Opinião: Que livro lindo! Está recheado de pequenas ilustrações pelo meio do texto, para não falar das ilustrações de página inteira, ou do texto estar em cores diferentes conforme o narrador. Magnífico! Valeria a pena mesmo se a história fosse uma treta.
O que, felizmente, não é. A história lida com uma questão que já terá passado pela cabeça de muitos leitores: o que acontece à história e aos personagens quando não estamos a ler o livro? A Delilah é uma leitora ávida, e ao encontrar um livro de conto de fadas fica fascinada pela história. O Oliver é o protagonista do conto, só que quando o livro é fechado a vida continua para ele e para os outros personagens. Oliver sonha em sair da história e ver o outro mundo (o nosso). O resultado? A Delilah e o Oliver conseguem comunicar, e debatem-se durante o resto do livro com uma maneira de resolver a situação.
A história é tão fofinha, com uma qualidade adorável e fantasiosa típica de um conto de fadas. Creio que terá sido escrito para uma faixa etária ligeiramente mais jovem que o YA, mas não foi isso que me impediu de apreciar a história e deixar-me fascinar por ela. Adorei o conceito por trás do mundo e dos personagens dum livro existirem mesmo quando o livro está fechado e o leitor não está presente. Foi tão divertido conhecer os personagens que rodeavam o Oliver, e descobrir os limites do mundo dele. Houve alturas em que desejei que algumas questões filosóficas derivadas da existência do Oliver fossem exploradas, mas compreendo que a faixa etária alvo as restrinja.
Gostei de ver as maneiras imaginativas como o Oliver e a Delilah tentavam resolver o seu problema. Gostei de os ver juntos, se bem que acho que se aproximaram um pouco depressa. Gostei ainda do fim, da maneira como as coisas se resolveram, se bem que me senti triste com o sabor a sacrifício que o final teve.
Recomendaria o livro para os amantes de livros, seja pelo conceito giríssimo, seja pelo design fantástico.
Páginas: 384
Editora: Hodder & Stoughton
