sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Fairest, Marissa Meyer


Opinião: Este livro começou, em termos de leitura, em desvantagem: a sua existência é a única responsável por eu ter de esperar mais uns excruciantes nove meses pelo último livro desta série, Winter. Não fosse ele, e eu já estava a esta altura do campeonato toda contente da vida a ver como é que a Team Cinder vai resolver a trapalhada em que está o(s) mundo(s) deles. (Pelo menos estaria previsivelmente a fazê-lo, se o livro seguisse o mesmo calendário de publicação dos anteriores.)

Além disso, não sou a maior fã desta moda recente de se criarem histórias que de algum modo desculpabilizam os vilões, que mostram que coitadinhos, tiveram uma vida difícil, ou a história foi mal contada, ou as suas acções foram mal-entendidas. Blá blá blá. Bolas, deixem os maus serem maus; um bom vilão é fascinante por isso mesmo, não precisa de desculpas. Estava com algum receio que esta história fosse um bocado nessa tendência, e a sério, eu não preciso de ter pena da Levana. Ela é arrepiante e assustadora e tudo o que preciso é que ela tenha uma morte grandiosa, mas merecida.

Após a leitura deste livro, acho que pelo menos a Marissa Meyer conseguiu escrever algo que nos permita entrar na cabeça da Levana, perceber como é que ela funciona, mas ainda assim não desculpabilizar de todo as acções dela. Eu achava que ela era uma máquina sem sentimentos, estratégica e arrepiante...

E continuo a achar que ela é arrepiante, mas agora porque sei como é que ela pensa, e não é bonito de ver. Uma infância desleixada, sem qualquer tipo de carinho ou preocupação, uma família que vê os seus como peões, uma vida de tortura pela irmã mais velha - levam a que no início da história, esta seja uma personagem com uma tremenda falta de auto-estima, completamente amoral, desesperada por algum tipo de validação.

É um pouco patético, até. A vida na corte parece horrível, cheia de víboras interesseiras, e a Channary e a Levana tinham uns pais muito pouco interessados. Não é muito explorado, mas gostava de perceber que tipo de infância tiveram, porque as duas desenvolveram problemas sérios e são completamente loucas da cabeça.

A Channary é uma sádica de primeira, e quando toma o trono é completamente desinteressada das suas responsabilidades. No entanto, quando tem a filha, a princesa Selene, parece bastante ligada à criança, algo que não é normal para a corte, ao ponto de a Levana achar estranha a ligação. Pergunto-me o que teria acontecido à Selene se tivesse tido sido educada pela mãe. De qualquer modo, o seu fim é algo ridículo e irónico. Sempre achei que a sua morte era coisa da Levana, mas nem foi preciso ela mexer um dedo, a própria Channary fez o obséquio de morrer.

Voltando à Levana, este livro até me deu alguma esperança na sua futura (espero eu) derrota. Uma coisa é a Team Cinder enfrentar a Levana maquiavélica e mecânica, estratega e cruel que eu imaginava. Mas a vilã que temos na verdade é uma menina que nunca cresceu, cujas acções ainda se regem pela procura de validação. Tudo o que ela faz é na procura de ser a melhor rainha de Luna, a mais bela, e vem dum lugar de anseios e emoções, de desespero e ódio contra si própria e contra a sua aparência por baixo do glamour. Sinto que alguém assim é mais fácil de derrotar, porque se conhecermos os desejos dela, é mais fácil de os virar contra ela.

Explorando outro aspecto da sua personalidade, é bastante assustador o quanto ela racionaliza as suas acções, ao ponto de algo mesmo mau, algo tão errado, ser transformado num favor que está a fazer à sua vítima. Por exemplo, a manipulação que exerce sobre Evret Hayle, o pai da Winter, obrigando-o a amá-la e a casar com ela, convencendo-se que se amam mutuamente. Mais horrível ainda é ele estar ciente a cada passo da manipulação, mas ser incapaz de se defender contra a mesma.

Ou, por exemplo, o atentado contra a Princesa Selene, onde, bolas, a racionalização dela é ao ponto de estar a fazer um favor à criança, ficando-lhe com o trono. Pior, consegue mesmo racionalizar o meio pelo qual tenta matá-la - o fogo -, quando a própria Levana tem medo do fogo, por causa do seu "acidente", que a marcou fisicamente. Não há qualquer empatia; é um conceito que passa ao lado da Levana.

Um ponto positivo do livro é que nos permite fazer algumas ligações com acontecimentos e personagens dos outros livros. Podemos ver onde começou o plano de manipulação, coerção e invasão da Terra, com a criação da doença da letumose e dos guerreiros lupinos. Podemos conhecer a Princesa Selene, ou a Princesa Winter e o seu pai, ver como é a relação dela com a Levana, podemos ver o Dr. Darnel e a Sybil Mira, e até o Jacin Clay, que virá a ter um papel importante no último livro, e aqui podemos ver que ele e a Winter se conhecem desde miúdos, o que é simplesmente adorável.

Bolas, até podemos ver a Levana a ficar toda feliz da vida quando a imperatriz da Eastern Commonwealth (a mãe do Kai) morre, porque assim já pode ter desígnios sobre o imperador para forçar uma aliança, ou quem sabe sobre o filho dele. De notar que o Kai neste ponto nem devia ter chegado à puberdade, e a Levana é aí uns 15 ou 16 anos mais velha, aproximadamente. Portanto, isto não é arrepiante nem nada. /end sarcasm De qualquer modo, parece-me que o rapaz nunca teve hipótese, a Levana estava focada nele e no trono que viria a ocupar há demasiado tempo para ser demovida.

O worldbuilding é, como tem sido sempre para esta autora, fascinante. Dá para conhecer melhor Luna e entender como a sua sociedade funciona, como é que chegaram ao ponto em que chegaram nos livros principais. Dá-me alguma esperança, porque enquanto que a corte Lunar está podre, as pessoas normais, os plebeus, parecem simplesmente estar a tentar fazer o melhor que podem. Não tenho a certeza como é que um entendimento entre a Terra e Luna é possível depois de tudo, mas tenho esperança.

A coisa mais frágil neste livro é o enredo. Não há propriamente um fio de ligação que conduza a história: apenas uma sucessão de acontecimentos que acompanham a Levana desde os 15 anos, na coroação da irmã, até alguns anos antes do início da série. Contudo, a Marissa Meyer consegue fazer as transições temporais muito bem, sem me fazer dar conta do vazio que um salto temporal poderia ser nas mãos doutro autor.

Em conclusão, esta leitura até acabou por se revelar uma boa surpresa, dando-me bastante em que pensar e complementando fantasticamente a série. Os meus receios eram maioritariamente infundados (excepto a parte em que ainda vou ter de esperar 9 meses pelo Winter, bah). Diria que é um bom complemento para os fãs, que depois de Cinder, Scarlet e Cress vão encontrar aqui alguns easter eggs giros, e vislumbrar alguns momentos que ditam os acontecimentos da série.

Além disso, o livro contém ainda os primeiros três capítulos de Winter, para os curiosos. (Eu recuso-me a lê-los, porque sei que se começasse não ia conseguir acabar, e por isso sei que três míseros capítulos não me iam saciar. Prefiro esperar pelo momento em que terei o livro completo nas minhas mãos.)

Páginas: 276

Editora: Feiwel and Friends (MacMillan)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Vou Amar-te Para Sempre, Monica Murphy


Opinião: Recordando o livro anterior e a minha opinião sobre ele, não fiquei fã da maneira como a autora escreve a sua história ou desenvolve os seus personagens, pois achei que como escritora era frágil nessas áreas. Também não fui fã do final do livro, porque era um recuo por parte de um dos personagens na sua evolução.

Contudo, fez um trabalho decente o suficiente para me deixar curiosa, razão pela qual me arrisquei a ler este segundo livro. E se por um lado continuo a achar que a escrita de Monica Murphy é demasiado simplória, creio que conseguiu melhorar alguns problemas do primeiro livro.

Vou Amar-te Para Sempre começa dois meses depois do livro anterior. Drew afastou-se, sentindo-se incapaz de manter uma relação romântica adulta. Tanto ele como a Fable tiveram oportunidade de pensar sobre a semana que passaram juntos, e de crescer um bocadinho. Então, um encontro inesperado entre os dois desenterra todos aqueles sentimentos escondidos, e leva-os a reconsiderar a separação.

Creio que o que gostei mais de ver aqui, e que a autora tenha melhorado depois do outro livro, é a sua capacidade de descrever sentimentos e emoções, de tornar a história mais emocional e de transmitir melhor aquilo por que os seus personagens estão a passar. No primeiro livro tive mais dificuldade em entrar na história do que neste, por causa disso, e por isso aprecio o melhoramento.

No entanto, a escrita continua algo fraca. A autora faz uma coisa que dá comigo em doida, que é pôr os personagens a dizer-nos o que pensam e sentem, em vez de nos mostrar isso. Não faz sentido, porque ninguém é tão introspectivo, e porque show, don't tell continua a ser uma regra válida. E por isso, também me era difícil levar a sério estas passagens do livro, apesar de serem relativamente informativas.

Achei a evolução do Drew muito interessante, apesar disso. Ele reconhece os problemas que tem, e procura ajuda para lidar com eles, e isso já é meio caminho para se ajudar a melhorar. Gostei bastante das cenas dele com a psicóloga, foram um bom passo no sentido certo, e gostei de como ela conseguia fazê-lo reflectir. Além disso, é muito bom ver uma descrição positiva e em condições deste tipo de coisa.

A Fable passou por uma desilusão, mas é rija, e continua a sua vida, que está a melhorar. Ela esforça-se, e consegue um emprego melhor, e as coisas parece estar a correr bem. A única coisa problemática na sua vida é a relação complicada com o irmão, e a mãe, que vive com eles mas mais parece tê-los abandonado, em favor da bebida.

Sobre os dois em conjunto, como par, gostei de os ver juntos, a resolver os seus problemas, e têm definitivamente química. Contudo, e apesar da fase de casalinho-adorável-em-lua-de-mel ser fofa, também apreciava tê-los visto numa fase mais estável, menos focados um no outro, porque as coisas não funcionam assim para a vida inteira, e o dia-a-dia alguma vez vai exigir-lhes a sua atenção.

Entre os personagens secundários, podemos destacar o Colin, o patrão da Fable no restaurante... que honestamente, me pareceu um bocado bizarro. Vem oferecer um emprego à Fable da bondade do seu coração, o que é de desconfiar, e mete-se numa ocasião entre ela e o Drew sem ter razão para fazê-lo... simplesmente não temos caracterização suficiente dele para justificar estas acções, e por isso é um personagem bem estranho. Sei que é o protagonista do próximo livro, com a Jennifer, e por causa dela fico curiosa, mas reticente, também.

Fora isso, temos o pai do Drew e a Adele, a bruxa maléfica. O conflito com eles também foi uma coisa fascinante de seguir. Consigo compreender as dúvidas com que o senhor Callahan se debatia, especialmente porque não sabia do que aconteceu no passado. E fico contente por ver a reacção dele ao descobrir, porque era tudo o que esperava, e tudo o que o Drew achava que não ia acontecer.

Quanto à Adele, temos um POV surpresa dela, mas não foi totalmente satisfatório, já que esperava pelo menos entender como é que ela funcionava, e o POV dela foi só uma confirmação de quão descarrilada estava. O seu final, bem, é adequado para o estado em que estava. Só gostava de ter visto mais sobre como o pai do Drew estava a lidar com as coisas, no epílogo; ele merecia que víssemos como enfrentou todas as revelações e acontecimentos deste período.

Em suma, esta é uma série boa o suficiente para passar um bom bocado, e até me dá material o suficiente para reflectir, mas a escrita da autora é fraquinha, por isso deve ser consumida moderadamente, ou não de todo, sob pena de fazer saltar a tampa a alguém. Gostei o suficiente para continuar a ler se continuarem a publicar a série, mas não perderei o sono por causa da mesma, e posso bem esperar uns meses; até me torna mais fácil a leitura.

Título original: Second Chance Boyfriend (2013)

Páginas: 256

Editora: Topseller

Tradução: Maria da Fé Peres

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

This Shattered World, Amie Kaufman, Meagan Spooner


Opinião: Estou a gostar muito do que estas autoras estão a fazer com esta série, este mundo, e as sucessivas histórias que nos apresentam. Os livros da série Starbound passam-se num futuro em que a humanidade está num ponto de terraformação e colonização de planetas pelo universo fora. Aqueles que conseguiram passar pelo processo com sucesso passam a pertencer ao Conselho Galáctico.

No entanto, ambas as histórias que pude ler até agora focam-se no que acontece quando esse processo corre mal: no caso do primeiro livro, o planeta em que a Lilac e o Tarver se despenham passou pela terraformação com sucesso, mas não é habitado e contém fauna e flora pouco usuais. Neste segundo livro, Avon tem colonos, mas nunca conseguiu terminar a terraformação - os céus estão cobertos de nuvens permanentemente, o que impede luz solar directa, com efeitos graves no ecossistema do planeta, já que boa parte do planeta é coberto de pântanos bastante difíceis de navegar.

Ambas as situações estão ligadas, pois a sua causa é a mesma; e isso foi fascinante de observar - como uma mesma coisa levou a efeitos diferentes, como um elemento estranho introduzido nos dois planetas, submetido a pressões diferentes, levou aos problemas que podemos observar. E mais, é assustador pensar que tudo isto se deve apenas à ganância e ambição de uma pessoa, e pensar na extensão a que essa pessoa está disposta a levar as coisas para atingir um fim específico.

A noção de derrotar alguém com este perfil é opressora, e tanto a Lilac e o Tarver, como os protagonistas deste livro, a Lee e o Flynn, deram apenas um passo na direcção correcta, que no fim de contas pode não servir para nada. Tenho esperança que no último livro esta pessoa e os seus objectivos nefastos possam ser travados, mas também estou consciente de quão difícil vai ser.

Convém mencionar que apesar de terem pontos em comum, a históra contada nos dois livros é muito diferente, e louvo as autoras por mudarem de registo e apresentarem uma coisa distinta. A história da Lilac e do Tarver, por exemplo, era uma de sobrevivência, tendo-se despenhado sozinhos num ambiente hostil, sem hipótese de um resgate imediato.

Já a história da Lee e do Flynn é quase como um Romeu e Julieta no meio de uma guerra aberta. A Lee pertence ao exército, destacado para manter a paz em Avon. Quase todos os soldados aguentam apenas um mês ou dois antes de o planeta os enlouquecer e serem dominados pela Fúria, que os leva a cometer actos de loucura. A Lee não. Conseguiu escapar à Fúria, e está em Avon há muito mais tempo.

O Flynn pertence aos colonos rebeldes e revoltados por o seu planeta nunca ter evoluído como lhes haviam prometido, e que tentaram uma revolução há cerca de dez anos, prontamente esmagada. Entre os rebeldes executados contava-se a irmã mais velha de Flynn, líder da revolta. O que faz com que o Flynn procure desesperadamente uma forma de salvar o planeta, ao resolver o que impede que se termine a terraformação, e salvar os seus, ao impedir uma guerra aberta com os militares.

Algo interessante de acompanhar com estes dois personagens é a sua evolução, e o modo como o seu passado influencia a sua necessidade de salvar Avon e os seus habitantes da guerra e destruição de que estão tão próximos. Das motivações do Flynn já falei no parágrafo anterior, mas as da Lee ainda são mais complexas.

E gostei tanto da Lee por isso. Ela viveu num planeta que exibiu no passado os mesmo fenómenos que Avon e o planeta-sem-nome-da-Lilac-e-do-Tarver - um planeta cuja história não terminou bem, o que alimentou a sua determinação em juntar-se ao exército e manter a paz noutros locais. A Lee pegou na sua história trágica e tentou marcar a diferença no mundo, mas quando ambas as partes estão tão determinadas em matar-se uma à outra, é tão difícil manter a cabeça fria e manter a paz.

É por isso que os dois funcionam tão bem como par. São pessoas bastante diferentes, em termos de cultura e princípios e experiências de vida, mas o objectivo comum junta-os contra o mundo, mesmo quando é extremamente perigoso fazê-lo, sob pena de serem acusados de traição pelos seus. Passam juntos por uma série de situações pesadas e complicadas, que podiam quebrar qualquer um, mas reagem duma maneira extraordinária, e persistem, mesmo de coração quebrado ou aterrorizados, mesmo recusando-se o que mais desejam.

Falta-me mencionar uma aparição muito importante, a participação especial dos meus queridos Lilac e Tarver. O Tarver foi capitão da Lee no passado, e no meio de toda a esquisitice que está a acontecer em Avon, a Lee confia nele o suficiente para pedir ajuda. Instinto que se vem a revelar certeiro, porque a Lilac e o Tarver têm definitivamente experiência com o tipo de coisa que tem ocorrido em Avon, e podem dar a sua, hmm, opinião informada.

Foi muito bom revê-los, ver como estão a lidar com os constrangimentos da sua vida, com o que lhes aconteceu no primeiro livro. E perceber que ambos se revelam uma caixinha de surpresas para os protagonistas deste livro - a Lilac especialmente, que saudades tenho dela -, o que é sinal de que estão a fazer bem o seu trabalho.

Sobre o final, bem, estas autoras são umas torturadoras. Novamente fazem uma coisa a um dos protagonistas que me faz ficar a roer as unhas... eu sei que a parada está alta, mas bolas. Fico algo frustrada por os protagonistas não terem conseguido dar um golpe fatal ao vilão, mas fico satisfeita por terem consiguido algo mais importante, proteger o seu planeta de acontecer o que aconteceu no primeiro livro. Acredito que a partir daqui Avon tem finalmente uma hipótese e ainda bem.

Sobre o próximo livro, raios, mal posso esperar. Tinha uma ideia de quem iam ser os protagonistas pela sua intervenção neste livro - e pela sinopse do terceiro livro, acertei, assim como acertei o local onde as coisas se vão passar (esta não era muito difícil). Tudo o que peço é que o vilão leve o que merece, não é muito. E que os protagonistas dos livros anteriores - este e o These Broken Stars - façam uma aparição, porque merecem ajudar a derrotar o vilão também, depois do que passaram.

Páginas: 400

Editora: Disney Hyperion

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Curtas: BD

She-Hulk v.1: Law and Disorder, Charles Soule, Javier Pulido, Ron Wimberley
Acho que nunca tinha lido nada da Jennifer Walters/She-Hulk, e por isso foi uma surpresa ver o quanto gostei desta história. Poderia compará-la ao recente Hawkeye, no sentido em que mostram ambos o dia-a-dia de cada herói, o Clint Barton na sua tendência para se meter em sarilhos, e a Jennifer no seu trabalho de advogada.

E acabou por ser um arco narrativo muito divertido de acompanhar. O argumentista faz um bom trabalho a descrever o meio da advocacia (ao que parece por experiência própria: é advogado), introduzindo um bom balanço de anedotas (como os advogados e patrões da Jennifer no início), e de burocracia no seu lado humorístico. Intercalados, claro, com um pouco de acção aqui e ali, relativa aos sarilhos em que a She-Hulk se mete.

Adorei a Jennifer pela sua personalidade, bem-humorada, impulsiva, confiante, forte e decidida; é uma delícia acompanhá-la. Oh, e destaque ainda para um aparição do Daredevil em certo ponto, foi um bom momento da história.

A arte, bem... Já tinha contactado com o Javier Pulido em Hawkeye, e se ali perdia em comparação com o David Aja, aqui ganha na comparação com o outro desenhador. Há qualquer coisa que me desconcerta na maneira como desenha, mas entranha-se. O seu estilo adequa-se à história à personagem e à história, sendo leve e fresco, e arrisca-se mais que em Hawkeye, fazendo umas coisas interessantes com o planeamento das pranchas, principalmente nas cenas de acção.

Do outro desenhador, Ron Wimberley, não gostei nada. O seu estilo é muito cheio de traços, um pouco estranho, e pior, delineia as sombras. Não as pinta a tinta, só as delineia, o que no resultado final fica bizarro, quando temos uma coisa, por exemplo, como uma sombra/mancha destas na cara da Jennifer, delineada, mas que depois é da mesma cor do resto da cara.

Marvel 100th Anniversary Special, Jen van Meter, Sean Ryan, Robin Furth, James Stokoe, Andy Lanning, Ron Marz, Joanna Estep, In-Hyuk Lee, Jason Masters, Gustavo Duarte
A premissa deste volume é curiosa: acompanharmos um possível número de uma revista de vários super-heróis (ou equipas) no seu centésimo ano de publicação: entre eles, o Quarteto Fantástico, o Homem-Aranha, os X-Men, os Vingadores e os Guardiões da Galáxia.

Creio que a qualidade dos números não é equilibrada: aceito a lógica de alguns dos números fazerem de conta que são o final de arcos longos que estavam a ser contados naquele ano, mas há histórias que se compreendem melhor nesse aspecto, outras pior, e quanto mais referência faziam a acontecimentos passados (mas que são do nosso futuro), pior. Algumas são sem consequência, ou apenas um repetir dos temas que os heróis já representam; preferia que fossem mais uma reflexão sobre o papel dos respectivos super-heróis nesse futuro imaginário.

O número do Quarteto Fantástico acompanha um grupo de jovens, netos dos heróis (e vilão) originais, como exploradores espaciais que se cruzam com a oportunidade de trazer de volta o passado da equipa. É uma história gira, mas o Quarteto é das equipas que menos conheço e com a qual tenho menos ligação, por isso foi-me difícil importar com o que estava a acontecer. Ainda por cima a história acaba num cliffhanger demoníaco e quase inexplicável, não fossem um par de menções nas histórias mais à frente. O unico ponto a destacar é uma Sue/Mulher Invisível já idosa mas ainda badass.

O número do Homem-Aranha pega no Venom e postula a ideia de o simbionte ter sido melhorado com tecnologia; pelo meio, o Rei do Crime tenta apoderar-se dele e o Peter tenta travá-lo. É uma história que também não me disse muito (para além de: o Venom outra vez?), não adiciona muito de novo ao herói nem traz nenhuma nova reflexão sobre o seu papel. A arte é gira, em estilo pintado e hiperrealista.

O número dos X-Men começa bem, com a ideia que os mutantes mudaram a percepção de parte da humanidade, ao ponto de o Scott Summers chegar à presidência dos EUA. Só que depois a história esquece-se do potencial que isso tem e deriva para território bizarro, com o desaparecimento súbito de vários dos heróis e uma intervençãozinha da Fénix. Não gosto da lógica de "vamos desafazer o passado para salvar o futuro", e soa tudo a fanfiction na maneira como termina, porque nem eu acredito que se desfizesse a continuidade dos X-Men daquela maneira. O ponto alto é vermos o futuro de alguns dos mutantes jovens que acompanham o Ciclope no presente.

O número dos Vingadores pega na ideia de que o território dos EUA desapareceu na Zona Negativa depois de uma tentativa de invasão falhada dos Badoon. Tendo em conta que não estou familiarizada por aí além com nenhum, nem com o antagonista que os personagens encontram, foi mais uma história que me passou ao lado. Achei interessante as ideias que permitem que a Rogue, o Doutor Estranho e o Beta Ray Bill façam parte da equipa, e ainda mais interessante a situação do Homem de Ferro. Mas achava bem mais cativante se acompanhássemos o Capitão América na incursão pela Zona Negativa, como é mencionado que ele está a fazer.

O número dos Guardiões da Galáxia é aquele que vale pelo livro todo, porque é simplesmente fabuloso, uns furos acima das outras histórias. (Talvez pela presença de um dos criadores da equipa de 2008 no argumento, Andy Lanning.) É uma história que flui bem, simples, envolvente, que evoca os Guardiões do presente no futuro. Adoro as pequenas alterações na equipa e nos personagens - a Gamora é agora o Star Lord - que está presumivelmente morto -, o Drax e o Groot evoluíram na aparência e poderes, e o Rocket tem três filhos, perdão, sobrinhos, os Racoons, que são as coisas mais adoráveis de sempre, e que herdaram o gosto do pai, erm, tio pelo armamento. Há ainda aparições de Knowhere, do Galactus (que evoluiu de maneira intrigante), e dum arauto que pertence ao passado dos Guardiões. A arte é muito adequada à aventura no espaço e adorei.

Black Widow v. 1: The Finely Woven Thread, Nathan Edmondson, Phil Noto
Lá estou eu outra vez com as comparações, mas este título também é como o Hawkeye e o She-Hulk, no sentido em que acompanhamos a Viúva Negra no seu dia-a-dia. Que no seu caso, passa por viajar pelo mundo a fazer coisas de espião.

Apreciei bastante o desenvolvimento do enredo, cheio de intriga, perigo e acção, com uma boa evolução e equilíbrio. A evolução da protagonista, a Natasha, está bem delineada: a personagem quer expiar o que fez no passado, e aceita trabalhos tendencialmente bons no sentido moral, para compensar as vítimas dos seus actos passados. Gosto da sua narração sobre o trabalho de espionagem, e da relação que desenvolve com o gato que ronda a sua porta quando está em Nova Iorque.

A arte vai ficar como das minhas favoritas, fotorealista, em estilo pintura, muito bonita e cativante, foi uma delícia acompanhá-la.

Moon Knight v. 1: From the Dead, Warren Ellis, Declan Shalvey
Não conhecia nada deste personagem, de todo. A razão pela qual quis ler este livro foi por ter visto algures uma boa opinião, e o que era dito me fez ficar curiosa o suficiente para me arriscar na leitura. E foi uma boa aposta: cada número contido no livro é uma história stand-alone, e os criadores fazem um óptimo trabalho em caracterizar o personagem bem o suficiente para os que não estão familiarizados com ele.

E é um personagem fascinante de explorar. Um homem que ressuscitou por obra de um deus egípcio, Khonshu, procura vingança contra os que atacam pessoas que viajam à noite; a noite é o seu elemento, e caça os predadores. Tem perturbação de personalidade dissociativa, que é apresentada de forma subtil e intrigante, mas o que faz dele um personagem que nos faz questionar a sua sanidade é o modo como se lança no perigo sem hesitar, caçando os criminosos sem preocupação consigo próprio: Marc Spector está sozinho no mundo, isolado, como é mostrado subtilmente ao longo da história.

A Nova Iorque aqui apresentada é escura, sombria, arrepiante, tanto dominada por um assassino em série como por acontecimentos sobrenaturais. As histórias são variadas, mas envolventes, criadas de forma que destaca o trabalho dos artistas.

E que trabalho esse. O desenhador tem oportunidade de mostrar um repertório completo, entre o submundo novaiorquino, uma aventura psicadélica, ou fantasmas violentos. Há uma ocasião em que o trabalho de um sniper é apresentado duma forma visualmente estimulante, que elimina as vítimas da prancha até esta ficar em branco.

O trabalho de cor é lindo, cativou-me o olho, é versátil, e com opções fantásticas a nível visual, tanto no uso predominante duma cor conforme a aventura, como na escolha de não pintar o Moon Knight de todo, o que só destaca ainda mais o seu uniforme. Fiquei fã.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A rainha manda...: North and South, Elizabeth Gaskell

O livro que a Patrícia (Chaise Longue) me escolheu para ler em Janeiro para o A rainha manda... foi North and South, de Elizabeth Gaskell. Uma leitura bastante complicada, um tudo nada turbulenta, mas relativamente satisfatória, pois já conhecia a história e gostava dela, e por isso apreciei a expansão da mesma que me permitiu.


O livro que escolhi para a Patrícia ler foi The Assassin's Curse, de Cassandra Rose Clarke, e as impressões dela sobre a leitura podem ser lidas aqui.

Margaret: doce e idealista, esta personagem apresenta, contudo, algum preconceito e orgulho, mesmo que seja pelas classes altas. Dentro das grandes heroínas dos clássicos, o que achaste desta heroína tão parecida com a nossa Lizzy?
A Margaret, muito resumidamente, é uma santa. Sim, ela começa a história cheia de preconceitos contra o lugar para onde vai viver, Milton, cidade industrial, e contra algumas pessoas, como o Thornton (doravante nomeado por Thorny, porque é isso que ele é), por este viver do comércio. Mas é um preconceito informado pela classe em que se moveu durante parte da vida, a pequena nobreza, e à medida que o tempo passa Margaret conhece Milton e as suas gentes, e atrevo-me a dizer que chegou a gostar muito deste local em que vivia, apesar de todos os problemas que lhe trouxe.

A parte da santa deve-se ao facto de a Margaret aturar muita coisa difícil ao longo da história, circunstâncias em que outras pessoas teriam quebrado completamente; e por ser bastante leal e justa, no que toca aos seus e àqueles de quem gosta, e aos seus valores e sentimentos. O que quer dizer que se mete nalgumas situações menos claras que as pessoas lhe poderiam apontar, quando as intenções dela eram as melhores.

A consciência dela também não ajuda, porque lhe dá cabo da cabeça devido a uma mentira bem-intencionada; e é claro que temos durante uma parte da narrativa a Mrs. Thornton e o Thorny a pensar que ela é uma galdéria porque estava com um homem ao fim do dia na estação dos comboios - que por acaso era irmão dela. Está bem que eles não sabiam do irmão dela, mas é assim tão extraordinário tentarem perceber se a Margaret tinha parentes masculinos? Porque até tinha, para além do Frederick, cuja história não podia ser revelada.

John: teimoso e racional, ele enerva-nos no início (e noutros momentos) mas a verdade é que acaba por se revelar uma personagem muito mais emocional do que esperaríamos. O que pensas da evolução desta personagem?
O Thorny devia levar um pontapé no traseiro por desconfiar da Margaret, e tenho dito.

Enfim. Acho que desde que conhecemos o personagem que dá para perceber que não é o bruto comerciante que a Margaret parece pensar, que é bastante inteligente e decidido, e que pelos vistos tem um coração mole, porque cai de amores pela rapariga mesmo recebendo dela indiferença e gestos que ele toma como arrogância mas que são geralmente desconhecimento. Por isso, até nisso é boa pessoa, ao não lhe levar a mal atitudes que deixariam outros ofendidos.

A evolução dele tem mais a ver com o decorrer dos acontecimentos e a mudança de percepção da Margaret sobre ele - à semelhança do que acontece com a Lizzie Bennet em Orgulho e Preconceito, em relação ao Mr. Darcy. A partilha de momentos difíceis leva-a a olhá-lo com outros olhos, e cedo a Margaret dá por ela a desejar a boa opinião dele - que é quando por ironia do destino ele vê a situação que a faz passar por galdéria, e ainda por cima a apanha numa mentira acerca dessa situação. (O timing destes dois é fabuloso.)

Uma das coisas mais interessantes sobre o Thorny é que é a imagem do self-made man: o pai deixou muitas dívidas, mas ele subiu desde a posição mais humilde até ser dono de um moinho de algodão. E mesmo na face da derrota, enfrenta-a com dignidade e sobriedade, não embarcando em delírios, o que também foi preciso coragem para fazer.

Figuras parentais: Tanto os pais de Margaret como a mãe de John acabam por se destacar na história pela sua presença marcada nas vidas dos filhos. Contudo, são completamente diferentes, algo que se nota nos respectivos filhos. Conta-me como lidaste com a sua vincada presença.
A Mrs. Thornton é uma personagem que nos torna difícil a tarefa de gostar dela. Teve uma vida complicada, e isso reflecte-se na postura espartana e rígida que assume. Mas tem um orgulho enorme no filho, por ter conseguido tanto na vida, e isso é uma atitude louvável, e posso desculpar-lhe as reacções dela que derivam disso. É por isso que acabei por gostar dela. Isso e por ser brutalmente honesta, e não fazer coisas pelas aparências ou porque fica bem. Tenho uma curiosidade gigantesca sobre como é que ela se daria com a Margaret no dia-a-dia quando ela casar com o Thorny... seria definitivamente uma situação interessante.

Os pais da Margaret são algo bastante diferente. A Margaret viveu mais de metade da vida com a tia, em Londres, sendo exposta à sociedade, e passava os Verões com os pais; só volta a viver com eles agora. A relação é necessariamente distinta. O pai, com uma crise de consciência, deixa de ser reverendo da Igreja de Inglaterra, o que força a mudança da família para Milton.

Uma mudança que gera uma modificação nos pais de Margaret. A mudança de estilo de vida, e o stress que provoca, têm um efeito neles e na sua saúde, e indirectamente na relação com a Margaret. Com a mãe, a Margaret tem uma relação mais ténue, mas muito dedicada mais para o fim. Com o pai, a Margaret tem uma relação mais próxima, um pouco marcada pela mudança, mas apoiam-se mutuamente.

A coisa curiosa nesta família é que a fragilidade dos pais de Margaret leva a que ela tome a responsabilidade por muito, que seja o pilar de força, não se permitindo momentos de fraqueza, o que não era propriamente saudável para ela, e invertia o papel entre ela e os pais - o que numa jovem com 18, 19 anos é extraordinário.

A família operária: Entre todas as personagens secundárias, a família a quem Margaret se apega acaba por sobressair, de alguma forma, entre elas. Também foram marcantes para ti?
Os Higgins foram um componente muito importante na história. Primeiro, porque introduzem uma nova perspectiva à Margaret, uma família que vive do trabalho nos moinhos de algodão, permitindo-lhe ver a indústria sobre uma nova perspecitva. Mas também são uma maneira de explorar as classes mais pobres, o tipo de vida que tinham, e a luta por melhores condições de vida e de trabalho, através das greves. E por fim, porque os Higgins permitem uma ligação inestimável entre os vários elementos da narrativa, particularmente a Margaret e o Thorny, e de certo modo essa ligação ajuda a juntá-los no final.

Apresentando como temática as mudanças sociais que a industrialização impôs na sociedade inglesa, este livro acaba por ser uma pequena grande lição sobre um dos períodos mais importantes e de algum modo, radicais, da história de Inglaterra. Pensas que foste tão bem introduzida ao tema quanto esclarecida?
Pode-se dizer que a Elizabeth Gaskell foi bastante minuciosa na apresentação do tema, e isso é de louvar, porque apresenta os dois lados da questão, os donos das fábricas, e os trabalhadores. O desenvolvimento do assunto torna-se mais rico porque é descrito por uma pessoa contemporânea; e de qualquer modo não é uma época ou faixa da sociedade muito explorada nos livros de teor histórico que tenha lido, sejam eles romance ou não, por isso posso dizer que saí da leitura mais bem informada.

A dado momento, foste apresentada a uma série de tragédias e momentos mais infelizes que alteraram o rumo da história e, consequentemente, a tua forma de lidar com ela. Qual foi a tua reacção?
Honestamente, e tenho muita pena das pessoas envolvidas, mas essa é a parte mais excitante da narrativa. É quando começam a acontecer as desgraças que a história se torna interessante, porque precipitam uma evolução da personalidade da Margaret que é fascinante de observar, e fazem emergir o carácter extraordinário dela.

Não podia deixar de perguntar: depois de nos fazerem sofrer com as suas birras, desconfianças e desventuras ao longo da história, Margaret e John conseguiram um lugar no teu coração?
Sim, conseguiram. O curioso desta história é que poderíamos chamar-lhe qualquer coisa como "Orgulho e Preconceito 2", porque as pessoas desta história - principalmente a Margaret e o John - são tão dominadas pelos dois. É o orgulho dos Thornton, mãe e filho, que condiciona a percepção deles sobre as atitudes da Margaret, por exemplo; e são os preconceitos iniciais da Margaret que a fazem menosprezar o Thorny. Foi cativante ver a evolução da relação deles à medida que se afastam do orgulho e preconceito iniciais para uma estima mútua. E também torturante e delicioso ler os capítulos finais, para perceber se eles se entendiam, e como.

Elizabeth Gaskell dá-nos um livro complexo, com muitas temáticas difíceis, e a sua escrita não foge à regra. Conta-me as tuas frustrações sobre ela.
Eu nem sei muito bem explicar as minhas frustrações com a escrita dela. Só sei que levei 10 dias para ler o livro, sem ter lido mais nada nesses dias, e que o arrastar da leitura estava a dar comigo em doida. Não é habitual eu levar tanto tempo a ler um livro, nem sequer quando o inglês é ligeiramente mais complexo por virtude de o livro ter sido escrito noutra época.

A sensação com que fiquei é que a escrita dela é muito descritiva, pouco dada a avançar com o enredo, e sei que dava frequentemente por mim a ler um parágrafo e a olhar para o ar, a sonhar acordada, porque a escrita não me cativava. É claro que isso me dificultou, e muito, o avançar da leitura, ao ponto da frustração, o que também não tornou a leitura fácil.

No entanto, sei separar as coisas e consegui deixar que isso não me afectasse o gosto que tirei da história. A minha sorte é que já a conhecia, de ver a série, e estava predisposta a gostar dela. E de certo modo, apreciei o nível de detalhe que o livro trouxe, dá certas nuances aos acontecimentos e às atitudes dos personagens, coisas que a série não permitiu explorar. E por isso, e por já ser fã da história, acabei por gostar do livro, apesar de não ter ficado fã da maneira como a Elizabeth Gaskell escreve.

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O livro que a Patrícia escolheu para eu ler no próximo A rainha manda... é:

It Happened One Autumn, Lisa Kleypas
Depois de fazer a minha querida p7 sofrer com a leitura anterior (mais uma vez mil perdões), este mês decidi-me por uma leitura mais levezinha e bem divertida. It Happened One Autumn é um dos meus livros preferidos do género, e faz parte de uma das minhas séries preferidas e tem, claro, um dos meus casais preferidos. Por isso, ofereço-te os explosivos Lillian e Marcus para te alegrar num mês tão frio.

Obrigada, e ainda bem! Preciso mesmo de descansar da leitura mais pesada que foi a deste mês... até gostei bastante da Lisa Kleypas quando a li, não sei porque é que tenho adiado a leitura dos livros seguintes da série.

Podem ver qual o livro que sugeri à Patrícia para este mês, e o porquê de o ter escolhido, aqui.