domingo, 23 de fevereiro de 2014

Curtíssimas nada curtas: Radiant, Inside Divergent: The Initiate's World, Fracture Me

Radiant, Cynthia Hand
Há tanto tempo que li o último livro desta autora e série (obrigada por me deixarem pendurada tanto tempo, Saída de Emergência) que até tenho medo de não me lembrar de nada. Mas tenho confiança que mal comece o Boundless me vá relembrando dos pormenores (a maior parte das sequelas faz um bom trabalho em relembrar o leitor). E este Radiant já dá um empurrãozinho na direcção correcta.

A história passa-se cronologicamente entre o segundo e terceiro livros da série e apresenta o Verão de Clara e Angela, passado em Itália, a ver as vistas. (E não só.) E lendo este conto/novela, tenho a sensação de que está a preparar em grande o que vai acontecer no terceiro livro, apesar de superficialmente os acontecimentos parecerem ser de pouca importância... Gostei dele por causa disso, apesar da personagem em destaque me ter irritado deveras.

Não gostei da Angela. Acho que ao longo dos livros tenho-lhe sido indiferente, achando-a talvez bastante intensa. Mas aqui... céus, que miúda tão "eu, eu, eu. Eu, eu, eu, e eu. E ainda mais eu". Que falta de paciência para aturar personagens tão egocêntricas. Quer que a Clara lhe conte tudo o que se passa com ela em assuntos angélicos, mas depois esconde da Clara o que lhe acontece a ela própria. É tão pouco amiga da Clara, ao revelar coisas que não são dela para revelar. E, no fim... consigo compreender até certo ponto o seu desagrado com a interferência da Clara, mas até àquela altura foi tão egoísta e naquele momento insiste tanto na sua cegueira que, estou a ver, vai-se queimar. E não vou ter pena nenhuma.

Um livrinho pequeno e giro de introdução ao mundo de Divergent, o livro de Veronica Roth adaptado ao cinema, com filme prestes a estrear. Lê-se muito rapidamente e apresenta vários aspectos do mundo - as facções, as escolhas, os processos de iniciação; e até tem algumas fichas de personagens, para apresentar os jogadores mais importantes da trama.

O mais importante do livro, para mim, são as fotos: permitem apresentar pedaços do mundo, dos personagens e dos locais, e dar um cheirinho do que nos espera, como espectadores do filme. Duas coisas que me surpreenderam: um, os locais dos Dauntless parecem tão estéreis. Da maneira como a Tris descreve as coisas, achei que a base dos Dauntless fosse mais viva. Menos preto, branco e cinzento e mais laranja forte e castanho... menos cores mortas e mais cores vivas. Afinal há um gosto pelos pequenos prazeres da vida nalgumas coisas que os Dauntless fazem.

Dois, as roupas das facções. Imaginava os Amity com um vermelho e amarelo mais vivos, mas tendo em conta o seu modo de vida, até faz sentido que as cores sejam mais desmaiadas. Não devem usar corantes muito fortes. Os Erudite imaginava-os com um azul mais fraco, mas as suas roupas são tão vibrantes. Até gosto. Mas as roupas dos Candor! Fabuloso ver um mar de gente com roupas em preto e branco. Lindas, mesmo. (E sim, passei um parágrafo inteiro a falar de roupa. Sue me.)

Fracture Me, Tahereh Mafi
Basicamente este conto/novela entrega o jogo no que toca a triângulos amorosos e afins, porque depois disto não estou a ver como é que ela vai voltar atrás e mudar o que lemos. Mas, ei, já me tenho enganado em relação a esta série, portanto reservo o meu julgamento para depois de ler o terceiro livro.

Contado do ponto de vista do Adam, mostra-nos como viveu a parte final do Unravel Me, o segundo livro da série. É bom ver, finalmente, como é que ele pensa. O rapaz sempre me pareceu um bocado choninhas, mas aqui dá para perceber onde é que as prioridades dele estão. Prioridades louváveis, sem dúvida, mas não passam pela Juliette, e até que é um alívio. Os dois sempre me pareceram demasiado insta-love e dramáticos para o meu gosto...

Não gosto mesmo é da maneira como ele vê a Juliette. Sempre a pensar nela como frágil, incapaz. É tão degradante. Além de que tem uma imagem idealizada dela, e não sei se vê a Juliette verdadeira, a miúda meio louca, meio perigosa, com alma de poeta e espírito de destruição... tenho a sensação que ele sufocaria mais a Juliette do que a deixaria ser ela própria.

Dito isto, e pensando no outro lado do triângulo... Medo. Por um lado não era assim tão mau se o Warner e a Juliette se juntassem, porque como diz o ditado, só se estragava uma casa, e os dois são tão chanfrados da cabeça que até pode resultar. Por outro lado, pensar neles juntos só me dá vontade de marcar consulta no psiquiatra mais próximo para os dois. Ambos têm demasiados problemas pessoais para estarem saudavelmente com uma pessoa, e temo que juntos só alimentassem as neuroses um do outro.

Sei lá, tudo depende da maneira como a Tahereh escreveu o terceiro livro. Ela é que está ao leme, e vou confiar nela. Ainda assim, mantenho-me firmemente Team Juliette. A rapariga devia era terminar a história sozinha, lidar com os seus demónios em paz, à parte do drama amoroso. E vá, sou Team Kenji. Não para o juntar com a Juliette, credo, que não têm nada a ver, mas porque como personagem secundário é demasiado fixe e merece ser o protagonista da sua própria história.

A edição que li é a do Unite Me, que reúne esta novela e a anterior (Destroy Me) num só livro. Inclui ainda um bónus, o diário da Juliette que o Warner lê obsessivamente no Destroy Me. Já conheço a autora e o seu estilo, por isso foi uma leitura rápida mas cativante que mergulha na cabeça da Juliette naqueles meses de clausura.

2 comentários:

  1. Nossa adorei a resenha eu estou louca pra ver como essa estória vai terminar e você tem razão ela combina com o Warner e eu amei o que você falou ´´a miúda meio louca, meio perigosa, com alma de poeta e espírito de destruição... `` rsrs muito bom.
    Meu mundo particular

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    1. Obrigada! :D Também estou mesmo curiosa para ver o que a Tahereh tem preparado para nós, de certeza que vai ser fabuloso! ;)

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