quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Rainha no Palácio das Correntes de Ar, Stieg Larsson


Opinião: Este livro foi deveras excitante de ler, o que é um pouco estranho de dizer, admito, especialmente tendo em conta que o estilo do autor é caracterizado por um ritmo lento, muita descrição minuciosa de personagens e suas acções, e pouca acção. Mas há qualquer coisa na maneira como ele escreve que consegue que até uma dissertação sobre "porque é que a Suécia precisa de ter um Tribunal Constitucional" se torne interessante. O autor tem uma maneira muito clara de se exprimir e desenvolver os temas que quer apresentar ao leitor, e consegue apresentá-los de forma a cativá-lo. (A não ser que embale numa enumeração do catálogo da IKEA. Aí perde-me completamente.)

Desta vez, a conspiração contra Lisbeth Salander desenrola-se à frente dos nossos olhos e fica muito clara a resposta às perguntas "quem, como e porquê?". Os conspiradores são revelados logo no início, mas é fascinante ver este grupo a juntar-se para esconder as asneiras que fizeram no passado com mais asneiras no presente; a pressão de grupo vai escalando, e fazem coisas cada vez mais perigosas e ilegais para esconder uma coisa quase insignificante, em comparação. O autor complementa isto com informações sobre a formação deste grupo, o seu objectivo original, e a história de alguns dos intervenientes. E podia ser aborrecido, ah se podia, mas consegue manter o interesse, e agradou-me saber tudo o que podia sobre estes indivíduos e as suas motivações.

Digo que o livro foi excitante porque, apesar de todas as movimentações de bastidores, é fabuloso ver o que ambos os lados fazem para sabotar o outro. Faltavam umas 150 páginas para o fim e eu estava toda feliz da vida a rir-me dos "conspiradores", porque se começava a vislumbrar o que a "Team Salander" tinha preparado e era grandioso. Depois de tanta injustiça foi bom ver alguém a mexer-se para corrigir as coisas. E já agora, a cena do tribunal foi fabulosa. Ver a Annika desmontar a rede de palermices que se tinham dito e escrito acerca da Lisbeth... (E dar uma lição ao doutor Teleborian. Tipo palerminha e nojento.)

Hoje vai ser uma opinião curta, curtinha. Li o livro há umas duas semanas, e os parágrafos acima têm um pouco menos de tempo. Falei do que apreciei no livro no geral, e a partir daqui falaria de pormenores, mas passado este tempo todo, sinto que não é tão relevante embarcar por aí. Deixo apenas uma nota final sobre o quanto esta série me agradou e cativou, e o quanto me diverti a lê-la. É uma pena que não seja possível ler mais livros do autor.

Título original: Luftslotter som sprängdes (2007)

Páginas: 732

Editora: Bis

Tradução: Mário Dias Correia (a partir do inglês)

1 comentário:

  1. Olá,

    Sem duvida uma trilogia que vale bem a pena ser lida, ninguem fica indiferente :)

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