Kindred Spirits, Rainbow Rowell
Céus, este conto é adorável. A Elena é uma fã dos filmes Star Wars por influência do pai, e previamente ao lançamento de The Force Awakens, o filme mais recente, decide juntar-se à fila para o cinema antes de o filme estrear. Só que a celebração de fãs que a Elena esperava não é bem o que acontece...
O que eu gosto no conto e até noutras histórias da Rainbow é que ela reflecte no que é ser fã de algo, que não há certos ou errados quanto a ser fã de uma coisa. Todos gostamos de alguma coisa, todos gostamos de exprimir apaixonadamente esse gosto. Simplesmente encontramos formas diferentes de o fazer.
A Elena exprime o seu gosto por, e tem uma relação com Star Wars diferente da que os outros fãs da fila têm, e isso está bem. É divertido conhecer estas pessoas e ver o que fazem nos dias anteriores à estreia, por poucas que sejam.
O fim do conto é tão, tão bom. Super adequado. De certo modo já estava à espera, depois de tanta antecipação, mas foi muito bem vindo, e muito bem pensado.
Por Sorte, o Leite, Neil Gaiman, Skottie Young
Um livro para crianças, para ler aos filhos, claramente, porque tenho a sensação que isto lido em voz alta deve ser altamente hilariante. A história é muito ao género deste tipo de livro, com repetições de temas e acontecimentos, e uma evolução da história com crescentes reviravoltas até ao clímax do final da história.
Onde esta brilha é na fantástica imaginação do autor: esta é uma história que mete extraterrestres, piratas, tribos que fazem sacrifícios a vulcões, e vumpiros. (Sim, vumpiros.) Ah, e mais importante que tudo, viagens no tempo. Adorei esse elemento porque flui mesmo bem e as reviravoltas estão bem montadas.
Adorei acompanhar a história que o pai contou das suas aventuras e crescentes desventuras; e adorei os filhos, sempre a tentar apanhá-lo em falso. O final tem uma piada especial que é revelada na última imagem. E por falar na arte, tão gira. O Skottie Young tem este estilo meio doido mas tão apelativo.
A única coisa de que me queixo é a alergia que os editores portugueses em geral têm a meter um advérbio nos títulos dos livros, porque realmente "Felizmente, o Leite" soa-me melhor. ("Afortunadamente, o Leite" ainda era mais fixe, mas isso já era demasiado complicado para este pessoal. E não estou a falar dos miúdos.)
A repetição da expressão é feita vezes sem conta na história (afinal no meio de tantas peripécias, o pai esforça-se para regressar aos filhos e levar-lhes o leite), e até lhe é dada uma volta, quando as coisas não correm tão bem - fortunately passa a unfortunately, sorte passa a azar, mas felizmente podia perfeitamente passar a infelizmente.
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