Liga da Justiça e Sociedade da Justiça: Virtude e Vício, Geoff Johns, Stephen Sadowski, David Goyer, Carlos Pacheco, Don Kramer
Este volume reúne um conjunto de três histórias que aborda a reunião de duas equipas de super-heróis da DC, a Liga da Justiça (JLA) e a Sociedade da Justiça (JSA). A primeira história funciona como uma espécie de prequela à história principal, Virtude e Vício, estabelecendo o conflito nessa história, mas acaba por não ser muito necessária para o efeito, na minha opinião. Talvez fosse mais útil para quem segue frequentemente os comics e os personagens. Apesar disso, tem alguns momentos giros, como o jogo de hóquei, em que o Homem-Hora estraga o final aos companheiros, ou a conversa entre a Poderosa, a Sideral e a Mulher-Maravilha sobre o Super-Homem.
A segunda história, Virtude e Vício, tem uma premissa muito engraçada. Os heróis das duas equipas estão reunidos para o dia de Acção de Graças, quando um ataque à Casa Branca e ao presidente (Lex Luthor, o que é uma ideia interessante) leva a que sete dos heróis sejam possuídos pelos demónios dos sete pecados mortais. Gostei da premissa, mas gostaria ainda mais se as características dos demónios e dos pecados fossem mais e melhor exploradas. Teria sido divertido ver os heróis dominados pelos pecados e a encarná-los verdadeiramente. O modo como se mostra quais são os pecados que eles representam é mais show que tell. Ainda assim, é uma história divertida, que como bónus permite ver mais um bocadinho de alguns personagens que já conhecia.
A terceira história, Virtude, Vício e Tarte de Abóbora, pega na mesma premissa (heróis reunidos durante a Acção de Graças), e sendo mais curtinha, explora adequadamente aquilo a que se propõe: sarilhos quando os heróis se reúnem (o Batman é que tinha razão). Foi divertido ver os vilões irromper no meio do jantar e ficarem surpreendidos com a quantidade de gente que afinal tinham de enfrentar. Além disso, as rivalidades e piadinhas trocadas entre heróis também são engraçadas de ler.
Super-Homem: Herança Vermelha, Mark Millar, Dave Johnson
Esta história é qualquer coisa de genial. Adoro a premissa de o Super-Homem aterrar na meio da URSS, em vez de nos EUA. (Não é coisa que não me tivesse passado já pela cabeça, o Super-Homem ter crescido e sido educado noutro local que não os EUA.)
E a execução é muitíssimo interessante. Gostei imenso de ver como a historia ao longo do século XX acabou por evoluir com esta pequena alteração, como uma coisa tão simples tem um impacto tão grande. Acho interessantíssima a inversão de papéis entre o Kennedy e o Nixon, e como os autores usaram a situação em Roswell para criar a história de origem de outro herói da DC. (O Hal Jordan é um pouco assustador aqui, depois do que sabemos que lhe aconteceu para o tornar merecedor do anel do Lanterna Verde.)
Há coisas que não mudam, no entanto. O Super-Homem continua a tentar fazer o bem, e ajudar quem pode, e os seus motivos são relativamente bons. (Não quer ganhar o mundo pela força, por exemplo.) Mas acaba por deixar-se ser um pouco uma marioneta do mundo em que se insere, deixar-se corromper absolutamente pelo poder absoluto que lhe é colocado nas mãos. É um ponto de vista interessante sobre o personagem.
Há outros personagens que têm uma vida completamente diferente, graças a esta mudança de eventos. A Lois está casada com o Lex Luthor. O Jimmy Olsen é um agente ao serviço da CIA que acaba a trabalhar com o Lex. E o próprio é um cientista obcecado com as suas invenções e com derrotar o Super-Homem (bem, aqui, nada de novo).
Adorei o fim da história. Acaba por ter uma qualidade cíclica intrigante, e fiquei fascinada com a evolução do planeta após a saída de cena do Super-Homem.
Batman: Contos do Batman, Tim Sale, James Robinson, Alan Grant, Darwyn Cooke
Li este volume com uma certa sensação de cansaço. A este ponto da colecção, já se torna aborrecido ler o milionésimo volume do Batman. Parece hilariante, mas sim, as escolhas dos responsáveis da colecção tornaram-me o Batman aborrecido. O Batman! *facepalm*
Continuo a queixar-me da falta da variedade da colecção, parece que quase metade dos livros é só Batman e Super-Homem, e valha-me Deus, estou a ficar enjoada dos dois. Acho que não precisávamos duma extensão da colecção se era só para enfiar mais Batman e Super-Homem. A Mulher-Maravilha, supostamente a terceira figura mais destacada da DC, a seguir a estes dois, só tem direito a um livro, o que na minha opinião é injusto. Por favor, quando até o Joker teve direito a um volume!
Muitos poucos heróis da DC, fora o núcleo/duo central, têm destaque e direito a volume próprio, e gostava de ter lido qualquer coisa com o Aquaman, porque nada sei dele a não ser o que vi no Justiça. Talvez também o Martian Manhunter. Ou a Catwoman, também acho que merecia um volume, já que o Joker mereceu, porque tem tanto ou mais protagonismo que ele. E também gostava muito de ver o Capitão Marvel e a sua, hã, família esclarecidos num volume próprio, porque a dinâmica daquela equipa é um pouco confusa para mim. E gostava que a Canário Negro, ou talvez as Birds of Prey, tivessem tido direito a um volume, acho que teria sido interessante de ler.
Bem, vou parar de me queixar. Mas lá que não li este volume com a mesma vontade, não li, que tanta repetição (até já tivemos um volume com "contos" do Batman na série I desta colecção, o Outros Mundos) já chega.
A primeira história, Lâminas, conta duas histórias em paralelo. O que narrativamente não faz muito sentido, porque acaba por desviar a atenção do Batman do que realmente importa, e os dois enredos nem sequer estão ligados, a não ser pelo próprio Batman. Mas se pensar nas duas histórias em separado, encontro bastantes coisas que me agradam. A obsessão do Batman pelo criminoso Sr. Lime, e de como ela quase o impede de descobrir quem anda a cometer os crimes. A teatralidade do Cavaleiro e as referências a filmes, o seu cavalheirismo e a sua necessidade de proteger uma jovem desesperada. (Fez-me lamentar o final, apresar de compreender a opção tomada.)
A segunda história, Os Marginais, é aquela que me deixou mais indiferente. Os vilões são de segunda categoria, pouco reconhecíveis. (Acho que não conhecia nenhum.) O que mais me interessou aqui na história foi o rapto do Bruce, com o Gordon e o Mayor, que o impediu de vestir o manto do Batman, e foi a história do Nimrod, que estava apenas à procura de justiça.
A terceira história, aMor Cego é muito curta mas muito satisfatória, e bem divertida. (Pontos bónus para o título, que consegue exprimir um trocadilho tão bem como o título original, apesar de não ser uma tradução literal ou fiel do título.) O Batman e a Catwoman enfrentam-se, mas em certos momentos parece mais um encontro que outra coisa. E acho piada ao modo como a Catwoman lida com o Batman, especialmente no final. Muito engraçada.
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