terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Ilha das Três Irmãs de Nora Roberts

Sinopse: Quando Nell Channing chega à acolhedora Ilha das Três Irmãs, acredita que finalmente encontrou um refúgio do seu marido violento... e da vida horrível que levara nos últimos anos. Mas mesmo nesse lugar calmo e distante, Nell nunca se sente inteiramente à vontade.

Escondendo cuidadosamente a sua verdadeira identidade, aceita um lugar como cozinheira num café e começa a explorar os seus sentimentos pelo simpático xerife da ilha. Mas há uma parte de si que ela nunca lhe poderá revelar, pois tem de guardar alguns segredos se quer manter o passado longe de si. Uma palavra a mais... e a sua nova vida tão cuidadosamente montada pode despedaçar-se.

E quando Nell começa a questionar-se se alguma vez será capaz de se libertar do seu medo, apercebe-se de que a ilha sofre de uma terrível maldição que só pode ser desfeita pelas descendentes das Três Irmãs: as bruxas que se instalaram na ilha em 1692. Então, com a ajuda de outras duas mulheres talentosas e determinadas – e com os pesadelos do passado a atormentarem-na constantemente – ela tem que encontrar a força para salvar o seu lar, o seu amor e a sua vida.

Opinião: Não sou muito fã de Nora Roberts, pois tenho a impressão de que quem publica tanto como ela deve seguir uma espécie de fórmula para os seus romances. No entanto, dou o braço a torcer, e descobri qualidades redentoras nesta narrativa de uma mulher à procura de paz e liberdade de um marido abusador. Os sentimentos de puro terror desta personagem em relação ao marido parecem-me realistas; e a descrição do marido em si, com algumas partes dos capítulos finais sob o seu ponto de vista, está bem feita - ao entrarmos nos pensamentos deste personagem só conseguimos pensar "bolas, que idiota", não só pelos seus pensamentos em relação à personagem principal como em relação ao que o rodeia em geral.

A parte do romance acaba por sair menos destacada, ou não ter tanto relevo como estava à espera, em favor da caracterização das personagens. Os capítulos finais também conseguem manter bem o suspense em volta do encontro com o antagonista (o marido), mas a resolução da situação pareceu um bocado murcha. Outras cenas também beneficiariam de um pouco mais de trabalho - as cenas de sexo parecem fracas e um bocado confusas, e a maneira como a personagem principal consegue cozinhar comida em 3 ou 4 horas para servir num café, o dia inteiro, para tanta gente, parece-me absolutamente irrealista.

Destaque ainda para o grafismo do livro, a capa está muito gira, e gosto muito dos desenhos nas páginas de título e no início de cada capítulo.

Em suma, um bom romance para passar o tempo, mas acho que não vou repetir a dose tão cedo, para não me sentir cansada da fórmula e escrita da autora.

Título original: Dance Upon the Air (2001)

Páginas: 304

Editora: Chá das Cinco

Tradutor: Henrique Cavaleiro

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