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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Curtas BD: Super-Heróis DC, vols. 13 a 15

Novos Titãs: O Contrato de Judas, Marv Wolfman, George Pérez
Há dois aspectos opostos desta história que fazem um par singular: é uma história típica dos anos 80, com tudo o que isso implica, e ao mesmo tempo tem uma certa profundidade e seriedade, que até nem parece coisa deste género de BD.

A descrição deste grupo de jovens é feita duma maneira a tender para o maduro; tem a sua leveza, também, mas tem momentos sérios e adultos com que têm de lidar. É muito claro que eles são adolescentes, mas não estupidificados, e até é bem interessantes acompanhá-los.

Contudo, a história tem elementos questionáveis - a questão da idade da Terra; tem problemas no enredo e no ritmo; e tem pormenores que são só parvos ou inexplicados - o uniforme do Nightwing dá vontade de rir, para não dizer pior, e a vilã detesta os Titãs só porque sim, porque o enredo o pede.

De qualquer modo, é uma história bastante cativante, a caracterização de alguns personagens deixa-me muito curiosa e com vontade de os voltar a ler e conhecer melhor.

Super-Homem & Mulher Maravilha: Par Perfeito, Charles Soule, Tony S. Daniel
Isto é um conceito estranho. Suponho que é óbvio que dois dos personagens mais populares e poderosos pudessem ser um par, mas nunca aconteceu e daí a estranheza.

Aqui a coisa curiosa é que o conceito resulta e não resulta. Não estou aqui a morrer para continuar a ler os dois personagens ou ver mais deles juntos, portanto não é uma coisa que me consome. Mas por outro lado, a coisa resulta. Resulta mesmo.

Apresenta uma exploração bastante credível do que seria uma relação entre dois personagens tão poderosos. Tem que havia confiança mútua, não pode haver egos. Os personagens estão à vontade nas suas capacidades e nas do outro, respeitam-se mutuamente e aprendem sobre as suas diferenças.

Podiam ser um casal a sério. Até podiam, só que nunca resultaria a longo prazo. A única coisa que os separa é todo este tempo de desenvolvimento individual, porque nunca os vimos juntos, e como são pessoas tão diferentes, desenvolvidos de maneira diferente e com valores diferentes, acabará sempre, imagino, por haver algo que os separa. Mas da maneira como são aqui escritos, podia acreditar.

Gosto bastante de como quando a relação deles é revelada, o mundo perde a cabeça, aterrorizado com a perspectiva de dois seres superpoderosos criarem devastação numa discussão de casal. É hilariante; mesmo zangados, nem o Clark nem a Diana seriam capazes de o fazer. Uma boa exploração da obsessão com a vida alheia nas redes sociais. E pontos bónus para a arte, que é muito cativante.

Esquadrão Suicida: Nós Que Vamos Morrer, John Ostrander, Luke McDonnell, Bob Lewis, Karl Kesel, Dave Hunt
Hmmm. Este é daqueles conceitos que descrito é bizarro e possivelmente parvo, mas funciona bem lido. Um grupo de vilões a quem é prometida liberdade em troca de embarcar numa missão, bem, suicida, pela dificuldade envolvida. Se bem que metade deles acaba por não ser vilão...

Acho que o que gosto mais neste volume é que até desenvolve bem as relações entre os personagens e conseguiu torná-los cativantes de ler; toda a gente tem a sua história e objectivos. Também achei que as sucessivas histórias são dinâmicas; não trazem nada de novo, propriamente, e às vezes são produto do seu tempo, mas mantêm o interesse, o que nem sempre acontece com histórias mais antigas.

É uma boa introdução ao conceito, e depois da publicidade feita ao filme que vem em Agosto (?), estou definitivamente intrigada.

domingo, 8 de setembro de 2013

Colecção Super-Heróis DC Comics - Volumes 7, 8 e 9

Universo DC - Crise nas Terras Infinitas 1, Marv Wolfman, George Pérez
Universo DC - Crise nas Terras Infinitas 2, Marv Wolfman, George Pérez
Curiosamente, até agora o peso das histórias nesta colecção tem sido em títulos mais recentes... em comparação, tenho a sensação que a colecção da Marvel tinha mais histórias antigas. Não que me incomode, é apenas uma constatação de facto. Já estava com saudades dum estilo gráfico mais velhinho.

Não estou familiarizada com o estado do universo DC antes desta história, mas bolas, que salganhada deve ter sido. É impressionante a quantidade de personagens que foram desencantar para fazer uma perninha nesta "saga". E também é impressionante que tenham recorrido a uma solução destas para unificar o universo DC. No mundo dos comics é demasiado comum voltar atrás com eventos supostamente irreversíveis, ou afastar-se de coisas que sejam de facto permanentes e mudem o status quo. Nesse aspecto é fascinante ler uma história destas.

Achei a história em si um pouco longa em certos pontos, como que a engonhar. Há muitas reviravoltas, obrigando o leitor a estar atento, ainda mais com a quantidade de personagens envolvidas. (90% das quais eu não conheço, lol.)

Contudo, dei por mim embrenhada na história e intrigada com as ideias que apresenta. Gostei das poucas referências que pude reconhecer (como o paralelismo entre a história do Alexander da Terra-3 e o Kal-El, ou os aspectos da Terra-3 que se podem rever no mundo alternativo visto em Terra Dois).

Gostei imenso das ilustrações de capa pela artista Alex Ross, se bem que a imagem do segundo volume é algo spoilerenta para o conteúdo do mesmo, bem que podiam ter escolhido outra coisa.

Batman - Saga de Ra's Al Ghul, Dennis O'Neil, Neal Adams, Irv Novick, Mike Barr, Jerry Bingham
Este volume contém duas "arcos", e curiosamente nenhum pode reclamar o título do volume. (Pelo menos quando procuro por "Ra's Al Ghul Saga", a expressão aplica-se a uma história diferente no universo do Batman.)

A primeira parte contém uma história que me parecia familiar, com o Batman a ser submetido a um teste pelo Ra's e pela Talia. E tinha razão, pois consta do volume do Batman numa colecção de BD publicada pelo Correio da Manhã. Podiam ter incluído a história mencionada no editorial, em que a Talia aparece pela primeira vez.

Depois segue-se um arco de história em que o Batman se propõe a enfrentar e capturar o Ra's. A história em si tem uns buracos bem grandes, como o porquê do Batman precisar daquela equipa, quando afinal teve de fazer tudo sozinho no fim - e ainda mais ridícula é a efabulação em torno do gangster morto que o Bruce encarna de vez em quando, que não faz sentido nenhum. Mas gostei muito da personagem da Molly.

Aquilo que adorei neste parte é o desenho, que me agradou muitíssimo (e o trabalho de sombras não é tão estranho como o da segunda história no volume do Joker, é na verdade mais agradável), e a coloração, que dá vida à história e aos personagens.

A segunda parte consiste numa história completa em que o Batman, o Ra's Al Ghul e a Talia juntam forças contra um inimigo comum, o que acaba por ter a sua piada, tendo em conta que geralmente são inimigos (entre si). Foi interessante ver o Batman com a Talia, e os momentos idílicos que vivem. Se bem que a história não fez muito sentido com o que é revelado em Herança Maldita... mas depois descubro que essas revelações do Herança Maldita são o escritor a meter os pés pelas mãos. (E ninguém reparou antes de ir para publicação, o que ainda tem mais piada.) O que é que eu tinha dito sobre continuidade nos comics ali em cima? Não me agradou tanto a arte desta segunda parte. Achei o traço mais irregular e não achei tanta piada à coloração tipo aguarela.

domingo, 25 de novembro de 2012

Colecção Heróis Marvel, Mutts

Mutts 5 - Os Nossos Mutts, Patrick McDonnell
Acho que já falei do quanto adoro estas tiras aqui, mas vou falar mais um bocadinho. Gosto que o autor consiga, sem palavras, expressar tanto. Delinear situações e personagens complexos com uma mão-cheia de palavras. Dar profundidade a alguns temas que aborda sem ser aborrecido. Fazer-me pensar e derreter-me na mesma tira.

Gosto particularmente de seguir o mesmo tema durante uma semana, como o autor às vezes faz. Gosto da "gatice" do Mooch e da lealdade canina do Earl. E gosto de seguir o autor, seguir o seu traço ao longo dos anos e notar as pequenas mudanças. (O traço não é bem o mesmo no Mutts 1, neste, ou nas tiras diárias que o site do autor me manda para o e-mail.)

Quarteto Fantástico - Em Busca de Galactus, Marv Wolfman, Keith Pollack, Sal Buscema, John Byrne
É bom poder ler sagas completas. É muito mais recompensador poder acompanhar uma história que expande por vários episódios e que estão reunidos no mesmo livro. A saga em si não é particularmente memorável, o que é estranho tendo em conta que mete ao barulho o Galactus, mas como personagem este é um bocadinho aborrecido, por isso talvez não seja assim tão estranho. O ponto alto do enredo é o envelhecimento de três elementos do Quarteto... parece que aqui os dramas pessoais são mais interessantes que os enredos épicos.

Nick Fury - Agente da Shield, Stan Lee, Jim Steranko, Roy Thomas, Jack Kirby, John Buscema
O ponto fabuloso deste volume é a (re)coloração de um tal Estúdio Fénix em parte das histórias que contém. Cores fantásticas que recriam o estilo de cores desta época da BD, dando-lhe ao mesmo tempo alguma profundidade. Também é bom poder ler várias revistas de seguida, seguindo a história sem interrupções.

Mas... não gostei muito deste Nick Fury primordial. Demasiado a puxar para o James Bond, sabe tudo, faz tudo, espia tudo, prevê tudo... céus, torna-se extremamente aborrecido, principalmente porque as histórias tomam sempre o mesmo rumo: Nick Fury mete-se em sarilhos, Nick Fury fica à beira da morte, e Nick Fury safa-se milagrosamente e salva o dia! *bocejo* As histórias são curtas, porque o protagonista partilhava a revista (Strange Tales) com outros personagens, mas isso não justifica a fraqueza narrativa. As últimas histórias fogem um pouco à regra, mas só mesmo a última história é que me chamou a atenção, pela história e pela arte - se bem que a revelação final é algo confusa.