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quarta-feira, 25 de maio de 2016

O último Owlcrate... por agora

Sempre foi minha intenção fazer seis meses do Owlcrate e reavaliar, e chegou esse momento. E cheguei à conclusão que gosto muito deste serviço de subscrição, mas quero apostar noutras coisas, por isso vou dar-lhe um descanso.

Ora bem, dando uma olhada no conteúdo deste mês:

O livro do mês é Everland, de Wendy Spinale, o que foi definitivamente uma surpresa. Pelas pistas dadas, tinha ficado com a sensação que era um retelling da Alice pela Colleen Oakes, e este nem sequer me aparecia nos lançamentos recentes do Goodreads. Estás a falhar, Goodreads. Os items de oferta subordinados ao livro são as tatuagens temporárias, e uma carta da autora.

Uma impressão ainda mais ou menos subordinada ao livro do mês, mais o cartão típico do Owlcrate a apresentar a caixa, e uma novidade, um cartão a anunciar o tema do mês seguinte, o que não me vai afectar em nada, mas tortura-me um bocadinho, tenho a sensação que era capaz de gostar dessa caixa. Ainda por cima vão ter uma coisa da loja craftedvan.

Os items não-literários, mas subordinados ao tema (steampunk). Da esquerda para a direita, de cima para baixo: um anel com o Clockwork Angel dos livros da Cassandra Clare, um pin/broche, um colar com chave antiga, e decalques para unhas.

E aqui é que a porca torce o rabo. Não queria terminar assim a minha subscrição, mas saí bastante desapontada com estes produtos. Não há variedade nenhuma, são tudo coisas para usar, e como normalmente não costumo usar joalharia, é a caixa mais inútil que me caiu no colo nestes seis meses. É muito desapontador, normalmente pode haver um ou outro com que não me identifique, mas todos?

Pior, não faz sentido nenhum serem todos produtos do mesmo género. Normalmente a caixa é variada no tipo de produtos que oferece, mas este mês a inspiração estava lá em baixo, não? Steampunk não é só este género de coisas, é redutor pensar assim, e não gosto de pensar nisto como um mau serviço, mas lá que não me caiu bem...

Por outro lado, é capaz de ser a caixa que chegou mais depressa. Ainda nem tinha recebido o e-mail do Owlcrate a dizer o número de tracking (só chegou ao meu e-mail no dia seguinte, a ironia de receber correio caracol antes de correio electrónico), e já me estava o carteiro à porta a entregar a caixa.

No fim de contas, diria que valeu a pena? Sim, suponho que sim. Na sua maioria gostei imenso das coisas escolhidas para a subscrição, identifico-me com o gosto dos curadores da caixa e reuni uma série de coisas fofas. Adoro a sensação de suspense, se bem que nem sempre foi possível mantê-lo, e é bom ter uma surpresa destas no correio.

Também posso louvar a escolha dos livros, porque acabei a ler coisas em que nunca teria pegado, nem que seja porque tenho estado menos em cima do acontecimento no que toca a novos lançamentos (só de autores/séries que já sigo). Não houve nada que me deixasse com a sensação "aqui tenho um novo favorito de todo o sempre", mas houve coisas muito boas e com perspectivas bem interessantes. Também aqui posso louvar as escolhas.

Os portes de envio são caros, não há maneira de o contornar, mas se há coisa que garantem, é que a caixa chega rápido, e normalmente sã e salva. Esta última foi a única que chegou amolgadita no cimo. E melhor, na maior parte dos casos passou na alfândega sem dar nas vistas.

Dei-me conta que isso é provavelmente porque na declaração de alfândega que vem colada na embalagem, normalmente na descrição de produto colocam "Book", e o valor monetário/PVP do livro (mas não dos produtos extra), e como isso é abaixo dos 40 euros (acho que é o valor a partir do qual uma encomenda de fora da UE está sujeita a poder pagar taxas), passou sempre sem ter de pagar nada. Mesmo na única vez em que a caixa foi realmente aberta, acabaram por enviar sem cobrar nada, ou seja, acharam que os produtos não chegavam a esse valor.

No entanto, a ideia de dois quintos do valor da caixa serem portes... é um bocadinho pesada. Não é algo que me incomode imenso, mas a longo prazo, não é sustentável. Mata-me que um valor tão elevado vá para o envio.

E portanto, pausei a subscrição, indefinidamente, por agora. Há tanta outra caixa de subscrição que gostava de experimentar, até fora da área dos livros, e como não me vejo a subscrever o Owlcrate para todo o sempre, esta é uma altura tão boa como outra. Tenho um balanço positivo da experiência, os curadores da caixa fazem um acompanhamento fantástico e estão de parabéns. Recomendaria a quem esteja curioso e consiga passar a barreira psicológica dos portes.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Owlcrate número quatro e cinco: duas caixas no mesmo mês

Como eu temia, a caixa chegou na semana em que estava de férias. A minha sorte foi que a senhora porteira do prédio ficou com a caixa quando o carteiro a trouxe. God bless her, quando apanha o carteiro com coisas para mim acaba por recebê-las, poupando-me uma viagem aos Correios.

A piada da coisa, que reparei quando abri a caixa: a declaração para a alfândega desta vez não menciona "livro", mas sim "merchandising". E provavelmente por isso, foi a primeira vez que a caixa foi aberta na alfândega. Vinha uma fita adesiva larga colada por cima da original. Acho que acharam que devia ser contrabando (ehehe), ou seja electrónica ou DVDs ou assim, e quando viram o que era, acharam que não valia a pena.

Como só voltei depois do mês começar, acabei por deixar juntar o post com a caixa deste mês; mas quanto a essa, já lá vamos. Vejamos primeiro a caixa de Março.

O livro do mês, The Serpent King, de Jeff Zentner. Estava com um pouco de receio de o ler, por causa de algumas opiniões menos boas, mas acabou por ser uma surpresa simpática. Ao lado, o cartão de apresentação da caixa.

O outro lado do cartão de apresentação (adoro-os, e adoro o seu design). À direita, um pequeno livro de exercícios de escrita curtos, 642 Tiny Things to Write About. Tem um ar super fofo.

Um cartão com uma citação do livro, e uma carta do autor sobre o livro, para os assinantes da caixa de subscrição, como é habitual.

Uns crachás livrescos, da Bookworm Boutique; umas meias de livros censurados/banidos - uma delas com os títulos, outra com os títulos censurados - da Out of Print Clothing; e uma caneta-pena simplesmente adorável da Kikkerland.

E em seguida vem a caixa de Abril, que muito me impressionou. Desta vez tentaram fazer o mesmo que em Fevereiro, mandar a encomenda uma semana antes das domésticas, e funcionou. Chegou mais ou menos ao mesmo tempo que as encomendas estavam a chegar aos subscritores nos EUA, ou seja, consegui nem sequer ser semi-spoilada, o que veio a tornar-se bem raro. Foi mesmo bem feito, desta vez.

O livro do mês é Flawed, da Cecilia Ahern. Tornei-me bastante boa a ter uma boa ideia sobre o livro que vem na caixa, a partir das pistas que vão sendo dadas; no entanto, esta surpreendeu-me. Tinha excluído a Cecelia Ahern porque achei que era demasiado conhecida. Aparentemente isso aplica-se aqui em Portugal, em que ela tem um batalhão de livros publicados, mas não lá fora.

À direita em cima, uma base para copos com uma citação da série Shatter Me, creio que desenhada pela Evie Bookish; por baixo, um caderninho alusivo a 1984, de George Orwell, pela Manuscript (morria se o do Orgulho e Preconceito me viesse para às mãos). Mas este do 1984 é também muito bem-vindo.

À esquerda em cima, o cartão de apresentação da caixa; em baixo, uma tatuagem temporária alusiva ao Flawed, e um íman alusivo aos Jogos da Fome, pela Property of the HalfBloodPrints. À esquerda, um cartão com uma citação do livro The Star-Touched Queen, de Roshani Chokshi. Não diz quem criou, mas parece totalmente uma coisa da Evie Bookish.

Em cima à esquerda está o outro lado do cartão de apresentação. Por baixo, uma carta da autora, como é habitual. À direita em cima, um mini-poster do Flawed, e em baixo uma pulseira alusiva aos Jogos da Fome do The Geeky Cauldron, e uma espécie de autocolante vinílico alusivo ao Maze Runner, da Shailey Ann Designs.

Esta caixa não foi aberta na alfândega, desta vez, mas a declaração para a alfândega também era mais específica e dizia que tinha um livro, uma base para copos, uma impressão, ... (Não, literalmente na declaração diz isto, e tem umas reticências a seguir - uma espaço tão grande para declarar o tipo de produtos na encomenda, e não deixam meter mais texto?)

É claro que não podia ser uma encomenda sem haver algum drama; neste caso, no dia em que houve supostamente uma tentativa de entrega, éramos duas pessoas em casa, e ninguém tocou à porta. Eu bem sei que a campainha está velha e ouve-se mal, mas duas pessoas? Ainda por cima eu pareço o cão de Pavlov quando estou para receber uma encomenda, qualquer som deixa-me alerta.

E depois o carteiro nem sequer pôs o aviso logo, só pôs no dia seguinte, mas com as datas como se tivesse posto o aviso nesse dia. Grrr. Eu nem me importo de ter de levantar as encomendas nos Correios, mas detesto estas trocas e baldrocas em relação a como o serviço devia funcionar.

Ah... enfim. Algo que tenho apreciado neste serviço de subscrição é que nenhuma caixa tem sido igual ou parecida; os itens que não são livros têm sempre sido de tipos distintos, com objectivos variados e estilos de todo o tipo. Nunca tem sido aborrecido. Gosto disso.

domingo, 10 de abril de 2016

The Love that Split the World, Emily Henry


Opinião: Este é um livro que se esgueira de mansinho. A sinopse foi bem escrita, de certo modo, porque não dá para perceber bem o que temos nas mãos - algo que normalmente eu detestaria, mas aqui, é muito adequado. Saber demais estragaria as surpresas que contém, e por isso esgueira-se de mansinho, revelando-se aos poucos, e acaba por ficar entranhado, ao ponto de o final, ainda que em aberto, seja inteiramente satisfatório e recompensador.

A Natalie Cleary é uma jovem que foi adoptada muito nova, praticamente depois de nascer. É Nativa Americana, adoptada por uma família branca. Está a terminar a escola secundária, e vai para a universidade de Brown no Outono. Mal pode esperar, sair da cidade de Union, mudar o cenário, encontrar-se a si própria.

E é aí que a Emily Henry escreve genialmente. A caracterização psicológica da Natalie é fantástica. A Natalie é inteligente, introspectiva. Comete erros, é insegura, debate-se com os dois mundos a que pertence. Ama a família, mas por vezes sente-se como não pertencendo, como se os sinais exteriores de que não é igual à sua família a destacassem, e não no bom sentido.

E isto está no centro do enredo, é aquilo que guia as acções da Natalie, e a autora não trata o leitor como burro, é uma caracterização complexa, com camadas, encaixada no seu lugar na família, entre os que a amam, e na sua herança e a relação que tem com ela, curiosa mas temerosa de procurar a sua mãe biológica e descobrir que não era desejada.

Isto é o que faz este livro ter um tom mais de história contemporânea. O quão enraizado está na vida real. Contudo, tem elementos de ficção científica. The Love that Split the World é um título que é quase literal. Há universos paralelos, e tecnicamente viagens no tempo (há cronologias não lineares, o que justifica a comparação a A Mulher do Viajante do Tempo), e a maneira como tudo se revela é deliciosa. É relativamente fácil de adivinhar previamente as reviravoltas, mas a maneira como são reveladas encaixa bem na história, dão-se no momento adequado para fazer avançar o enredo, portanto não me desapontaram.

Parte da viagem de descoberta passa por um romance. É um pouco repentino, um pouco rápido, mas a maneira como acontece, a maneira como as circunstâncias o encaixam acabam por torná-lo suficientemente credível. O Beau é fofinho, à sua maneira, e consigo perceber porque a Natalie se encanta por ele, destino à parte. Tem problemas, mas é gentil e metido consigo. Passou a vida a ver algo inexplicável a acontecer, e não enlouqueceu, tornando-o resistente. A comparação a Friday Night Lights fez-me pensar nele como um Tim Riggins, até porque as suas biografias têm pontos em comum.

Gostei mesmo de ver a Natalie a investigar, investida em perceber o mistério da sua Grandmother, o ser que a visitou durante anos, a contar-lhe histórias. Gostei de a ver trabalhar com a Alice, e gostei de ver que a narrativa ali por bocados nos faz questionar se isto é um caso sobrenatural ou psicológico, questionar se tudo está na cabeça da Natalie. Como disse, a caracterização está soberba, a parte psicológica incluída.

O elenco de personagens secundários é fantástico, cativante, muito bem caracterizado apenas com umas pinceladas. Ninguém é herói ou vilão, apenas pessoas a viver a sua vida. Adorei a Megan e a relação de melhores amigas que ela e a Natalie têm. Gostei de conhecer o Matt, o ex-namorado, de perceber o quão complicado ainda é com eles, e de quão auto-conhecimento revela o facto da Natalie ter acabado com ele quando o fez.

Gostei imenso dos irmãos da Natalie, e os vislumbres que temos deles. Quem me dera conhecê-los melhor. Gostei dos pais da Natalie, preocupados, mas confiantes na filha e na sua capacidade de tomar decisões. O pai da Natalie era especialmente perceptivo, e a mãe talvez um bocadinho intensa, mas preocupada.

Quanto ao final, e não quero revelar demais... o final foi intenso. A Natalie descobre uma série de coisas sobre si própria, e sobre o que se estava a passar, e tem de tomar algumas decisões difíceis. Percebo porque é que ela sentiu que não tinha alternativa, apesar de não concordar exactamente, mas gosto que ela tenha tentado ainda assim tomar um caminho diferente, mudar as coisas.

No fim de contas agiu como eu teria agido, se estivesse no lugar dela, e assim acredito que tomou a melhor opção, a que lhe poderia dar o melhor final. A autora deixa tudo muito em aberto, deixa-nos decidir o que realmente aconteceu, mas a maneira como o escreve aponta para um desfecho em particular, e é um que me agrada. Há alguma espiritualidade salpicada pela narrativa, e isso tem uma relação como modo como o final se desenrola e é relatado, e gosto disso, é adequado.

A única coisa que me inquieta no final é eu não saber o depois. Como as coisas se desenrolam agora, como a natureza de ficção científica e fantasia da história guia esse depois. Quero muito saber sobre o depois, como tudo (ou nada) muda. O fim aberto é extremamente adequado, a vida real é assim, não fecha capítulos e histórias de forma bonitinha. Mas mata-me não ter o definitivo nas mãos, apenas o nim, o talvez, a possibilidade infinita, sem fim.

Deixa-me mesmo inquieta. E mesmo assim, adorei a leitura, a história encantou-me, a maneira como se desenrola é linda, é complexa, é inteligente, e a Emily Henry escreve bem, cativou-me. Gostava muito de ler o que quer que ela tenha na manga a seguir.

Páginas: 400

Editora: Razorbill (Penguin Random House)

sábado, 26 de março de 2016

Owlcrate, à terceira é de vez: ou como os Correios decidiram torturar-me

Aquela caixa que vou apresentar daqui a um pouco é a de Fevereiro. Sim, de Fevereiro, um mês atrasada. O que não é culpa, de todo, do pessoal do Owlcrate, que foram uns fofos e super disponíveis durante todo este processo. Não, o problema são mesmo os correios, que conseguiram aparentemente fazer uma entrega das duas vezes anteriores, sem problema, mas decidiram implicar com um pormenorzinho à terceira, estando ele presente em todas.

Ora bem: há coisa de um mês, andava eu a verificar obsessivamente o tracking da encomenda de Fevereiro, quando um dia vejo que o último estado da encomenda era "incorrect address - package returned to sender", o que me fez soltar um berro tal que nem sei como não me ouviram no outro lado da cidade.

Procedi a fazer duas coisas: um, entrar em pânico, porque não estava a perceber como raios é que o endereço estava mal, já que o endereço no Owlcrate está completíssimo; dois, disparar um e-mail em todas as direcções, CTT, Asendia (os serviços postais que gerem o transporte antes de chegar cá a Portugal, pelo que percebi), e Owlcrate.

CTT? Não podiam ajudar, nem tinham registo da encomenda. *facepalm* Se eu alguma vez quiser enviar algo, não saberia a quem recorrer, já que os CTT nem sabem das encomendas que é suposto entregarem. Asendia? Yup, outro beco sem saída.

Só o pessoal do Owlcrate (god bless them) é que se disponibilizou a tentar perceber o que se passava e enviar uma nova caixa, se fosse necessário. Entretanto tinha cá as caixas anteriores, e ao olhar para a etiqueta do endereço, acho que percebi o problema.

[Aqui a culpa é inteiramente da empresa que faz o aviamento das encomendas para o Owlcrate, suponho. (E dos correios, que das duas vezes anteriores não implicaram com a coisa, mas desta vez acharam por bem fazê-lo.)]

É que a etiqueta não era comprida o suficiente para o meu endereço, aparentemente. (A culpa também é da minha rua, que é demasiado comprida para meter em 50% dos formulários por aí. E do pessoal que decidiu dar o nome à rua. E do parvo do médico homenageado, porque além de termos "Dr." no meio, o homem ainda tinha um nome comprido como o raio. A piada da coisa é que há ruas com nomes bem mais compridos que isso.) Estava tudo bem até ao andar do prédio, mas faltava a indicação de ser "esquerdo" ou "direito".

E pronto, disparei um e-mail para o Owlcrate a explicar que desconfiava que a situação se devia a isto, e eles procederam a enviar uma nova caixa, com o cuidado de ver se a morada encaixava bem. A antiga, à data deste texto (o tracking ainda funciona), está em Portland, no Oregon, há uma semana. (As caixas têm levado muito pouco tempo a chegar, mas para voltar para trás... bem, dão razão ao termo correio caracol.)

E chegou há uns dias. Muito rapidamente. Com morada certa. E só me resta agradecer ao pessoal do Owlcrate, que são uns queridos e fazem uma caixa de subscrição adorável, e acompanharam fantasticamente a situação.

Passando ao material constante da caixa:

O livro do mês é The Love that Split the World, de Emily Henry, com uma nota escrita pela autora. Repetindo-me, não é um livro que teria encomendado, mas ainda bem que me veio parar às mãos, porque lendo a sinopse e algumas opiniões até parece coisa que me possa cair no goto (a menção a Friday Night Lights até me fez trepar às paredes).

E agora que estou a falar disto estou a dar-me conta como fui parva a fazer as fotos. O livro trazia lá dentro uma bookplate com uma citação do livro e um autógrafo da autora. Esqueci-me de tirar cá para fora para a foto. *facepalm* Para os curiosos, podem ver aqui, por exemplo.

Uma bela surpresa: um segundo livro. Neste caso, The Time Machine, de H.G. Wells, bem adequado pelo tema de ficção científica e de viagens no tempo. Neste caso, o livro também trazia um marcador, que eu também fui demasiado esquecida para tirar cá para fora. Dá para ver no link que partilhei acima, ou aqui. Os designers são a Rock Paper Books, cujo estilo de capas adorei conhecer, tão moderno e minimalista e colorido. Um colírio para os olhos.

Em adição, ali à direita está o cartão que vinha a apresentar os items, e a razão da sua escolha.

Ali em cima do lado direito está o outro lado do cartão. Do lado esquerdo, o primeiro item do Owlcrate que não me diz assim tanto, uma espécie de pregadeira magnética da Tardis de Doctor Who, do qual eu só vi assim uma mão cheia de episódios soltos, por isso... mas é bonitinha e bem feita. O íman é superforte. Produzido pela Vector Engraving.

E por fim, o item que me deixou hiperanimada, preparada para andar a saltar por aí de excitação. Um tote bag temático das Lunar Chronicles, exclusivo para o Owlcrate. É perfeito, porque eu adoro a série, e porque ando sempre com um saco ou dois deste género na mala, para as compras e assim. Só que agora não queria nada gastá-lo, o que vai inevitavelmente acontecer se começar a andar com ele. Só me apetece dar-lhe festinhas. (O material é superfofinho.)

E pronto, estou preparada para receber a caixa de Março. Que ainda não recebi, porque os céus nos livrem de se aproximar um feriado e as coisas funcionarem bem na semana antes do mesmo. Acompanhando pelo tracking, as actualizações estão a levar uns dois dias a aparecer lá depois de serem emitidas, portanto...

Estou com um bocadinho de medo porque na próxima semana, durante a qual a encomenda previsivelmente chega, não estarei em casa... vamos ver como é que isto corre. O procedimento normal dos Correios, creio eu, seria deixar um aviso na caixa do correio para ir levantar à estação. Esperemos que assim aconteça. Não há razão nenhuma para voltar para trás. *fazfigas*

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Worlds of Ink and Shadow, Lena Coakley


Opinião: Vou ter de me repetir, mas estou mesmo contente por ter apostado no Owlcrate. É a segunda vez que me mandam um livro que eu não compraria por mim própria, em que provavelmente não apostaria - e acabo a divertir-me imenso com ele.

Worlds of Ink and Shadow é um livro sobre os irmãos Brontë que mistura partes reais da sua biografia com um mundo de fantasia criado por eles, habitado pelos personagens que escreve(ra)m na juventude. Apresenta a sua vida familiar e elementos dos seus escritos para construir uma narrativa bem cativante e imaginativa.

E é isso que gostei no livro, na verdade. Pega em elementos base dos quatro irmãos, do que conhecemos da sua biografia, das suas personalidades e do que podemos entever dos livros que escreveram mais tarde na vida, e junta com pedaços do que escreveram em jovens para criar este mundo fantástico ao qual podem aceder. É uma introdução gira para quem não os conhece ou lhes conhece os livros, mas também pode agradar a quem com eles está familiarizado, ao encontrar tais detalhes.

A maneira como a Charlotte cria os seus personagens não é a mesma da Emily, tal como a Anne é bastante diferente; até o Branwell tem o seu tipo de escrita, apesar de não termos livros escritos por ele em adulto. Gostei que a caracterização fosse relativamente detalhada e pudéssemos ver claramente as personalidades de cada um, os conflitos entre irmãos, por exemplo - como os mais velhos se colocavam à parte para proteger as mais novas, e como elas se sentiam excluídas como resultado.

O mundo fantástico, aquele em que os personagens que escrevem vivem, fascinou-me. Gostei mesmo de descobrir como foi criado, quais são as suas regras - um personagem que morre não pode ressuscitar, por exemplo. É um mundo estranhamente vívido, mas que encaixa bastante bem na realidade. Está à parte mas não destoa.

Acho que a maneira como as coisas funcionam no mundo fantástico faz um argumento fantástico acerca de como escrever uma história funciona. Como os Brontë controlam as cenas quando lá estão, o que existe e não existe conforme a sua presença, a vida que os personagens tomam e quão estranho se torna vê-los controlá-los. A vida própria que os personagens tomam e o modo como as coisas se tornam descontroladas e os "criadores" já não têm mão nelas.

E por fim, gostei do tom da história. Tanto as partes mais fantásticas do outro mundo, cheias de vivacidade e maravilhamento; como a vida mais espartana e algo tristonha dos Brontë. A morte trágica das duas irmãs mais velhas, a ausência de mãe por uma morte prematura; tudo isso tem peso na maneira como esta família funciona. É tão interessante que o reverendo Brontë acreditasse em dar uma educação às filhas, alimentar-lhes os interesses; mas é tão triste que tenha vivido para ver todos os filhos morrer, todos demasiado jovens.

Páginas: 352

Editora: HarperCollins

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Da Vinci's Tiger, L.M. Elliott


Opinião: Que livrinho interessante. A sua história decorre no período renascentista, em Florença, Itália, quando os Medici estavam no poder. A sua protagonista é Ginevra de' Benci, uma jovem que veio a ser retratada por Leonardo Da Vinci numa pintura que chegou aos dias de hoje; e a autora aproveita estas circunstâncias para nos revelar uma época riquíssima.

E, no entanto, não é um livro apaixonante. (Tenho de me livrar das minhas queixas primeiro.) Pode ser muito bom em tudo o resto (e já vou discorrer em como é bom em tudo o resto), mas falta-lhe um bocadinho assim. A protagonista tem uma viagem emocional ao longo da história, mas nunca a senti, nunca me relacionei com ela, nunca me senti profundamente enredada.

Custa-me um pouco não poder sentir isso com um livro e um personagem; gosto muito de livros com um excelente trabalho na caracterização de personagens, e isso não é propriamente o foco aqui, com a protagonista ou personagens secundários.

Tudo o resto, no entanto? Brilhante. Vê-se que a autora gosta da época, e fez pesquisa exaustiva sobre ela, porque está tudo descrito com um detalhe impressionante; tudo é contextualizado adequadamente para quem não conheça a época, e ao mesmo tempo não me parece simplificado ou escrito de modo a tratar o leitor como burro.

Apreciei tanto conhecer Florença naqueles tempos, compreender a intriga política naquele momento em particular (o livro ocorre antes e depois da morte de Giuliano de' Medici); acompanhar as morais altamente guiadas pela religião, e ao mesmo tempo, entender os princípios que guiavam a criação artística (o conceito de amor platónico é fascinante no modo como guia as elites intelectuais, e ao mesmo tempo como parece chocar/se opor um pouco à moral vigente).

E no meio disto tudo, move-se Ginevra. O livro é inteiramente ficcional, apenas uma sugestão do que poderá ter sido, mas gere os factos, os acontecimentos que se sabe ter acontecido, bastante bem, e constrói uma possível história para a Ginevra ao longo de alguns anos.

Até apreciei a perspectiva da Ginevra. É no início um pouco ingénua, mas tem uma boa personalidade, bem firme, mantendo os seus princípios, e gosto dela por isso. Não se deixa corromper, e é muito interessada nos seus esforços intelectuais, e nas tendências artísticas da época.

Leonardo da Vinci aparece, claro, é o artista por trás do retrato que sobreviveu até hoje, e vemos uma fatia da sua vida, ainda um artista jovem a estabelecer-se, e da relação que possivelmente poderia ter tido com a sua retratada.

Ainda houve um outro aspecto que apreciei na história da Ginevra, e é que é o tom feminista subjacente. Ela tenta gerir a sua vida, os seus afectos e os seus interesses num mundo de homens que estão prontos para lhe ditar tudo e nada, usá-la como um objecto de adoração artística, mas nunca um par, um igual com capacidade intelectual.

É bastante curioso ver a questão do casamento da Ginevra com um homem duas vezes mais velho, um casamento com objectivo apenas de avançar social e politicamente a sua família; e ainda mais interessante assim que a Ginevra deduz um certo facto sobre o marido, que não procura intimidade com ela.

E no fim, a Ginevra é decepcionada, e não muito bem tratada pelos que a rodeiam, mas apreciei a maneira como ela lidou com a situação. Livrou-se dum momento complicado, e conseguiu gerir o resto da sua vida de acordo com a sua vontade. Não sei quanto é verdade ou não, mas conforta-me esse final.

Acho que recomendaria este livro principalmente pelo retrato que faz da época, que é extraordinariamente detalhado e completo, e pelo percurso que a autora dá a Ginevra, que é cativante o suficiente, pelas circunstâncias. (Apesar de não ser um livro apaixonante, mas não conto isso como um contra particularmente significativo.)

Páginas: 304

Editora: Katherine Tegen Books (HarperCollins)

domingo, 24 de janeiro de 2016

Yup, a segunda caixa do Owlcrate já chegou

Estou tão feliz, tão bem impressionada: desta vez, e sem época de festas pelo meio, o Owlcrate chegou numa semana. Sou capaz de ter caído para o lado. Pelo conteúdo, e pela rapidez. Ena pá, o que eu costumo sofrer para receber encomendas, e depois aparecem-me estes tipos, a fazer tudo muito rapidinho e bem gerido (até agora)... ainda fico mal habituada. (Mas pelo menos os portes puxados estão a ser bem justificados.)

Ora bem, quanto ao conteúdo da caixa, desta vez temos:


O livro do mês é Worlds of Ink and Shadow, de Lena Coakley. (O tema do mês era Magic.) O que sei do livro é que é sobre os irmãos Brontë, que criam um mundo mágico com as suas imaginações. Gosto da escolha, provavelmente não seria coisa em que pegasse imediatamente, porque ando a focar-me nas séries e autores que já sigo, e não em novidades completas; e a combinação de um tema literário com fantasia atrai-me.

Esta edição que vemos é a canadiana (os criadores do Owlcrate são do Canadá), e não a dos EUA, o que até é um ponto a favor. Gosto muito mais desta capa. Para fazer par com a escolha do livro, temos uma nota escrita pela autora a falar do livro. (Tive alguma dificuldade em decifrar certas partes, honestamente, a autora tem uma letra... complicada. Também, diz o roto ao nu, não é...)


A segunda coisa que faz conjunto com o livro é esta bonequinha de papel com vestidos para trocar. Adorava estas cenas quando era miúda, por isso é uma surpresa gira, apesar de não me estar a ver a cortar isto do papel agora. Teria demasiado receio de estragar logo.


Temos aqui uma impressão em cartão, com um design giríssimo, e com uma citação de um dos meus favoritos, Throne of Glass. Adorei, foi coisa para me deixar animada para o mês todo, só por ser algo temático da série. Ao lado, um marcador da série Raven Cycle da Maggie Stiefvater. (Ambos criados pela Evie do Bookish Lifestyle; tem loja no society6.) Além disso, temos ali o cartão de apresentação da caixa.


Mais à direita, o outro lado do cartão de apresentação dos conteúdos da caixa. E à esquerda desse, o outro lado do marcador do Raven Cycle. (Este lado é lindíssimo.) A seguir, um lip balm da loja Geek Fire Labs no Etsy, o Patronus Lip Balm, subordinado (óbvio) ao tema Harry Potter. É de menta e chocolate e cheira mesmo bem.

Ainda temos aqui um cartão que permite um desconto num e-book da Robin McKinley, A Knot in the Grain and Other Stories, que parece ser um livro de contos. (Bem que podia ser mesmo oferta do livro, tendo em conta que já não há edições em papel do mesmo, e é um já antigo dela, 3,99$ já com desconto parece ainda assim caro.)


E por fim, a pièce de résistance, o item mais excitante da caixa, um Funko POP! também do tema Harry Potter, o que já tinha sido sugerido na caixa anterior - a imagem do cartão de apresentação tinha escondido um bonequinho destes. Sou capaz de ter guinchado um bocadinho de excitação ao ver o Dumbledore, foi uma óptima surpresa. Creio que toda a gente recebeu um diferente entre 5, pelo que vi eram entre este, o Ron, a Hermione, o Snape, e o Harry, claro.

E pronto, agora só no próximo mês. Não pode acontecer sempre receber duas caixas com duas semanas de diferença. (A culpa é do Natal. É sempre do Natal, lol.) Receber esta caixa foi uma surpresa ainda melhor que a anterior; subscrevi este serviço porque queria ser surpreendida com as escolhas de livros, mas também porque queria muito ser surpreendida com os items livrescos que viessem na encomenda.

Até agora, não saí nada desapontada, e como disse, ainda gostei mais desta caixa que da anterior, muito por culpa do Dumbledore, e da impressão da citação da Sarah J. Maas. Ao menos este pessoal tem gostos que vão de encontro aos meus, e isso anima-me. Quero continuar a ver que surpresas têm eles para nós.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Owlcrate e a minha primeira experiência com uma subscrição literária


Há uns tempos que andava com vontade de experimentar uma destas caixas de subscrição. Há-as de todos os tipos, dedicadas a diferentes produtos, e com variadas frequências de envio; no meu caso, sabia que haveria de ser uma subscrição literária, dedicada a livros, a minha paixão de sempre, e aquelas que descobri eram quase todas de livros YA, o que foi ouro sobre azul. Depois disso, o facto de enviarem internacionalmente era importante, claro; e o que soubesse sobre as caixas anteriores da subscrição, sobre o seu conteúdo, pesaria na escolha.

Como é óbvio, a escolha recaiu na Owlcrate. Eles enviam para fora, e apesar de os portes serem um pouco pesados, o conteúdo das caixas anteriores deles pareceu-me variado e de qualidade/quantidade suficiente para justificar o investimento.

A minha primeira caixa corresponde a Dezembro. Foi enviada por volta de dia 18 de Dezembro, uma Sexta-feira, e chegou-me dia 4 de Janeiro, uma Segunda. Um pouco mais que duas semanas, e descontando os feriados das festas, até podia ser menos. (O que me faz lembrar, a caixa de Janeiro já foi enviada. É capaz de chegar na minha semana de férias. Raios.)

Estão a ver isto, Book Depository? Uma encomenda que é enviada do outro lado do Atlântico, e leva o mesmo tempo que as vossas encomendas a chegar-me, apesar de ter de percorrer uma distância quatro vezes maior. E no meio da época das festas, ainda por cima. Estou terrivelmente impressionada.

Ora bem, vamos às coisas que me chegaram nesta caixa:


O livro do mês foi Da Vinci's Tiger, de L.M. Elliott, subordinado ao tema do mês, Get Inspired. Uma boa escolha, porque por mim, sozinha, não lhe teria pegado. Estava ciente dele, tinha ouvido falar, mas não lhe daria prioridade, porque com tanta coisa a chamar-me a atenção, não houve nada que mo destacasse. Acho que isto até é um ponto a favor da subscrição, porque imagino que me vá pôr a ler coisas que de outra maneira não encontraria nas minhas mãos. Com o livro, veio um conjunto de ímanes com palavras e a capa do livro.


Próxima coisa: uma miniatura das velas de Frostbeard Studio (não é o tamanho das velas à venda no site, é uma amostra). O cheiro é Reading at the Cafe, um cheiro a café e chocolate, combinação que normalmente não me atrai, mas bolas, o raio da vela cheira brutalmente bem.


Um bloco de notas em jeito de To Do List, da loja boygirlparty, da artista Suzie Ghahremani. O bloquinho é adorável, mesmo a jeito para o meu recém-reencontrado amor por coisas de papelaria e agendas. Há uma série de coisas lindas na loja, e por isso já fico contente por a Owlcrate ma ter dado a conhecer. Sou péssima a pesquisar e encontrar estas coisas.


Um íman do Principezinho, da loja Etsy de Sandra Vargas. (Mais uma espécie de cartão de visita da loja e da artista, tão giro.) O Principezinho não é propriamente a minha coisa, mas a arte é bem gira, e já andei a espreitar e a deliciar-me com os items da loja. De novo, fico contente por ficar a conhecer.


Um mini diário de leituras. É da mesma editora do Reading Journal que usei em 2011, só que um pouquinho mais pequeno. Sou capaz de o ter espreitado quando adquiri o outro, e por isso foi uma bela surpresa. Só que agora tenho demasiado receio de o usar. Tem espaços para comentar livros, mas não para tudo o que leio durante o ano, e assim vou ter de me guardar para os melhores livros. Juntando a isso, tem espaços para fazer listas de livros que nos marcaram, o que é sempre engraçado.


Um cartão criado pelos responsáveis pela Owlcrate, a apresentar o conteúdo da caixa. A ilustração do lado apresentado à esquerda é tão fofa, e creio que dá uma pista para o conteúdo da caixa de Janeiro.

Em suma: é uma caixa de subscrição gira, e das de livros que vejo por aí, é das que sei que não me arrependeria de encomendar. Tem variedade e quantidade suficiente para encher o olho e fazer sentir que uma pessoa recebe algo equivalente ao que gastou. Fiz um cálculo por alto e o conjunto de coisas vale um pouco menos que o que gastei, mas podemos atribuir o resto para portes. Nunca conseguiria encomendar das lojas respectivas e gastar tão pouco.

É claro que se os portes não fossem tão altos, receber a caixa seria ainda mais delicioso, mas também não me posso queixar, exactamente. A encomenda chegou muito rapidamente, bem mais depressa que esperava, e bem tratadinha, sem abanões, o que me deixou muito bem impressionada.

Posso dizer que gostei bastante de receber os itens da caixa, porque se reuniu um conjunto de coisinhas bem fofas, bastante temáticas e adequadas aos temas literários, e é o tipo de coisas que me vejo a usar, o que é um bónus. (Bem, são demasiado giras, o que me dá alguma relutância em usá-las. Mas são definitivamente o meu estilo.)

E por enquanto, tenciono continuar a receber a caixa. Não sei se me vejo a recebê-la para sempre, porque ainda é um pouco cara, mas no geral não sinto que não tenha recebido aquilo por que paguei. Fico entusiasmada para a próxima caixa e para o próximo livro, porque calculo que vão ser uma boa surpresa.