Sinopse: Tem nas suas mãos aquele que é considerado o melhor romance de ficção científica de sempre. Uma obra que arrebatou a crítica com o estilo poderoso de Frank Herbert e conquistou milhões de leitores com a sua imaginação prodigiosa. Prepare-se para uma viagem que nunca irá esquecer, até um longínquo planeta chamado Arrakis...
O Duque Atreides é enviado para governar o planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Coberto por areia e montanhas, parece o local mais miserável do Império. Mas as aparências enganam: apenas em Arrakis se encontra a especiaria, uma droga imensamente valiosa e sem a qual o Império se desmoronará.
O Duque sabe que a sua posição em Duna é invejada pelos seus inimigos, mas nem a cautela o salvará. E quando o pior acontece caberá ao seu filho, Paul Atreides, vingar-se da conspiração contra a sua família e refugiar-se no deserto para se tornar no misterioso homem de nome Muad'Dib.
Mas Paul é muito mais do que o herdeiro da Casa Atreides. Ao viver no deserto entre o povo Fremen, ele tornar-se-á não apenas no líder, mas num messias, libertando o imenso poder que Duna abriga numa guerra que irá ter repercussões em todo o Império...
Opinião: Nem sei bem o que dizer. Este é um livro que eu estou há uns bons 5 ou 6 anos para ler, mas que por não haver edição decente nem eu estar disponível para o ler em inglês, tem ficado em stand-by. É um livro épico, mas emocionante, científico mas com uma reflexão sobre o papel das profecias e misticismo, passando-se no futuro mas reflectindo alguns aspectos do passado.
O planeta que dá nome ao livro, Arrakis, conhecido como Duna, é também um personagem principal do livro. Coberto de desertos inclementes, é descrito pelo autor com atenção a pormenores incríveis, a ecologia, o clima, os animais e plantas que nele habitam, ... Acaba por ser muito importante na acção e na definição de muitos personagens. É também onde se produz a especiaria melange (cuja produção está devidamente integrada no ecossistema de Arrakis), muito importante na economia do universo de Duna.
O livro começa com a mudança da família Atreides para o planeta para tomar o feudo anteriormente detido pela família Harkonnen. Mas quando está em jogo um produto muito valioso, a intriga desenvolve-se de modo a que o que puder correr mal, vai correr mal. Paul e a sua mãe Jessica são forçados a refugiarem-se junto dum povo nómada que vive nos desertos, os fremen, com uma espantosa adaptação à vida no deserto. Paul acaba por ser identificado pelos fremen com um messias há muito esperado, integrando-se na sua sociedade completamente. Por outro lado, Paul é produto de um projecto de engenharia e selecção genética que visava criar um ser presciente, e as suas capacidades desenvolvem-se em completo durante a sua estada no deserto. Paul debater-se-à com aquilo que é capaz de fazer e com o que vê no futuro para si.
Muitas personagens destacam-se no enredo (Paul, o Duque Leto, a Dama Jessica, Alia, Chani, Stilgar, ...) mas para mim o que se destacou mais foi a complexidade do mundo criado e do enredo. Não deve ser fácil controlar tantos factores numa história destas, mas Herbert fá-lo muito bem. O universo de Duna contém aspectos futuristas, como viagens interplanetárias, naves espaciais e fatos destilatórios (usados no deserto para reaproveitar a humidade perdida pelo corpo); e aspectos do passado, como lutas de espadas e uma sociedade feudal hierarquizada. Um factor importante é a atenção que o escritor chama para coisas que nos parecem triviais e sempre presentes, como a água - a descrição da sua importância entre o povo do deserto, os fremen, é espectacular.
Sendo descrito como ficção científica, não é recomendado apenas aos fãs da mesma. Recomendo a qualquer pessoa que tenha a oportunidade de ler, porque é uma leitura muito boa e interessante.
Título original: Dune (1965)
Páginas: 576
Editora: Saída de Emergência
Tradutor: Jorge Candeias
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