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domingo, 21 de maio de 2017

Curtas BD: Graphic Novels da Marvel, vols. 35, 37 e 38

Vingadores Secretos: Missão a Marte, Ed Brubaker, Mike Deodato
Portanto, parece-me que isto se passa a seguir a alguns eventos curiosos no mundo Marvel, e até que gosto da ideia da formação da equipa. Uma espécie de equipa black ops, uma força de intervenção secreta equipada para lidar com ameaças ocultas, direi mesmo... secretas.

Tem uma mistura algo estranha de personagens, alguns interessantes, mas não sei se neste primeiro volume consegue usá-los em todo o seu potencial. No caso de uns, é uma pena. Falta um pouco de personalidade no desenvolvimento de personagens que tornaria a história em algo difícil de esquecer.

No entanto, a escrita é suficientemente cativante, tanto no diálogo como na criação do enredo, que embala o leitor o suficiente para a história se ler num instante. Não é uma história extraordinária, e podia ter ganho algo se o argumentista pegasse ainda mais no tom thriller/espião que lhe conheço doutras histórias, acho que podia melhorar aqui a coisa.

Sobre a arte: não sei, o Deodato faz umas coisas estranhas com os corpos e caras e respectivas proporções. Só me senti à vontade no número em que a arte passa para o David Aja, que já conhecia de outras andanças.

O Imperativo Thanos, Dan Abnett, Andy Lanning, Miguel Sepulveda
Esta é uma história escrita no seguimento de um drama galáctico anterior, mas segue-se bem sem precisar de saber tudo. Por mim até passava bem sem o número incluído no início, da revista dos Guardiões da Galáxia, sobre como encontraram o Thanos. Como não sei a história para trás, é irrelevante ler sobre como o encontraram e a outros personagens.

O enredo foca-se numa falha, por trás da qual há o acesso a um outro universo. Um em que a Morte foi eliminada. E na ausência de morte, a vida floresceu. Uma ideia fascinante de considerar, e adorei o conceito e a sua exploração, se bem que não me identifiquei com certas partes da mesma.

Como disse, a história acompanha-se brilhantemente, mas gosto na mesma que esteja cheia de referências. Ei, algumas eu até percebi! E achei divertido ver juntar tanta gente que aparece em histórias fora da Terra - Shiar, Inumanos, Nova, os Guardiões, até Celestiais e o Galactus.

Dois bons pontos no desenvolvimento da história: um, mesmo no meio dum grande evento, permite-nos preocupar com os personagens; dois, mesmo sendo um grande evento, não me perdi no enredo. (Os grandes eventos gostam muito de nos fazer isso.)

Vingadores: O Nascimento de Ultron, Roy Thomas, John Buscema
A ovelha negra deste conjunto. Não sou nada fã destes volumes que reúnem histórias mais antigas, metendo muitos números da revista juntos. Acaba por ter muitos enredos diferentes misturados e isso torna-se aborrecido para mim, acho que as histórias acabam por não ser muito bem exploradas.

O nascimento titular de Ultron nem sequer é uma grande parte do volume; só um par de números da revista. Não é particularmente excitante, e é contado quase em terceira mão, o que é... bem, aborrecido. Preciso de mais detalhe que isso.

Olhando para as outras histórias, acho o enredo meio forçado em muitas delas - a do Jarvis a ajudar o inimigo, por exemplo, ou a do Yellowjacket/Vespão, que não faz sentido algum, especialmente na relação com a Janet. Mas também, a história deles sempre me pareceu um pouco estranha.

A história que mete viagens no tempo é gira, mas eu gosto sempre de ler histórias que lidem com as consequências de viajar no tempo, por isso não é surpresa nenhuma. E a do Visão também parece um nível ou dois acima das outras.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Curtas: BD

She-Hulk v.1: Law and Disorder, Charles Soule, Javier Pulido, Ron Wimberley
Acho que nunca tinha lido nada da Jennifer Walters/She-Hulk, e por isso foi uma surpresa ver o quanto gostei desta história. Poderia compará-la ao recente Hawkeye, no sentido em que mostram ambos o dia-a-dia de cada herói, o Clint Barton na sua tendência para se meter em sarilhos, e a Jennifer no seu trabalho de advogada.

E acabou por ser um arco narrativo muito divertido de acompanhar. O argumentista faz um bom trabalho a descrever o meio da advocacia (ao que parece por experiência própria: é advogado), introduzindo um bom balanço de anedotas (como os advogados e patrões da Jennifer no início), e de burocracia no seu lado humorístico. Intercalados, claro, com um pouco de acção aqui e ali, relativa aos sarilhos em que a She-Hulk se mete.

Adorei a Jennifer pela sua personalidade, bem-humorada, impulsiva, confiante, forte e decidida; é uma delícia acompanhá-la. Oh, e destaque ainda para um aparição do Daredevil em certo ponto, foi um bom momento da história.

A arte, bem... Já tinha contactado com o Javier Pulido em Hawkeye, e se ali perdia em comparação com o David Aja, aqui ganha na comparação com o outro desenhador. Há qualquer coisa que me desconcerta na maneira como desenha, mas entranha-se. O seu estilo adequa-se à história à personagem e à história, sendo leve e fresco, e arrisca-se mais que em Hawkeye, fazendo umas coisas interessantes com o planeamento das pranchas, principalmente nas cenas de acção.

Do outro desenhador, Ron Wimberley, não gostei nada. O seu estilo é muito cheio de traços, um pouco estranho, e pior, delineia as sombras. Não as pinta a tinta, só as delineia, o que no resultado final fica bizarro, quando temos uma coisa, por exemplo, como uma sombra/mancha destas na cara da Jennifer, delineada, mas que depois é da mesma cor do resto da cara.

Marvel 100th Anniversary Special, Jen van Meter, Sean Ryan, Robin Furth, James Stokoe, Andy Lanning, Ron Marz, Joanna Estep, In-Hyuk Lee, Jason Masters, Gustavo Duarte
A premissa deste volume é curiosa: acompanharmos um possível número de uma revista de vários super-heróis (ou equipas) no seu centésimo ano de publicação: entre eles, o Quarteto Fantástico, o Homem-Aranha, os X-Men, os Vingadores e os Guardiões da Galáxia.

Creio que a qualidade dos números não é equilibrada: aceito a lógica de alguns dos números fazerem de conta que são o final de arcos longos que estavam a ser contados naquele ano, mas há histórias que se compreendem melhor nesse aspecto, outras pior, e quanto mais referência faziam a acontecimentos passados (mas que são do nosso futuro), pior. Algumas são sem consequência, ou apenas um repetir dos temas que os heróis já representam; preferia que fossem mais uma reflexão sobre o papel dos respectivos super-heróis nesse futuro imaginário.

O número do Quarteto Fantástico acompanha um grupo de jovens, netos dos heróis (e vilão) originais, como exploradores espaciais que se cruzam com a oportunidade de trazer de volta o passado da equipa. É uma história gira, mas o Quarteto é das equipas que menos conheço e com a qual tenho menos ligação, por isso foi-me difícil importar com o que estava a acontecer. Ainda por cima a história acaba num cliffhanger demoníaco e quase inexplicável, não fossem um par de menções nas histórias mais à frente. O unico ponto a destacar é uma Sue/Mulher Invisível já idosa mas ainda badass.

O número do Homem-Aranha pega no Venom e postula a ideia de o simbionte ter sido melhorado com tecnologia; pelo meio, o Rei do Crime tenta apoderar-se dele e o Peter tenta travá-lo. É uma história que também não me disse muito (para além de: o Venom outra vez?), não adiciona muito de novo ao herói nem traz nenhuma nova reflexão sobre o seu papel. A arte é gira, em estilo pintado e hiperrealista.

O número dos X-Men começa bem, com a ideia que os mutantes mudaram a percepção de parte da humanidade, ao ponto de o Scott Summers chegar à presidência dos EUA. Só que depois a história esquece-se do potencial que isso tem e deriva para território bizarro, com o desaparecimento súbito de vários dos heróis e uma intervençãozinha da Fénix. Não gosto da lógica de "vamos desafazer o passado para salvar o futuro", e soa tudo a fanfiction na maneira como termina, porque nem eu acredito que se desfizesse a continuidade dos X-Men daquela maneira. O ponto alto é vermos o futuro de alguns dos mutantes jovens que acompanham o Ciclope no presente.

O número dos Vingadores pega na ideia de que o território dos EUA desapareceu na Zona Negativa depois de uma tentativa de invasão falhada dos Badoon. Tendo em conta que não estou familiarizada por aí além com nenhum, nem com o antagonista que os personagens encontram, foi mais uma história que me passou ao lado. Achei interessante as ideias que permitem que a Rogue, o Doutor Estranho e o Beta Ray Bill façam parte da equipa, e ainda mais interessante a situação do Homem de Ferro. Mas achava bem mais cativante se acompanhássemos o Capitão América na incursão pela Zona Negativa, como é mencionado que ele está a fazer.

O número dos Guardiões da Galáxia é aquele que vale pelo livro todo, porque é simplesmente fabuloso, uns furos acima das outras histórias. (Talvez pela presença de um dos criadores da equipa de 2008 no argumento, Andy Lanning.) É uma história que flui bem, simples, envolvente, que evoca os Guardiões do presente no futuro. Adoro as pequenas alterações na equipa e nos personagens - a Gamora é agora o Star Lord - que está presumivelmente morto -, o Drax e o Groot evoluíram na aparência e poderes, e o Rocket tem três filhos, perdão, sobrinhos, os Racoons, que são as coisas mais adoráveis de sempre, e que herdaram o gosto do pai, erm, tio pelo armamento. Há ainda aparições de Knowhere, do Galactus (que evoluiu de maneira intrigante), e dum arauto que pertence ao passado dos Guardiões. A arte é muito adequada à aventura no espaço e adorei.

Black Widow v. 1: The Finely Woven Thread, Nathan Edmondson, Phil Noto
Lá estou eu outra vez com as comparações, mas este título também é como o Hawkeye e o She-Hulk, no sentido em que acompanhamos a Viúva Negra no seu dia-a-dia. Que no seu caso, passa por viajar pelo mundo a fazer coisas de espião.

Apreciei bastante o desenvolvimento do enredo, cheio de intriga, perigo e acção, com uma boa evolução e equilíbrio. A evolução da protagonista, a Natasha, está bem delineada: a personagem quer expiar o que fez no passado, e aceita trabalhos tendencialmente bons no sentido moral, para compensar as vítimas dos seus actos passados. Gosto da sua narração sobre o trabalho de espionagem, e da relação que desenvolve com o gato que ronda a sua porta quando está em Nova Iorque.

A arte vai ficar como das minhas favoritas, fotorealista, em estilo pintura, muito bonita e cativante, foi uma delícia acompanhá-la.

Moon Knight v. 1: From the Dead, Warren Ellis, Declan Shalvey
Não conhecia nada deste personagem, de todo. A razão pela qual quis ler este livro foi por ter visto algures uma boa opinião, e o que era dito me fez ficar curiosa o suficiente para me arriscar na leitura. E foi uma boa aposta: cada número contido no livro é uma história stand-alone, e os criadores fazem um óptimo trabalho em caracterizar o personagem bem o suficiente para os que não estão familiarizados com ele.

E é um personagem fascinante de explorar. Um homem que ressuscitou por obra de um deus egípcio, Khonshu, procura vingança contra os que atacam pessoas que viajam à noite; a noite é o seu elemento, e caça os predadores. Tem perturbação de personalidade dissociativa, que é apresentada de forma subtil e intrigante, mas o que faz dele um personagem que nos faz questionar a sua sanidade é o modo como se lança no perigo sem hesitar, caçando os criminosos sem preocupação consigo próprio: Marc Spector está sozinho no mundo, isolado, como é mostrado subtilmente ao longo da história.

A Nova Iorque aqui apresentada é escura, sombria, arrepiante, tanto dominada por um assassino em série como por acontecimentos sobrenaturais. As histórias são variadas, mas envolventes, criadas de forma que destaca o trabalho dos artistas.

E que trabalho esse. O desenhador tem oportunidade de mostrar um repertório completo, entre o submundo novaiorquino, uma aventura psicadélica, ou fantasmas violentos. Há uma ocasião em que o trabalho de um sniper é apresentado duma forma visualmente estimulante, que elimina as vítimas da prancha até esta ficar em branco.

O trabalho de cor é lindo, cativou-me o olho, é versátil, e com opções fantásticas a nível visual, tanto no uso predominante duma cor conforme a aventura, como na escolha de não pintar o Moon Knight de todo, o que só destaca ainda mais o seu uniforme. Fiquei fã.