Opinião: Ask, and you shall receive. Tinha comentado na opinião do livro anterior que me fazia falta ver a história do Jackaby explorada, e obtive-a num 2 por 1. O objectivo era explorar a história da Jenny neste livro, mas descobrimos muito, e coisas intrigantes, sobre o parceiro de investigação da nossa narradora, Abigail Rook.
O livro vem no seguimento do anterior, particularmente da cena final, em que a Jenny pedia ajuda para investigar o caso dela. Inicialmente parece que não há muito por onde seguir, e a Abigail e o Jackaby encontram uma série de mortes que lhes chama a atenção...
... todavia, a parte fixe acerca de como o autor escreve? É que ambas as situações estão ligadas. Ainda melhor, havia uma série de coisas que aconteceram desde o primeiro livro que pareciam ser inconsequentes e pouco importantes... mas não eram. Eram todas parte do arco de história maior da série.
E este livro faz um brilhante trabalho a ligar tudo e mostrar como faziam parte de um todo que simplesmente ainda não estávamos a ver. E caramba, não estávamos mesmo a ver nada. Os dois casos anteriores pareciam nada relacionados um com o outro, e afinal...
Gosto desta sensação. parece uma conspiração. E é. Seres misteriosos têm estado a agir nos bastidores, e neste livro revela-se uma pontinha (não sou ingénua ao assumir que vimos tudo) dos seus planos. Ainda não conhecemos o mestre bonecreiro, mas conhecemos algumas marionetas que agem em seu nome. E uau, afinal isto mete uma espécie de apocalipse que pode vir a acontecer. Como disse, gosto desta sensação. Os livros pareciam uns mistérios fofinhos e simples, e afinal está tudo ligado, e é tudo mais grandioso. Até fico toda animada para o próximo livro.
Já tenho dito que adoro a Abigail, e continuo a gostar mesmo dela como personagem. Não é especial ou importante ou a melhor em tudo (*cof*Mary Sue, quero dizer*cof*). A Abby é uma pessoa normal que se vê no meio destes acontecimentos e pessoas extraordinários, e faz o melhor que pode. Ela finalmente está a ficar habituada ao sobrenatural, e este livro marca o ponto em que ela toma as rédeas e se mostra confortável na sua pele. Ela toma a iniciativa e mostra a sua coragem, aquilo que é capaz de fazer, sem os outros a interferir. Em certas partes, só ela pode agir, e ela fá-lo, mesmo com grande perigo para si mesma.
O que eu quero dizer é que a Abigail desabrocha na história e navega o extraordinário com segurança. Adorei ver a sua viagem por... aquele sítio interessante cujo nome não posso dizer. Ela encontra gente interessante, e todo o cenário é fascinante. Desenvolvi a teoria que o Jackaby, agora que conhecemos a história dele, pode morrer, e acho que a Abigail está num ponto em que estaria minimamente preparada para assumir o dom dele. Seria muito interessante de ver. (Excepto a parte em que ele morria.)
Quanto ao Jackaby, eu sabia. Tinha de ser uma história trágica. Eu sabia. Apetece-me dar-lhe festinhas. E o mais trágico de tudo é que ele teria direito a fazer de coitadinho, mas quando se sente preparado para contar algumas coisas à Abby fá-lo num tom quase desligado. Que é a maneira de ele lidar com a coisa, parece-me, mas também parece tão triste, toda a perspectiva de estar sozinho e isolado no mundo para proteger o seu passado e o que lá deixou. E como eu disse, depois de saber isto e de o ver como uma figura trágica, não consigo deixar de recear que ele vá morrer naquele que vai ser o maior caso da sua carreira.
E pronto, está tudo ligado, os casos da Jenny e do Jackaby, e eu não posso deixar de babar para a presciência do autor ao fazê-lo. Ah, de repente dá-me vontade de ir a correr ler o último. (Sim, o quarto livro vai aparentemente ser o último.) A história deste fica fechada, no que toca ao enredo principal, mas também termina numa nota alta, quase cliffhangeresca, no modo como coloca os personagens preparados para enfrentar o que aí vem. (O fim do mundo, presumivelmente.) Até estou arrepiada. E curiosa, muito curiosa.
Páginas: 352
Editora: Algonquin for Young Readers
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