domingo, 22 de junho de 2014

Uma imagem vale mil palavras: Como Treinares o Teu Dragão 2 (2014)

Sou uma grande fã do primeiro filme. Tem uma combinação de coisas que me agradam, fantasia, dragões, uma certa piada, e uma narrativa e uma mensagem bem giras. Estava muito animada para ver o que iam fazer com este filme, especialmente porque os personagens cresceram visivelmente, e queria ver como é que isso mudava a dinâmica da história.

A coisa do salto temporal surpreendeu-me num sentido muito específico. Ambos os filmes podem ser vistos como narrativas coming of age, com objectivos diferentes, e achei que em termos de faixas etárias os personagens podiam ser no primeiro filme mais pré-adolescentes, e neste podiam ser mais adolescentes, pré-adultos. Mas o filme revela que o Hiccup tem 20 anos e passaram 5 anos desde o último filme... a mim isto não me faz diferença, mas tenho receio que um afastamento da idade do público base do filme os afaste do mesmo. E agora que me prometeram uma trilogia, eu quero que isso se venha a concretizar.

Acho que se nota bastante que em termos de animação, os computadores podem fazer mais e melhor. Adorei como desenvolveram o comportamento do Desdentado, muito à vontade com o Hiccup e cheio de travessuras e de novas habilidades. Não sei explicar bem, a primeira cena deles mostra o que quero dizer. Gosto muito do ar dos dragões novos que conhecemos, e dos novos locais também. Os personagens jovens envelheceram bem, gosto das diferenças que encontro na Astrid, por exemplo. E estou fascinada com as estrutura facial da Valka.

Aprecio a dinâmica introduzida por os personagens serem mais velhos. A Astrid e o Hiccup têm uma relação mais física-tipo-adultos e menos toca-e-foge-tipo-miúdos, o que é bom e refrescante. (Com um pormenor totalmente irrelevante mas completamente fofinho, em que ela lhe faz uma trancinha ou nó no cabelo no início do filme, e aquilo mantém-se no sítio até ao fim. Pontos bónus aos animadores por isto.) Oh, bolas, e ter dois dos rapazes do grupo (o Escarreta e o Perna de Peixe) atrás da rapariga (a Brutália, a gémea) é super divertido. Especialmente quando ela encontra outra pessoa por quem se interessa, o que gera cenas hilariantes, por esse interesse ser algo mal dirigido. (São cenas de "hormonas adolescentes" que funcionavam igualmente bem se os personagens tivessem uns anos a menos...)

Sobre os personagens em geral, gosto mesmo da atitude da Astrid, sempre a aplicar-se e a fazer mais e melhor. O Perna de Peixe diverte-me porque está sempre com os cartõezinhos a tentar identificar o dragão que têm à frente. O dragão da Volka interessou-me porque achei que havia ali uma história a contar... A Volka tem uma história muito interessante, e traz algumas coisas boas para a história. O Bocarra faz jus ao nome, sempre a lançar comentários divertidos e inoportunos no momento certo. O Estóico, bem, eu não sei porque é que toda a gente acha sempre que ele vai reagir às coisas pior do que realmente reage, porque geralmente até faz jus ao seu nome... reagindo estoicamente.

Sobre a história, acho que foi bastante equilibrada para permitir o crescimento do Hiccup e pô-lo na posição que precisava para aceitar a responsabilidade. Trazerem de volta a mãe foi uma coisa importante, porque lhe permite ancorar-se e ver que não foi trocado no berço nem nada, é mesmo filho dos seus pais. Neste caso, puxando mais à mãe, "pelo seu lado dramático" (nas palavras dele), e pelo lado revolucionário. É adequado que ele tenha sido o agente de mudança que a mãe não pôde ser. E acho que precisava de ver os pais juntos, porque foi uma coisa que nunca teve, ver dois adultos a funcionar como um casal.

Quanto a um certo e determinado acontecimento... NÃO GOSTEI. Quero dizer, compreendo a sua necessidade em termos narrativos... mas partiu-me o coração.

Quanto ao vilão... tem uma história de fundo simples, mas que podia ser facilmente a de qualquer um dos nossos personagens, se lhes tivesse acontecido o mesmo. Esta personagem abre algumas possibilidades de worldbuilding que se calhar não foram totalmente exploradas, mas espero que venham a ser. Fico com questões sobre os alfas, e sobre aquele bastão que ele portava...

Acho que é um filme, aliás, um par de filmes, que vale muito a pena ver. Tem coisas para os mais novos, mas também para os mais velhos. Tem um bom sentido de humor e de aventura, uma bela história clássica, dragões fascinantes (ahhh, adoro o Desdentado), um mundo com muito potencial e um elenco de personagens muito divertidos. Espero curiosamente (e ansiosamente) o próximo filme que me prometeram.

Ah, e como P.S. ... coitadas das ovelhas.

4 comentários:

  1. Tens a noção do quanto te odeio neste momento? Enfim... foste ver em IMAX ou normal? E na vetsão original ou dobrada?

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    1. Er... ups? xD

      Eu vi normal, não há IMAX, mas há 3D, acho eu. Pelo menos, ao ver o filme fiquei com a ideia que era capaz de ser giro em 3D, há cenas que eu achei que eles fizeram de propósito para o 3D.

      Vi o dobrado, acho que nos cinemas já só há esse. Mas não me pareceu mal feito, pelo menos gostei. ;)

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  2. Eu adorava ver este filme!
    Não é que não aprecie o trabalho dos nossos 'dobradores' (se bem que há convidados "célebres") mas.... recuso-me a ver um filme dobrado!

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    1. Loool, eu compreendo, também não sou a maior fã, mas vou fazendo uma excepção a filmes de animação... no caso deste e do anterior, gostava de ver também a dobragem original, estou muito curiosa por causa dos sotaques. :)

      No teu caso, acho que já não há sessões sem ser dobradas, pelo menos não encontro... sobra o DVD, quando sair, que na minha opinião, seria uma muito boa compra. ;)

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