quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aquisições - Agosto 2011

As minhas aquisições do mês. Ao menos por uma vez li quase tudo o que adquiri... Estou a tentar caminhar lentamente para o equilíbrio da balança leituras-compras.

- A Spy in the House, Y.S. Lee, lido
- Vesper, Jeff Sampson, lido
- Divergent, Veronica Roth, lido
- Bright Young Things, Anna Godbersen, lido


- Mentira Escura, Gena Showalter, lido
- Vampire Knight 4, Matsuri Hino, lido
- Contos: Policiais, Fantásticos, Humorísticos, Arrepiantes, Encantados, Natal, Amores, Aventuras, Dramáticos, Ficção Científica, Comédia Urbana, Apaixonantes, Fantasia, Memórias, colecção Biblioteca de Verão DN/JN

- Querido Inimigo, Jean Webster, lido
- 2ª Oportunidade, James Patterson
Este ganhei via um passatempo na revista Notícias Magazine, que vem com o DN/JN ao sábado, mas tenho que ler antes o 1º da série para poder ler este.

- Arcanum, Thomas Wheeler, a ler
- As Mentiras de Locke Lamora, Scott Lynch
- Exílio, R.A. Salvatore


E agora um pequeno destaque para alguns marcadores recebidos... via passatempo na página do Facebook e no blog do clube de leitura Peace, Love, Teen Fiction.


Estes postais também foram recebidos através do Peace, Love, Teen Fiction... Aparentamente nada têm a ver com livros, mas eu explico: fazem parte da promoção do lançamento do City of Fallen Angels, o 4º livro da série The Mortal Instruments, da Cassandra Clare. Os postais têm no verso mensagens trocadas entre os personagens destes livros - o Alec e o Magnus vão de férias pelo mundo e, em Nova Iorque, a Isabelle perde a cabeça com um casamento... Para lerem o verso dos postais podem ir aqui, é um álbum de fotos na página oficial do Facebook da saga, e que mostra as mensagens. Muito divertidos.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Leitura Conjunta - Jane Eyre, 3ª parte

A minha opinião para a leitura conjunta deste livro, relativa à terceira parte (Capítulos XXVI a XXXVIII). Poderão ler a opinião da Rita no blog A Magia dos Livros.

O primeiro capítulo desta fase de leitura descreve-nos a tentativa de casamento de Jane e do Mr. Rochester. A Jane sente-se nervosa, nem se reconhece ao espelho; e o Mr. Rochester está apressado, quase bruto, até como que arrasta a Jane para a igreja. Mas naquele momento crucial do "falem agora ou calem-se para sempre", o Mr. Mason e um advogado intervêm: o Mr. Rochester já é casado! É mais uma das curiosas coincidências da narrativa: o Mr. Mason descobriu o casamento através do conhecimento que tem com o tio da Jane da Madeira, ao qual ela tinha escrito.

O Mr. Rochester confessa e Bertha, a esposa, é-nos apresentada: está louca, quase selvagem, e violenta. A Bertha pareceu-me quase um estereótipo do louco no século XIX. Tive um pouco pena dela, pois no nosso tempo seria tratada adequadamente e não seria reduzida a um estado quase animalesco.

Após isto, a Jane sabe que tem de se ir embora, mas é tão difícil fazer a coisa certa. Perdoa o Mr. Rochester, provavelmente mais facilmente do que é ao leitor perdoar-lhe por querer dar cabo da vida à nossa Jane. Ainda por cima põe-se a dificultar as coisas à rapariga, não a querendo deixar ir. Por vezes, a sua impetuosidade impede-o de pensar no carácter da Jane e de perceber se ela está confortável com uma situação ou não.

Depois o Mr. Rochester conta o seu lado da história e não é possível deixar de me compadecer com a sua história, especialmente pelo papel terrível que a própria família teve, enganando-o e levando-o a casar. Este capítulo é dos mais interessantes, pois para além da narrativa do Mr. Rochester, temos uma fala dele que nos mostra como vê a Jane. No entanto, a Jane sabe que para se respeitar a si própria e aos seus princípios, tem de sair de Thornfield Hall, ou não conseguirá resistir.

Foge. Mas por força das circustâncias rapidamente se vê desamparada e fraca, a passar fome. Providencialmente, é acolhida na casa dos Rivers, Mary, Diana e St. John (e já agora, que raio de pais é que chamam "S. João" ao filho?). Estes não tinham que a ajudar, mas auxiliam na sua recuperação e tratam-na como um dos seus - dá-se muito bem com as duas irmãs, estudando até com elas, e St. John arranja-lhe um emprego, como professora numa escola para as meninas da aldeia. Por esta altura ocorre outra coincidência, em que os Rivers recebem a notícia da morte de um tio John, que estava zangado com o pai deles, e que deixou 20000 libras a outra sobrinha (que não é outra senão a Jane).

O St. John Rivers tem um feitio... estranho. É muito inteligente, mas calado, meditabundo. Podia chegar longe com as suas capacidades, ainda para mais tendo o interesse de uma jovem, Rosamond Oliver, filha de um homem influente na região. Mas tem um espírito inquieto (à semelhança da Jane) e meteu à força toda na cabeça que há de ganhar o céu e tornar-se missionário na Índia, e nada o demove. Isto é, é casmurro que nem uma mula. É claro que depois de lidar com o Mr. Rochester, lidar com o St. John é canja para a Jane.

Entretanto, mais uma coincidência, o St. John vê o verdadeiro nome da Jane (ela tinha-se apresentado com um apelido falso) num dos papéis de desenho dela e cedo descobre que é a prima herdeira do tio da Madeira e apresenta-lhe a história dela, tal como a descobriu. A Jane devia herdar 20000 libras, mas acha que está mal o tio da Madeira deixar-lhe tudo a ela, e divide com os primos, cabendo 5000 a cada um (o que já é uma quantia considerável, a crer na Mrs. Bennet, que ia tendo uma coisa com as 5000 libras anuais do Mr. Bingley... sorry, história errada).

É aqui que, estando a chegar o tempo de ir para a Índia, o St. John tem uma ideia bastante ridícula: a Jane casar com ele. E é muito insistente no assunto, convicto que a Jane será uma boa esposa de missionário e feita para trabalhar e tal (devia ir com o Mr. Darcy tirar um curso de "Como fazer um pedido de casamento"... e mais um desvio à história errada). É claro que a Jane recusa, e sugere ir apenas como irmã, porque é quase isso para ele.

Mas o senhor Correcto diz que não, que pareceria mal, blah blah blah... (devia estar preocupado com as suas hipóteses de ir para o paraíso) e insiste, e insiste, e insiste, e insiste, e insiste. E a Jane recusa e volta a recusar. E muito bem, por sinal. A Jane sabe que com o feitio do St. John estaria presa, restringida, condenada. E deseja manter a sua independência de espírito e coração. É claro que o St. John não a compreende neste desejo e finalmente amua, tratando-a durante o resto do tempo com uma certa frieza.

Estes capítulos são algo intensos, graças ao feitio casmurro do St. John. Chega a uma altura que a sua insistência quase faz a Jane aceitar, mas mais uma daquelas coincidências estranhas ocorre e à Jane parece-lhe ouvir o Mr. Rochester a chamar por ela. É outra vez aquela ligação quase psíquica que eles têm. E ela parte rapidamente para Thornfield Hall, encontrando a mansão destruída.

Na estalagem da terra mais próxima, descobre o que aconteceu. Thornfield ardeu num incêndio ateado pela Bertha, que morreu. O Mr. Rochester, ao tentar com que toda a gente saisse, foi apanhado por um barrote ou algo do género e ficou cego e sem uma mão. A Jane dirige-se para Ferndean Manor, onde ele agora reside, e compadece-se de ver um espírito tão vivo assim restringido. Mas feliz por o ver, cedo se junta a ele. O reencontro é delicioso, a presença da Jane reaviva-o e até tem ciúmes ao saber do primo dela.

Entendem-se e casam. De certo modo, é um casamento mais acertado por tudo o que passaram. O Mr. Rochester expiou a tentativa de casamento bígama, e a sua vida devassa, com a tragédia em Thornfield. A Jane cresceu e tem algum dinheiro, pondo-a de certo modo em pé de igualdade com o Mr. Rochester, que já não precisa de a encher de vestidos e outros bens materiais. É em todos os modos um casamento de iguais, intelectualmente, emocionalmente, monetariamente, sem manipulações e patronizações, um casamento de harmonia, e felicidade.

O livro termina com uns parágrafos dedicados ao St. John, que viveu e morreu para a sua Missão, sendo um apontamento religoso que mostra como a posição da Jane é diferente neste aspecto. A Jane vive os pequenos prazeres da sua vida mundana sem culpas.

E... c'est fini. Não pensei que fosse levar tanto tempo, mas tinha muita coisa a comentar. Para todos os que ainda estão a ler, karma points! E obrigada por lerem.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vampire Knight 4, Matsuri Hino


Opinião: Bem, isto será mais uma mini-opinião, porque não tenho muito a dizer...

Gostei da história deste volume, achei que evolui um bom bocado, ao contrário do volume anterior. Leva as personagens a pontos extremos e dá ao leitor algumas cenas e informações importantes. Em termos gráficos, gosto bastante do desenho, parece-me complexo. Gostava de poder ver algumas das imagens que ilustram o início dos capítulos a cores, porque devem ser giríssimas.

Páginas: 196
 
Editora: Panini Comics (Brasil)

domingo, 28 de agosto de 2011

Mentira Escura, Gena Showalter


Opinião: Em comparação com o casal anterior, achei o Gideon e a Scarlet um casal algo... aborrecido. Talvez seja porque a Olivia e o Aeron passaram o livro anterior a saltar um para cima do outro (enquanto ainda havia tempo para histórias laterais). Talvez seja porque neste livro há demasiadas histórias laterais. Talvez seja porque a história do Gideon não se lembrar da Scarlet e de terem sido casados me parecer algo fraquita. Só ganhou algum (vá, muito) interesse com uma certa reviravolta a meio do livro.

Em termos de personalidade, a Scarlet pareceu-me pouco desenvolvida e muito focada na "tragédia" da vida dela, e que não ajudou a que eu gostasse dela. O Gideon parecia um santo em comparação, a aturar as mudanças de disposição dela. O demónio dele, Mentira, é muito engraçado, obrigando-o a dizer sempre o contrário ou a negativa do que quer dizer. Foi super divertido tentar traduzir aquilo que ele ia dizendo. Escusava-se era a "tradução" que a autora/o narrador fazia quase sempre a seguir a ele falar; não era preciso infantilizar o leitor.

Quanto às histórias laterais, já disse que pareceram muitas. A minha atenção estava dispersa por todo o lado. Temos o Strider que encontra uma personagem que já foi importante, e vai voltar ser importante num livro seguinte, Haidee. Temos a Sienna, que graças ao livro anterior vai voltar, e que se debate com a sua nova condição. Temos a missão de salvação da Legião, que honestamente não vale toda a porcaria por que passam o Aeron, o William e o Amun. Especialmente este último, que deve estar num belo estado.

Em termos de mitologia, temos uma maior presença de divindades como Reia, Cronos e Mnemosine (a que o Gideon chama NeeMa, por não poder dizer o nome das pessoas, o que seria verdade), e que aparecem por estarem ligados à Scarlet. Os Titãs começam a intervir mais na luta principal (Senhores do Submundo vs. Caçadores, pela Caixa de Pandora), e ainda bem.

Enfim, um livro do qual menos que os anteriores, mas ainda assim uma boa adição à saga. É um bocado chato ter de esperar por um próximo livro - só falta traduzir em português 2 livros (3, se se dispusessem a publicar o Dark Beginnings, com as novellas), por isso duvido que a Harlequin volte a publicar mais alguma coisa da Gena Showalter este ano - mas tenho com que me entreter por enquanto.

Título original: The Darkest Lie (2010)

Páginas: 384

Editora: Harlequin

Tradução: não disponível

sábado, 27 de agosto de 2011

Vesper, Jeff Sampson

I'm submitting this book to the 2011 Debut Author Challenge, hosted by The Story Siren.


Review: This book wastes no time in starting its story, with the main character, Emily, finding herself doing strange things, very unlike herself. Dressing her stepsister's clothes, sneaking out of the house to go to parties, doing crazy stunts. It's like she has a whole new personality that comes around at nighttime. The thing is, Emily is a geek, self-conscious and with a low self-esteem. She would never do that kind of thing.

Vesper felt quite realistic to me, as Emily is a very relatable character, because of her self-esteem and because of her self-proclaimed geekdom (she had me at mentioning her TBR pile). I was also surprised at this book, because in a genre full of repeated tropes, it felt fresh; and another interesting thing is how the book deals with becoming someone else - faster, bolder, more extroverted, outspoken. It's everyone's fantasy, to wish to become other person.

One downside of the book is that it slows down in the middle and drags on too much the situation of Emily trying to find out what's going on. Her friend Megan also got me really mad with her singlemindedness about popular people and Emily starting to resemble them. But she grew a bit on me when I saw how she forgave Emily for her craziness without having any explanations.

The final chapters pick up the pace again and it was very exciting to realize what was going on with Emily and with the underlying mystery. I'll just say that the notion of a teen pack wandering around in a quiet neighborhood sounds promising.

The transcripts in-between every few chapters are quite interesting. And the last transcript and the last page of the last chapter made me more eager to read the next installment, as they did drop a few bombs on my lap. I'm very curious to read how it turns out.

Pages: 304

Publisher: Balzer+Bray (HarperCollins imprint)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

45 Days Book Challenge

Bem, este post resume as minhas participações no "45 Days Book Challenge", para poder consultá-las mais tarde. Estava a colocar uma etiqueta (tag) em todos os posts do desafio, mas com a quantidade de posts esta etiqueta estava a ficar gigante e a esconder as outras, portanto decidi apagá-la e fazer um post-resumo.

Quanto ao desafio em si, foi bastante interessante e, passe a redundância, desafiante. O primeiro terço das categorias, aproximadamente, foi fácil de preencher porque as tinha feito previamente; o segundo terço já foi mais difícil, porque fui escolhendo no próprio dia; o terceiro terço foi o mais complicado, porque algumas categorias me pareceram algo repetitivas e alguma saturação manifestou-se.

Fico satisfeita por me ter lembrado de fazer este desafio em tempo de férias, pois a "obrigação" de fazer um post diário é algo que nunca conseguiria durante as aulas (e trabalhos) da faculdade. O fazer um post diário foi em si um desafio, pois não sou lá muito regular a postar, dependendo do trabalho que tenho e da vontade.

Enfim, imagino que se fizesse o "45 Days Book Challenge" noutra altura qualquer, as respostas poderiam ser diferentes, já que penso que muitas categorias terão sido dominadas pelas leituras mais recentes. Imagino-me talvez a voltar a fazê-lo no futuro, para ver como variaram as respostas.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dia 45 – Próximo livro a ler

Bem , o livro que estou a ler agora é Vesper, de Jeff Sampson. Estou a pensar em ler a seguir o Mentira Escura, de Gena Showalter.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Spy in the House, Y.S. Lee

I'm submitting this book to the YA Historical Fiction Challenge hosted by YA Bliss.

Review: Mary Quinn Lang is a girl of 12 about to be hanged for housebreaking. Fortunately, she is whisked away and sheltered by the Miss Scrimshaw's Academy for Girls, an unusual school for girls that does some charity and admits intelligent girls that wouldn't have the chance to study otherwise.

Mary grows in the Academy to be a teacher, but at 17 years old longs for more. The head teachers, Anne Treleaven and Felicity Frame, propose she joins the Agency, a top secret detective agency that uses women as their agents, because they are less conspicuous when investigating.

With this premise, what's not to love? Mary Quinn is a very smart and independent girl, and the idea of the Agency existing in Victorian times is just awesome, albeit slightly irrealistic. Nonetheless, I think it shows that Y.S. Lee studied the Victorian times, because I felt at all times immersed in the story.

Mary is a very likeable character, as she is quite intelligent but also makes mistakes. She is self assured but also fears revealing her past, as she fears it might get people to treat her differently. She even hides it from her teachers (Miss Treleaven and Mrs. Frame), but I'll lose all respect for these two characters if they haven't guessed already. I mean, it doesn't take a scientist to figure out her parentage when her given surname is Lang. (Although she starts using the surname Quinn after escaping the gallows.)

The mistery at the center of the story isn't very hard to figure out, but satisfying. I suppose it took Mary more time to solve it because she gets entangled with James Easton, a young engineer that is reasearching into the same thing as she. Oh, how funny and adorable these two are. They are one of those couples that from the moment they meet (in their case, in a closet), they quarrel, and argue, and bicker, until sometime they figure out they've fallen head over heels for each other.

I guess it will take them a while, though. James was quite adamant somewhere in the middle of the book about marrying not for love, but for reasons of political or wealth nature. The fool! I'm sure he'll have to eat his own words soon. They sort of understand each other for a moment at the ending, but not the kind of understanding I was rooting for. Oh well, that's what the sequel books are for.

Back to the mystery part of the story, it was really engrossing getting suspicious of every character with the hints the author was giving us, but the fishy behaviour of the guilty party tipped me off. I'm wondering if said guilty party ever meets Mary or James ever again, in one of the next books.

I really enjoyed seeing the role some women took, or more accurately, had to take in society, and what they did to escape it, especially Angelica and Mrs. Thorold. I also was rooting for little Cassandra Day, as well, and I wonder if she will have a bigger role later, even become a Mary Quinn one day. I am also curious where the thread about Mary's father will lead, as someone's comment in the book left his fate somewhat open for me.

What else can I say? It's a YA historical that I would recommend to enjoy a good time, with a lovely description of Victorian times, with great characters, and an engaging mystery.

Pages: 352

Publisher: Walker Books

Dia 44 - Último livro lido

O último livro lido é o A Spy in the House, de Y.S. Lee. Muito giro, irei postar a minha opinião brevemente.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Leitura Conjunta - Jane Eyre, 2ª parte

A minha opinião para a leitura conjunta deste livro, relativa à segunda parte (Capítulos XIV a XXV). Poderão ler a opinião da Rita no blog A Magia dos Livros.

Esta parte desenvolve melhor a curiosa relação que se cria entre a Jane e o Mr. Rochester. Enquanto que este é pouco convencional e peculiar, a Jane não se deixa intimidar nas trocas de ideias que têm, sendo esperta e retorquindo sem medo às ideias "doidas" do interlocutor. Creio que é aqui que se forma um laço especial entre eles, pois o Mr. Rochester fala com a Jane como uma igual, quando o normal na época era desprezar uma mulher, ainda para mais uma perceptora.

A Jane aprende bastante com a sua experiência de viajar e sonha ela própria fazê-lo; uma coisa que achei significativa é que já aqui a Jane consegue fazer uma avaliação certeira do Mr. Rochester e dos seus defeitos, mas também lhe encontra qualidades redentoras. Entretanto, a pequena Adèle, francesa, fraca falante de inglês, vaidosa, mimada, é por um lado desprezada pelo próprio tutor à frente dela, mas por outro ele esforça-se para cuidar dela quando não o tinha de fazer - é uma situação que me deixa algo perplexa.

Pelo meio, estão a acontecer coisas muito estranhas na casa, gargalhadas pelo ar, atribuidas a Grace Poole, uma empregada que vive à parte do resto da casa. Mas quando Jane salva o Mr. Rochester de morrer queimado na própria cama, não deixa de se perguntar em relação ao mistério da casa, não deixando no entanto de ser discreta (e é aqui que eu me irrito com o enredo, porque se a Jane tivesse sido mais desconfiada nestes momentos não teríamos tanto coração partido lá para a frente).

É nesta altura que a Jane se apercebe dos seus sentimentos para com o dono da casa, mas consciente do muito que os separa, tenta escondê-lo. Chega a Thornfield Hall um grupo de pessoas amigas do Mr. Rochester, no qual se inserem as Ingram. Que senhoras tão arrogantes, mal educadas para aqueles abaixo delas (como uma perceptora) e tão más para com a Adèle, que não tem culpa nenhuma da educação que teve antes da Jane. A Mrs. Ingram chega a lembrar à Jane a tia, a Mrs. Reed, e a Miss Blanche Ingram tem tudo para fazer sofrer a Jane, ao correrem rumores que o Mr. Rochester e ela se vão casar.

Um estranho, Mr. Mason, chega a Thornfield e deixa o Mr. Rochester aflito. Durante a noite mete-se em sarilhos com o ser doido no quarto escondido (que a Jane pensa ser a Grace Poole), e caramba, nem mesmo assim a Jane tenta perceber o que se está a passar. Entretanto é chamada a Gateshead, por causa da tia, que está a morrer. Lá, encontra as primas muito mudadas e quase não as reconhece.

A tia, por sua vez, teve aquilo que passa por um ataque de arrependimento e conta à Jane que esta tem um tio por parte do pai que a procurou, e que tem fortuna. A tia disse-lhe que ela havia morrido, por pura vingança contra a Jane e as últimas palavras que dissera à tia em criança. (A sério, ficar ofendida pelo que sai da boca de uma criança? Que grande flor de estufa, esta tia...) A Jane perdoa-lhe, admitindo que em criança era exaltada, mas não vingativa. A tia morre, e a Jane dá-se conta que não tem pena de que tenha acontecido, mas sim do quantidade de sofrimento envolvido na morte da tia.

Jane regressa a Thornfield, sentindo-a já como sua casa, e finalmente um acontecimento ridículo (no bom sentido) e muito esperado acontece, o Mr. Rochester pede a Jane em casamento. Por um lado, que rufia, ele, fazendo a Jane pensar que se ia casar com a Miss Ingram para a fazer morrer de ciúmes; por outro, achei interessante que nesta parte da leitura, e especialmente neste momento, a autora sugira que há algum tipo de ligação psíquica entre os dois, com uma quase leitura de pensamentos.

Outra razão para eu classificar o Mr. Rochester de rufia é a maneira de ele lidar com a Jane, que parece demonstrar que não a conhece assim tão bem. Quase que tenta sufocá-la com presentes, quando ainda nem estão casados, e a independência da Jane não deixa que tal aconteça. Felizmente ela sabe lidar com ele, comparando-os mesmo a fogo e gelo ou algo parecido. Também gostei duma comparação deles que a autora faz com um castanheiro em Thornfield, que foi rasgado por um relâmpago, mas cujas duas partes continuam entrelaçadas. Creio que é bastante ilustrativo de toda a sua história.

A Jane decide escrever ao tio, mas entretanto a sua atenção é desviada para o casamento, particularmente para algo que acontece duas noites antes: um espectro (a "Grace Poole", que coitada apanha com as culpas de tudo) entra-lhe pelo quarto adentro e rasga-lhe o véu. E aqui, quando a Jane confessa ao Mr. Rochester esta coisa que aconteceu e os sonhos (premonitórios, diria) que teve, fico outra vez com vontade de esganar o Mr. Rochester: sabendo o que ele está a esconder, só queria que ele tivesse a coragem de confessá-lo à Jane.

E esta parte acaba com a Jane a acordar no dia do casamento. Como sei o que aí vem, estou preparada para a desgraça. E para ter vontade de esganar o Mr. Rochester outra vez...

Dia 43 - Livro que marcou a infância

Para esta categoria vou recorrer às fotos das minhas estantes, que serão mais úteis para ilustrar esta categoria...


Primeiro que tudo: as BDs. Aprendi a ler basicamente com as BDs da Disney, ainda antes da primária. Também cheguei a comprar livrinhos da turma da Mónica, mas as da Disney é que marcaram mesmo. Tanto que quando fizeram aquela promoção há uns anos dos livrinhos de BD da Disney mais baratos (para escoar o stock, imagino, quando acabaram com a publicação em Portugal), eu aproveitei, e muito. Basicamente os livros com um traço preto em cima são os comprados nessa altura, que tecnicamente já não foram comprados na infância.


Os livros marcados com um rectângulo são também de infância, e por terem chegado até hoje são especiais. Os do rectângulo vermelho, no entanto, são particularmente marcantes. Os da direita são de uma colecção da Rua Sésamo, e os da esquerda são da velhinha colecção "Porque Será Que?", publicada pelo Círculo de Leitores, e que a minha mãe me comprava a cada bimestre. Saciaram esta mente curiosíssima com respostas básicas em vários ramos da ciência, e por alguma razão ficaram-me na mente.

domingo, 21 de agosto de 2011

Divergent, Veronica Roth

I'm submitting this book to the 2011 Debut Author Challenge, hosted by The Story Siren.


Review: How do you know when you're loving a book? Well, you stay up late, into the wee hours, reading it because you just need to know what happens next. Then, when there's only about 100 pages left, you stall, because you are enjoying it too much and don't want it to end. And when it finally ends, you still obsess over the book over a few days. And for me, that's what happened with this book.

Divergent is a book about a society that divided themselves into factions that embody qualities. The factions' creators believed that that those qualities would be the solution to avoid conflict. And so they divided into Abnegation, the selfless; Amity, the peaceful; Candor, the truthful; Erudite, the intellectual; and Dauntless, the bold. The irony is, as we see during the book, the division into factions only causes more conflict.

Beatrice was born in Abnegation, but as she nears the ceremony when she has to choose the faction she's joining for life, she feels she's not selfless at all, and she joins the Dauntless. I loved to read about the Dauntless initiation process, because it's so crazy dangerous. People have compared this book with The Hunger Games, and I think that the initiation is one of the reasons why, because you get the same sense of danger and that someone's going to die any minute.

I really liked Beatrice (Tris). At first she struggles with being in a faction that she feels she doesn't belong in, and then the initiation process is hard for her as well. At least in the beginning, because as time passes she proves herself over and over again. And she shows that she still has something of Abnegation as well. Tris suggests us with her actions that maybe people aren't made to be divided in factions.

I also liked how Veronica Roth wasn't afraid of putting Tris into situations that would require her to do some very wrong things. YA authors tend to shy away from going that path, even when characters are put into dire situations.

The secondary characters are quite interesting. Tris makes a few friends among the other initiates, but also makes enemies. But even among friends things aren't perfect, and I appreciated that reminder. Tris' mother was a character I loved to read about in the few times I met her. I guessed that thing about her early on, at some time I was practically screaming at Tris because she hadn't guessed yet. It was the one thing that annoyed me in this book, a couple of times Tris takes too long to guess something for plot's evolution purposes.

On another instance, I really enjoyed that Tris wasn't inserted into a silly love triangle, and bonus, there is no instaromance as well! You can actually see things evolving slowly between them, and guess way before them where it's headed. Four lets Tris be strong and brave for herself, and I thought it was incredibly cute how protective she was of him. Also, it was easy to guess his true identity, but it was fun to let Tris guess in her own time.

The final chapters... oh dear, all hell breakes loose. I'll just say it was crazy good, and crazy dangerous, and other crazy things too. And that I'm crazy impatient that April/May 2012 comes and I'll be able to read Insurgent, book 2 in this series. I wish I could say more about the book, and the things it made me think about, but this is becoming too long and words fail me right now. I'll just say I loved it and that I recommend it.

Pages: 496

Publisher: Katherine Tegen Books (HarperCollins)

Dia 42 - Livro que adoravas e agora detestas

Não é bem detestar, mas gostei bastante dos livros da Saga Luz e Escuridão (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse, Amanhecer) na altura em que os li, e agora nem tanto. Quando começaram a ficar populares por causa dos filmes, todo o burburinho estragou os livros para mim - tanto por culpa dos fãs veneradores como pelos haters que aproveitavam todas as ocasiões para dizer mal. Segui em frente e evolui para outras leituras, mas preferia que não tivesse sido por todo o drama em torno dos livros.

sábado, 20 de agosto de 2011

Dia 41 - Livro que é um "guilty pleasure"

Vou nomear não um livro, mas uma série toda: Blue Bloods, de Melissa de la Cruz. Descobri esta saga este ano e fiquei cativada pela concepção muito criativa de toda a mitologia vampírica e angélica. Chamo-lhe guilty pleasure porque não é nada de especial em termos literários (os livros mais recentes têm até perdido alguma, digamos, qualidade), mas mesmo assim não consigo deixar de os ler e deliciar-me com os personagens e as suas atribulações.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dia 40 - Autor cujo talento invejas

Acho que quaisquer um dos autores mencionados no Dia 22 - Autor favorito pode entrar nesta categoria... Mas faço um destaque a três grandes senhoras que me fascinam sempre que as leio: Jane Austen, Jacqueline CareyJuliet Marillier.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bright Young Things, Anna Godbersen

I'm submitting this book to the YA Historical Fiction Challenge hosted by YA Bliss.


Review: Welcome to the Roaring Twenties. Life is good, bootleggers run speakeasies, and women adhere to the new lifestyle known as flapper. And Anna Godbersen does it again, managing to turn New York yet again into a glamorous city, but this time in 1929 (instead of 1899 in the Luxe series).

This time around, we follow three girls: Letty Larkspur and Cordelia Hale, that come from Ohio in search of two different things, the first to be a star, and the second to meet her dad; also, Astrid Donal, a rich, flapper girl who seems to have it all, but somehow something is missing.

I loved to know more about the kind of life girls would have in the 1920's. If one were in a rich family, life would be composed of an endless string of partying, going to country clubs and sleeping late. If one were not as lucky, they might find themselves working at a speakeasy or struggling to make it as an actress or singer. But women were liberating themselves from many of society's strict rules, and life was as glamorous as it could be.

The girl protagonists were pretty interesting to meet, as they struggled with the good and the bad in their lives in this crazy time. I found that something Cordelia did was incredibly stupid (I don't care how gaga you're over a guy, you don't ever tell him the family's secrets), but she paid for it big time, so I'll overlook it. As for my favorite, it's a tie between Cordelia and Astrid, but I don't want to become too attached to any of them, because as far as I can tell, Anna Godbersen likes to surprise us with sudden deaths and the likes of it.

The story felt a bit introductory, but was satisfying nonetheless. The story's climaxes and twists were pretty obvious to me, but were exciting as well. Some new characters are introduced toward the ending, but the story is self-contained and ends with closure enough for the book to be read alone. (Although I'm really dying to know what the girls will do next! Thankfully the next book comes out in September.)

I'm very interested in keep reading about society and culture in the 1920's, and I am most excited about reading about the Crash of 1929. This book occurs during early summer of 1929, so Black Tuesday and the end of an era is close by. Beautiful Days, here I come.

Oh, and I must gush over the cover. The tradition of having one girl main character in it is followed (Astrid is in this cover, and Cordelia in Beautiful Days's), and the tradition of girl in a gorgeous dress is as well! Thank you so much, Harper's art department!

Pages: 400

Publisher: HarperTeen (Harper Collins)

Dia 39 – Livro que custou a ler

Tem de ser outra vez o A Lenda do Cisne, da Jules Watson, mencionado nos Dia 2 - Livro Detestado e no Dia 11 - Livro que não conseguiste acabar. Os porquês estão nesses links, especialmente no do dia 2.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dia 38 - Livro para os dias solarengos

Bem, parece que para mim os dias solarengos significam o mesmo que os chuvosos - um dia enroscadinha em qualquer lugar a ler. Também associo aos dias solarengos um tipo de romance, mas desta vez romance paranormal, como a série dos Senhores do Submundo, da Gena Showalter. Até agora, foram publicados A Noite Mais Escura, O Beijo Mais Escuro, O Prazer Mais Escuro, Palavras Escuras, Paixão Escura, Mentira Escura.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dia 37 - Livro para os dias chuvosos

Não sei porquê, associei a um dia chuvoso algum tipo de romance histórico erótico. Parece um bom tipo de livro para entreter quando a chuva cai lá fora e está muito frio. Algo do tipo Emma Wildes, com os seus Uma Aposta Perversa ou Lições de Sedução.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Leitura Conjunta - Jane Eyre, 1ª parte

A minha opinião para a leitura conjunta deste livro, relativa à primeira parte (Capítulos I a XIII). Poderão ler a opinião da Rita no blog A Magia dos Livros.

Começamos este livro com uma Jane nos seus 10 anos, vivendo na casa da tia, a Mrs. Reed, e odiada por esta. A Jane só está lá a viver porque o tio (Mr. Reed), irmão da mãe, ao morrer pediu que a Mrs. Reed cuidasse dela. É claro que a definição de "cuidar dela" da Mrs. Reed é um pouco enviesada... Pobre Jane, é uma miúda tímida e calada, mas capaz de dizer coisas que parecem que sairam da boca de um adulto, e talvez seja por isso que a tia não gosta dela, por mais que ela se esforce.

Esta infância vai deixar uma forte impressão na Jane, parece-me, pois esta fica com um forte sentido de (in)justiça e com a capacidade de se indignar com as injustiças feitas a outros (e a ela também). Um certo episódio de infância da Jane, em que ela fica fechada num quarto que pensa que tem um fantasma, e durante o qual tem uma crise nervosa, também deve contribuir algo para o seu feitio e para a sua capacidade de indignação (quando fala, por exemplo, com a Helen Burns).

Acusada de mentirosa pela tia, é enviada para Lowood, uma instituição que recebe jovens raparigas e as educa, e dirigida pelo Mr. Brocklehurst, um clérigo mais papista que o Papa e que dirige a instituição com mão de ferro, aonde as alunas são sujeitas a muitas privações.

É aqui que a Jane conhece a Helen Burns, uma jovem que me pareceu ter algum tipo de dificuldade de aprendizagem. Por vezes consegue tomar atenção (com a Miss Temple, por exemplo, ou com assuntos que lhe interessem muito), mas por vezes não consegue, sendo também pouco arrumada e levando castigos. No entanto, ao contrário da Jane, a Helen não se indigna, sendo paciente e aceitadora do que lhe acontece. A sua crença em Deus e na recompensa divina dão-lhe uma serenidade quanto ao seu problema e aos castigos, e acho que a Jane aprende muito com ela.

Entretanto, Lowood é assolada por uma epidemia de febre tifóide, e devido às péssimas condições da instituição e às privações, muitas alunas adoecem, e uma parte morre, a Helen incluida (se bem que ela tem tuberculose, o que agrava a situação). É um golpe para a nossa Jane. Mas esta epidemia serve ao menos para alguma coisa, pois chama a atenção de muitos benfeitores para as condições a que as jovens estavam expostas, e a instituição é melhorada por causa disso.

Achei interessante esta parte da instituição porque parece que é algo autobiográfica. A Charlotte e as irmãs estiveram num internato semelhante a Lowood, e duas morreram devido a tuberculose, como a Helen, que apanharam na escola. Uma das irmãs até parece ter sido o modelo da Helen.

Depois do melhoramento de Lowood, Jane fica lá por 8 anos, 6 como aluna e 2 como professora. Com o companheirismo de Miss Temple, a directora de Lowood, Jane cresce num ambiente mais agradável do que aquele em que viveu nos primeiros anos da sua vida, tornando-se numa jovem inteligente e independente. Mas o espirito inquisitivo da Jane quer mais, ver mais, e atreve-se a pôr um anúncio a oferecer os seus serviços como perceptora (outro aspecto autobiográfico da vida da Charlotte).

Acaba por ir parar a Thornfield Hall, uma casa cujo dono (o Mr. Rochester) está fora durante muito tempo, sendo que é recebida pela governanta, Mrs. Fairfax. Jane tem de educar Adèle Varens, a protegida do Mr. Rochester, que é uma miúda muito vaidosa e algo tolinha, mas que começa a melhorar sob a supervisão da Jane.

Thornfield Hall tem uma atmosfera gótica, emanando já uma ou outra pista de algo estranho, mas Jane é bem recebida e sente-se em casa em Thornfield Hall. Entretanto chega o dono da casa, o Mr. Rochester, e ele e a Jane têm logo um encontro de 3º grau, com o cavalo dele a deitá-lo abaixo à frente da Jane, que o tem de ajudar a subir para o cavalo.

Esta parte termina com uma conversa à lareira em que o Mr. Rochester como que interroga a Jane, e descobrimos a faceta dela de desenhadora. O Mr. Rochester mostra ser na conversa uma pessoa algo rude, com um feitio peculiar, mas também com um certo sentido de humor.

Dia 36 - Personagem literária que não quererias encontrar num beco

Bem, talvez alguém que tenha a profissão de assassino, e que tivesse razões (ou um contrato) para me matar? O Valek da série Study, da Maria V. Snyder, por exemplo. Ele é o braço direito do Commander, é um espião e tem uma rede de espiões a trabalhar para ele, é um assassino quando tem de ser e consegue esconder-se onde quer que seja. Era capaz de apagar alguém sem se dar por isso.

domingo, 14 de agosto de 2011

Dia 35 - Personagem literária para a qual escreverias um livro

Bem, déjà vu... esta categoria é quase igual à de ontem. Vou tentar levá-la no sentido da hipótese improvável de eu escrever um livro. Por vezes, quando um livro tem um final feliz altamente satisfatório (e eu adoro finais felizes), ainda dou por mim a pensar "e se..." com algumas personagens cuja história não ficou completamente "fechada".

Um dos melhores exemplos são os livros da Juliet Marillier ou da Jane Austen. É claro que há três contras: um, eu não costumo escrever ficção (muito menos fanfiction) e a minha escrita não chegaria aos pés destas senhoras; dois, a Juliet acaba por me responder às perguntas com os livros seguintes da série que esteja a ler; três, com a Jane Austen já há uma data de sequelas e spin-offs e outros que tais.

Mas ultrapassados estes contras, seria uma ideia gira, especialmente se me lembrasse de uma coisa completamente doida e divertida para acontecer às personagens. Como na série Lost in Austen, em que uma austenófila cai para dentro do enredo do Orgulho e Preconceito e dá cabo daquilo tudo. Bónus, o Mr. Wickham é um bad boy incompreendido que leva com as culpas erradamente, a Georgiana Darcy é uma galdéria, a Miss Bingley é lésbica, e o Mr. Bingley foge com a Lydia! Parece esquisito, mas é muito divertido, especialmente pelas reviravoltas que a presença da Amanda (a austenófila) causa.

sábado, 13 de agosto de 2011

Dia 34 - Personagem literária secundária que merecia um livro só dela

Surreal SaDiablo! Esta personagem da Saga das Jóias Negras da Anne Bishop merecia um livro só pelas suas aventuras como assassina-prostituta. Ou pelo menos, fiquei curiosa em como ela usava a segunda profissão para executar a primeira. Sendo uma personagem tão carismática e sarcástica, gostava de poder ler mais qualquer coisa com a sua magnífica personalidade estampada, porque às vezes na saga o seu estatuto de personagem secundária impede que possamos conhecê-la melhor.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Curiosidades Literárias: Librino

Já tinha ouvido falar desta inovação por terras espanholas (e holandesas, de onde veio esta ideia), mas há uns dias andava a pesquisar o site da Fnac espanhola e redescobri o Librino. É uma colecção de livros de bolso cuja inovação consiste no corpo do texto estar na horizontal nas páginas, em vez de na vertical, como é habitual.

Ainda não tive a oportunidade de ter este tipo de livros na mão, mas parecem de facto bastante leves. A editora espanhola está a fazê-los com papel tipo bíblia (a única em Portugal que usa um tipo de papel semelhante parece-me ser a Planeta, com a recém-estreada Booket, mas posso estar enganada), e o facto de se colocar o livro noutra posição para ler pode ser uma vantagem, especialmente para quem já deu por si a fazer malabarismos estranhos para agarrar um livro na vertical só com uma mão.

O preço parece ser bastante atractivo, 9,95€, com algumas excepções, e alguns dos livros até são 2 em 1 (há mesmo um que é 3 em 1).

A colecção até agora tem géneros e autores variados - romance histórico (Johanna Lindsey, Lisa Kleypas), romance paranormal (Anne Rice, Karen Marie Moning), thriller/crime (C.J. Sansom, P.D. James) ou romance contemporâneo (Cecelia Ahern).

Uma lista mais completa dos livros disponíveis pode ser consultado neste link da Fnac.es, e a página da Internet dos Librinos contém mais informações.

Crédito ao site dos Librinos e ao seu Facebook pelas imagens.

Dia 33 - Personagem literária com a qual terias "one-night stand"

Aquele que me ocorreu à primeira é o Eric Northman, da saga Sangue Fresco da Charlaine Harris. Devo acrescentar que o Alexander Skarsgård, o actor que tem este papel na série de TV baseada nos livros, é uma excelente ajuda visual. *grins*

Querido Inimigo, Jean Webster


Opinião: Sallie McBride é uma jovem de boas famílias, ociosa e frívola que é convidada pelos protagonistas do Papá das Pernas Altas, para dirigir o Orfanato John Grier, que tem um papel significativo no livro anterior por ser onde Judy viveu e através do qual ela e o Jervis se conhecem, por assim dizer.

Este livro está também na forma epistolar, e Sallie corresponde-se principalmente com a Judy, mas também com o Jervis, com o doutor que apoia o orfanato, Robin MacRae e com o seu amigo/interesse amoroso, Gordon Hallock. As cartas são bem divertidas, porque mostram como a Sallie vê os seus correspondentes, especialmente naquilo que lhes escreve:

À Judy conta coisas pessoais, mas também muita coisa sobre o orfanato, porque sabe que o Jervis também será informado das mesmas; com o Gordon tenta falar de coisas que lhe interessem a ele, mas não evita falar do orfanato, tão embrenhada está no melhoramento deste; e ao médico dirige as cartas com um "Querido Inimigo" (pois não consegue evita antipatizar com ele desde o início), mas ao mesmo tempo as cartas são bem humoradas, pois denotam a relação turbulenta entre os dois.

Gostei imenso de ver a evolução da Sallie ao longo do livro, à medida que deixa de ser tão frívola e se vai empenhando muito no melhoramento do orfanato e apreciei ver a maneira como se preocupa com os órfãos. O livro, escrito numa altura de grandes evoluções científicas e de evoluções a nível de pedagogia e saúde pública, mostra como Sallie (e o doutor, o Querido Inimigo) se empenham em fazer evoluir o orfanato, de modo a melhorar as condições de higiene, de alimentação e de saúde física e psicológica das crianças.

Também gostei de ler o livro por nos mostrar algum do pensamento científico da época, como as ideias que corriam sobre a hereditariedade no alcoolismo e naquilo a que a Sallie chama "fraqueza de espírito". Ela até menciona um conceito, lido num dos livros que o doutor lhe empresta, relacionado com eugenia, que era algo popular no início do século XX.

Achei muito divertida a relação entre a Sallie e o doutor, pois no minuto em que se vêem antipatizam um com o outro, por serem tão diferentes - o doutor é sério e taciturno e a Sallie divertida e algo frívola. Mas acabam por concordar em muita coisa, como no modo de melhorar as coisas no orfanato. As cartas da Sallie para a Judy mostram como eles deixam de antipatizar e se aproximam; e as cartas dela para ele, a dirigir-se-lhe como "Querido Inimigo", são muito divertidas, pois quase sempre são escritas quando eles têm um desentendido sem importância.

Enfim, um livro adorável, e do qual gostei mais do que o primeiro, pois é mais maduro, mas também bem humorado e algo informativo.

Título original: Dear Enemy (1915)

Páginas: 192

Editora: Biblok

Tradutor: Miguel Carvalho