domingo, 31 de dezembro de 2017

Este mês em leituras: Dezembro 2017

Ah... ainda bem que amanhã já é um novo ano, suponho eu. Parece um pouco mecânico atribuir tanta a importância a uma mudança mínima no calendário, mas tendo em conta que tenho andado algo desmotivada e cansada, pode ser que a dinâmica de ano novo, e recomeçar isto e aquilo, e motivação tal e tal, me permita voltar ao ritmo normal por aqui. Que venha aí um ano melhor e mais realizado.

Livros lidos


Opiniões no blogue


Os livros que marcaram o mês

  • The Girl at Midnight, Melissa Grey - este é mais por ser menos bom... o marketing sempre me deu a sensação que estavam a tentar vender um novo Daughter of Smoke and Bone, mas uma Laini Taylor esta senhora não é; às vezes falo nas minhas opiniões de autores que fazem coisas com que se safam porque são bons, mas que se fossem outros autores a fazer, levavam nas orelhas: a Melissa Grey é do segundo grupo (a Laini é do primeiro, claro está), pois fez uma série de coisas que não gostei de ver, e o meu editor interior esteve o tempo todo a mandar bitaites sobre como o livro podia ser tão melhor se fizesse assim e assado;
  • O Ódio Que Semeias, Angie Thomas - passei muito tempo com os dedos metidos nos ouvidos a ignorar o burburinho sobre este livro porque detesto burburinho, porque geralmente dá uma ideia errada das coisas; pois bem, a Angie Thomas é uma boa escritora, a história é cativante e vale a pena ler por dar uma imagem fantástica da vida da protagonista, e é muito bom porque lembra uma fatia da história norte-americana que as pessoas não costumam conhecer muito bem; continuei no entanto com a ideia com que comecei, que o marketing à volta do livro passa muito tempo a dizer quão bom é, mas não faz muito esforço em recomendar outros livros que façam tão bom trabalho, e que sejam um bom exemplo do que esta autora está a tentar transmitir; é pena, porque dá a sensação que o livro existe num vácuo, o que não é verdade; não é nada contra o livro em si, nem com a autora, que faz um excelente trabalho a lembrar o que está para trás, é mais um problema com falar-se dele como se fosse a maior invenção desde a roda, ignorando o que está para trás - e numa questão tão actual como esta, isso é tão redutor;
  • Os Pássaros no Fim do Mundo, Charlie Jane Anders - ok, este livro é estranho, e a tempos vi-me algo frustrada com ele, mas é fascinante e cativante, e tão entrosado a fazer a sua própria coisa sem fazer esforço nenhum no processo; soa natural, mas também dá para ver o trabalho feito por trás, e fico contente por ter lido - não era livro em que pegasse normalmente, pela vertente mais "literária", mas fico contente por lhe ter pegado - era o tipo de livro que eu espetaria (literalmente) na cara dos snobes literários que desconsideram fantasia e ficção científica (temos que lhes permitir fazer a transição lentamente, pobres almas, para se livrarem do snobismo).

Aquisições

Banda desenhada do mês: finalmente os livros que me foram cobrados em Novembro da Graphic Novels Marvel chegaram. Telefonei para o pessoal das assinaturas da colecção e descobri que apesar da cobrança conjunta de dois meses, ainda assim eles mandam cada mês em separado, e por isso recebi um pacote no início do mês, e outro no fim. Estão a mandar-mos para casa, que não era nada isso que estava combinado com a distribuidora anterior (iam para o meu trabalho), mas enfim, como vem por CTT normalmente, também tenho certas facilidades em recebê-los que não teria com a anterior distribuidora. E entretanto já me foi cobrado Dezembro, mas ainda não recebi - suponho que aí podemos pôr as culpas aos pés da época do ano, que não é conducente a receber encomendas atempadamente?

Outra banda desenhada: o fim da mini-colecção Liga da Justiça. E mais revistas Marvel editadas pela Goody - finalmente o número 7 do Homem-Aranha apareceu! Já posso pôr essas leituras em dia. E por fim, os restantes livros foram adquiridos com dinheiro em cartão - o da caligrafia, e os dois no topo da pilha.

A ler brevemente

Bem, que venha o novo ano e que a inspiração me apanhe num bom momento, suponho eu. As minhas leituras são muito na onda do que me apetece naquele momento, dentro do que tenho à frente, por isso vou deixar aqui o espaço em branco para ver o que me cativa no início do ano.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

There's Someone Inside Your House, Stephanie Perkins


Opinião: Hmmm. É por isso que hoje em dia não vejo filmes de terror. Nada me assusta verdadeiramente, nada deixa aquele arrepiozinho, aquela sensação paranóica que fica muito depois de ver o filme (ou ler a história). É esse precisamente o problema com este livro: Stephanie Perkins escreve uma história com momentos sangrentos, sim, mas não são nada assutadores. O seu "terror" não tem garra.

A narrativa não tem tensão alguma: o assassino não é conhecido o suficiente, nem as suas vítimas o são, para importarem realmente ou terem peso na história, para nos custar a sua morte, ou a descoberta de quem é o assassino; além disso, o assassino é descoberto a meio, bem longe do clímax da história, o que mata a revelação; e por fim, os motivos do assassino são... bem, fracos - foi um balde de água fria descobrir uma motivação tão mundana, e saber que motivou um ódio tão grande. (Em adição, isto podem ser as 12 temporadas de Criminal Minds a falar... mas um assassino em série não é habitualmente tão novo, parece-me, e não tem o seu modus operandi tão apurado.)

Ah, e a história até tinha potencial. O assassino faz uma coisa super interessante às suas vítimas - um tipo de gaslighting, em que move coisas da sua casa nas semanas antes, para as desconcertar e assustar. E isso sim, foi a única coisa assustadora para mim.

A protagonista, Makani, ganha pontos pela diversidade (meio Havaiana, meia Afro-Americana), e soou realista nesse aspecto, em como a sua herança familiar é importante para ela. Soou como se a autora tivesse realmente pesquisado. No entanto, por outro lado, é dado um peso excessivo ao segredo da Makani, é feita "caixinha" quase de cinco em cinco páginas, fazendo um grande sururu, e quando é revelado... parece fraco em comparação com a seriedade do que está a acontecer com o assassino. Sim, uma praxe extrema que correu mal, mas a reacção da Makani parece encaixar com o momento. Foi horrível, sim, mas não algo que mereça alguém castigar-se para todo o sempre.

Destaque para alguns personagens secundários: o Ollie, que é amoroso quando se deixa conhecer e um exemplo de como um comportamento diferente é logo descartado por uma sociedade pequena; e o par de amigos que a Makani faz, Alex e Darby, que tiveram o seu interesse e só tenho pena de não os conhecer melhor. (Especialmente o Darby, um rapaz trans - que traz mais alguma diversidade -, e cujos desafios particulares numa cidade pequena seriam interessantes de acompanhar.)

No que a Stephanie se destaca, é algo que já tinha feito anteriormente. É bastante realista a caracterizar adolescentes, e a desenhar as relações interpares entre os adolescentes no centro da narrativa, seja de amizade, ou de algo mais. A Makani e o Ollie são amorosos juntos, nos seus encontros e desencontros; e principalmente, é realista a maneira como a autora os descreve nos momentos íntimos (o sexo é seguro e casual, sem dramas).

Em suma... bem, leria certamente outro livro contemporâneo por parte da Stephanie, mas não um de terror. Ela bem pode gostar do género, mas o género não lhe caiu bem.

Páginas: 304

Editora: Dutton Books for Young Readers

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

The Dire King, William Ritter


Opinião: Esta é uma série que é enganadoramente simples e "pequena". Quando comecei a lê-la não se daria nada por ela... era gira, mas não parecia nada de especial. Ganhei-lhe um gosto e carinho especiais ao longo das suas páginas, e chegada ao final, fico muito contente por tê-la lido; mas triste por ter terminado. Ter o último livro nas mãos é excitante e amargo ao mesmo tempo.

Primeiro que tudo, tenho de fazer um destaque especial à Abigail, a protagonista e narradora: tão pragmática e terra-a-terra, mas tão pronta para aceitar o incomum na sua vida. Cresceu tanto e está tão à vontade neste mundo, é corajosa e desenrascada. Sofre o seu quinhão com os eventos do livro, o que me deixa triste por ela, mas o seu final também me anima: era o que esperava, com uma ligeira reviravolta, e será um desafio interessante para ela.

O Jackaby é o protagonista secundário, o objecto da narração da Abigail, de certo modo, pois são os sarilhos em que se mete que ela narra, tornando-se parte dessas aventuras de moto próprio. A personalidade do Jackaby é muito interessante para mim, porque teve direito às suas tristezas, os seus dramas e dor, e isso não lhe matou a boa disposição, o optimismo com que enfrenta os dilemas sobrenaturais que se lhe põem. Gosto disso. O seu sentido de humor é fabuloso (bem como o do autor, ao escrever certas situações e comentários), e é inspirador como se dedica a fazer o correcto, e a proteger os que pode. O seu final é bem melhor do que me atrevia a esperar, e gostei.

Destaque para a Jenny, fantasma residente, um bom contraponto aos outros dois, esforçada, destemida, e com capacidades únicas e decisivas no confronto final. O Pavel também faz um retorno muito divertido, e destaque ainda para as gentes sobrenaturais e não sobrenaturais que se juntam ao confronto final. As coisas estavam conflituosas e cheias de preconceito entre ambos os lados (algo que julgo que não é arbitrário), mas todos se juntaram por um fim comum, e foi tão bom de ver.

O mistério no centro do livro não é difícil de adivinhar, mas mantém o interesse do leitor; o enredo foca-se num cenário do fim do mundo, com tudo a correr mal para os protagonistas e o mundo a desfazer-se aos bocados. A fasquia está elevadíssima, há tudo a perder, o que foi tão envolvente durante a leitura. O final é triste, sim, mas adequado. Era o que esperava, em parte, mas também é excitante, pois dá vontade de que hajam mais livros na série, de que possamos continuar a ler.

Páginas: 352

Editora: Algonquin Young Readers

sábado, 9 de dezembro de 2017

Este mês em leituras: Novembro 2017

Yeah... Novembro aconteceu, suponho eu. Foi um mês estranho. Aliás, tem sido um ano estranho, mas Novembro condensou todo o cansaço noutra área da minha vida, a profissional, e como uma nuvem negra, matou-me qualquer esforço e vontade que eu tivesse de escrever aqui; em adição, um par de azares informáticos não ajudaram à festa - razão pela qual só saiu uma opinião e me deixou ainda mais atrasada em opiniões. Vou tentar adiantar-me em Dezembro, já que estou presentemente de férias, mas veremos... a criatividade para mim é importante, e tive um escape nesse sentido com o meu outro hobby, mas quero voltar ao ritmo normal aqui.

Livros lidos


Opiniões no blogue


Os livros que marcaram o mês

  • An Enchantment of Ravens, Margaret Rogerson - este foi um livro tão divertido de ler, tão encantador e cativante e passei um bom bocado a lê-lo;
  • Renegades, Marissa Meyer - hmmm, este está aqui porque qualquer livro da Marissa vai ter um grande entusiasmo associado para mim... e este não chegou bem lá, faltou-lhe qualquer coisinha.

Aquisições

Banda desenhada do mês: a mini-colecção da Liga da Justiça lançada pela Levoir através do jornal Público; e as revistas Marvel editadas pela Goody (ainda não apareceu o número 7 do Homem-Aranha, o meu local de reserva está à espera, um drama qualquer com a distribuidora, mas... enfim). Faltam aqui as Graphic Novels Marvel - foi-me feita uma cobrança finalmente em Novembro, de quatro livros (dois de Outubro, que não tinha acontecido, e dois de Novembro).

Plot twist: chegaram em Dezembro (a nova distribuidora está a fazer um tão *bom* trabalho como a antiga, pelo menos podem congratular-se com isso), e só chegaram dois livros, em vez de quatro. E como fui buscar os livros na quinta à tarde e estas coisas têm horários tipo 9-às-5, só posso reclamar na próxima semana. Yay! Estamos no bom caminho para eu deixar de comprar colecções de BD em português, se é para aturar dramas e atrasos.

Em adição, adquiri dois livros em inglês, de autoras/colecções que sigo (Marissa Meyer e Heather W. Petty), e um em português, o da Ann Brashares, via dinheiro em cartão. O do Peter Ackroyd veio de uma alma caridosa que foi ao festival Bang! com uma amiga e me trouxe as coisas fixes que juntaram. (O meu muito obrigada.)

A ler brevemente

Imagino que finalmente poderei retomar as leituras da Graphic Novels Marvel, e espero que as coisas se endireitem com as revistas Marvel para poder continuar a ler essas, também. (E vou terminar a mini-colecção da Liga da Justiça, previsivelmente.)

Sei que vou ler Lock & Mori: Final Fall (neste momento que escrevo e publico, já li); fora isso, talvez vá pescar nas minhas estantes? Tenho muita coisa por ler à minha espera.