segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Meg Cabot: Size 12 and Ready to Rock, The Bride Wore Size 12


Páginas: 384 / 400

Editora: William Morrow

Ah, a Heather Wells diverte-me tanto. Aliás, as premissas da Meg Cabot divertem-me tanto; ela inventa sempre as coisas mais doidas, torna-as credíveis, e embebe-as com um sentido de humor brutal que me agrada imenso.

Nesta série, a protagonista é Heather Weels, uma antiga estrela pop adolescente, que foi afastada da ribalta pela sua antiga discográfica e pelo facto da sua mãe lhe ter roubado tudo o que ganhou enquanto cantava. Agora, Heather é directora assistente numa residência universitária, só que o seu novo trabalho é bem mais agitado do que esperava, com corpos a aparecer a torto e a direito...

No primeiro destes dois livros, alguém está a atingir pessoas próximas da Tania, estrela pop e a nova mulher do Jordan (ex-namorado da Heather, dos tempos em que era cantora); o que complica as coisas é que a Tania está no centro de um reality show em que serve de tutora a 50 adolescentes, e que se mudam de armas e bagagens para a residência universitária.

Apreciei bastante este livro pelas cenas com o Jordan e a Tania, e com a família Cartwright. Eles até são adoráveis, o casalinho, à sua maneira - à maneira de cachorrinhos indefesos e inocentes, suponho. É divertido de os acompanhar porque apesar de existirem num meio tão calculista como o do espectáculo, mantêm alguma pureza e ingenuidade. E a Heather acaba a vê-los duma nova maneira, especialmente a Tania, quando percebe que esta adora mesmo cantar.

Para juntar a isto, a família Cartwright é bastante divertida. Gostava de ter visto mais dos pais do Jordan e do Cooper, ver mais atritos e drama nessa área, porque os há. No entanto, aquelas que conhecemos melhor são as gémeas, irmãs mais novas dos rapazes, e são mesmo engraçadas. Fazem-me pensar numa caricatura das irmãs Kardashian.

Há uma introdução de um tema um pouco mais sério, a presença de um perseguidor e os extremos a que vai devido à sua obsessão; é uma curiosidade nesta série, tem sentido de humor mas depois há a introdução de certos momentos mais sérios que dão que pensar.

O segundo livro deste par acompanha uma outra situação. A presença de um príncipe árabe, a estudar na universidade de Nova Iorque e a viver na residência da Heather, causa todo o tipo de drama, especialmente pela sua fama de playboy - desde a fila de alunos que quer vir viver para o dormitório (algo a que Heather não está habituada), até às críticas cerradas por a direcção da universidade aceitá-lo como aluno, mesmo tendo más notas, só porque o pai lhes "doou" um camião de dinheiro.

Gostei mesmo do mistério neste, porque foi um pouco mais complexo, cheio de reviravoltas, e definitivamente nada a ver com o que parecia óbvio de início. A presença do Príncipe Rashid distrai e disfarça o motivo e o assassino, e apesar de estar ligada à situação em questão, acaba por ser a sua própria situação.

E por falar nisso, achei a questão do Rashid bastante curiosa. Tem um tom político, o que não é comum na autora, mas também não é inédito. E tem um lado fofinho na coisa, que até é surpreendente pelos intervenientes.

O drama na residência universitária também é engraçado. Adoro a perspectiva da Heather sobre lidar com pais hiper-preocupados, com miúdos hormonais, e colegas incompetentes (aquele Simon é incrível, não sei como não o despedem). E por falar nisso, sempre pensei porque raios a Heather nunca foi promovida. Com a maneira como se preocupa e é dedicada, bem que merecia.

O livro também é o do casamento iminente. A Heather e o Cooper estão a preparar o seu casamento, mas está difícil, com os problemas na residência, uma mãe que voltou aos EUA, e uma planeadora do casamento que nunca aparece em cena. Aqui o mais divertido são as gémeas, irmãs do Cooper, e as suas "tentativas" de ajudar; e o vislumbre dos colegas de profissão do Cooper.

Acho que a crítica que podia fazer aqui é que os livros me sabem a pouco. Há uma série de situações que podiam ser melhor exploradas, mais exploradas, e não o são, pela própria restrição da série. Dá a sensação que a história tinha mesmo de acabar ali, no quinto livro, tinha de estar naquele ponto, e por isso certos fios de enredo nunca tiveram a atenção que mereciam.

Nem o casamento teve o foco principal, e devia. A planeadora de casamento nunca apareceu, e achei que havia coisa ali, mas isso nunca foi explorado. E toda a questão do casamento merecia uma série de cenas engraçadas que nunca aconteceram. Acho que a colecção merecia facilmente mais um par de livros para explorar devidamente o que ficar por desenvolver.

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