quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Darwinia de Robert Charles Wilson

Sinopse: Em 1912, a História, tal como a conhecemos, foi mudada pelo Milagre. De um momento para o outro o Continente Europeu desaparece misteriosamente e é substituído por uma estranha terra de monstros antediluvianos e florestas infernais conhecida por Darwinia. Para uns, o Milagre é um acto de retribuição divina; para outros, a oportunidade de formar um novo império.

Guilford Law, um rapaz de catorze anos, testemunhou o Milagre na forma de estranhas luzes no céu sobre o oceano. E anos depois abandona a América, governada por fundamentalistas religiosos, determinado a viajar para Darwinia e explorar os seus mistérios. Junta-se a uma expedição como fotógrafo que sobe o Reno e penetra finalmente nas profundezas ocultas do continente.

Mas o que Guilford vai descobrir está muito para lá do que poderia imaginar. O que começa como uma aventura e se transforma numa luta pela sobrevivência, termina com a derradeira revelação do destino da Humanidade no Universo.

Opinião: Guilford Law faz 14 anos na noite em que um estranho fenómeno acontece: o território europeu como é conhecido em 1912 desaparece, sendo substituido por um território geograficamente muito parecido, mas completamente inexplorado, sem pessoas, mas com novas e curiosas espécies de animais e plantas. Numa época em que se debatia e duvidava das teorias darwinianas da evolução, um fenómeno destes (conhecido por alguns como o Milagre) parece apontar para uma intervenção divina, dando força às teorias criacionistas.
 
Mais tarde, Guilford participa como fotógrafo numa expedição ao continente Darwinia (nome satiricamente dado pelos jornais ao mesmo). A expedição tem como objectivo explorar o continente, procurando conhecê-lo melhor, juntando espécies, etc.. Os cientistas da expedição dividem-se entre as duas teorias (evolicionismo e criacionismo), que ganham uma nova força com o aparecimento do continente. Mas cedo percebemos que a expedição parece destinada a um falhanço. Tragédia atrás de tragédia ocorre e quando dá por si Guilford encontra-se no meio de um conflito galáctico que poderá estar na origem do continente.
 
A maior sensação que me fica do livro é a de que é feito de duas partes que não encaixam muito bem. A primeira foca-se na expedição - uma parte de que gostei muito, pois adorei acompanhar o dia a dia de uma expedição; por outro lado, são sugeridas potenciais implicações do Milagre na sociedade, relações internacionais, economia... Gostava que o autor tivesse desenvolvido mais esta parte, pois a história alternativa a partir do Milagre parecia interessante.
 
A segunda parte é mais ficção científica - o aparecimento de Darwinia com uma explicação puramente científica, espacial e extraterrestre. Por um lado, já estava à espera deste desenvolvimento sci-fi, portanto não desgostei dele completamente, pois a ideia em si é curiosa; a execução não me agradou. A ligação entre a parte "história alternativa" e a parte "ficção científica" pareceu-me fraca (podia estar a ler dois livros diferentes), o autor usa em algumas partes palavras que uma leiga como eu em FC não percebeu lá muito bem, e a explicação científica podia ser mais explícita.
 
Em geral até gostei, mas acho que fiquei com uma sensação de que li dois livros em vez de um.
 
P. S.: Agora é que reparei que a parte preta da capa do livro faz uma curvatura. Engraçado.
 
Título original: Darwinia (1998)
 
Páginas: 320
 
Editora: Saída de Emergência
 
Tradutora: Ester Cortegano

Sem comentários:

Enviar um comentário