deles acaba por não ser vilão...
Acho que o que gosto mais neste volume é que até desenvolve bem as relações entre os personagens e conseguiu torná-los cativantes de ler; toda a gente tem a sua história e objectivos. Também achei que as sucessivas histórias são dinâmicas; não trazem nada de novo, propriamente, e às vezes são produto do seu tempo, mas mantêm o interesse, o que nem sempre acontece com histórias mais antigas.
É uma boa introdução ao conceito, e depois da publicidade feita ao filme que vem em Agosto (?), estou definitivamente intrigada.
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