terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Curtas: BD

X-Men: Battle of the Atom, Jason Aaron, Brian Michael Bendis, Brian Wood, Chris Bachalo, Giuseppe Camuncoli, Frank Cho, Stuart Immonen, David López, Esad Ribić
Para um evento que foi espalhado por 5 revistas diferentes dos X-Men durante 2 meses, a história é bastante coesa, sem se engasgar, e corre muito bem. Fiquei com a sensação que toda a coisa foi minimamente planeada.

Battle of the Atom lida com a questão de os X-Men Originais ainda se manterem no presente; e para resolver isso, alguns X-Men do futuro viajam até ao presente para corrigir a situação. Para uma história com tanta acção e reviravolta, o status quo não muda tanto como esperava, mas muda o suficiente para me manter curiosa. A Kitty mudar de poiso depois de tanta crítica ao Scott vai ser uma coisa interessante.

Parte da piada da história é os personagens encontrarem-se com versões mais antigas ou mais recentes de si mesmos e confrontarem-se com as mudanças que foram operadas: certos personagens chegam a ter 4 (!) versões de si mesmos no mesmo local. Achei terrivelmente divertido conhecer os vários Bobbys/Homens de Gelo, e as piadinhas que iam largando ao longo da história; e também ver o Quentin Quire, enfant terrible extraordinaire, aperceber-se que o seu eu futuro é capaz de ser o seu maior pesadelo. Oh, e as reacções da Maria Hill a cada vez que descobria mais uma asneira/coisa perigosa que os X-Men tinham feito foram hilariantes.

Acho que os escritores podem ter sido um pouco subtis a mais em certos aspectos (a razão da Jean mais nova aceitar voltar ao seu tempo é daqueles momentos blink and you'll miss it), e deixaram umas pontas soltas que gostaria de ver exploradas, mas no geral fiquei satisfeita, excepto num ponto: não posso uma vez na minha vida ver a Emma dar um enxerto de porrada psíquica à Jean? Nem quando tem três clones dela e uma Jean mais nova a ajudá-la? E quando depois a Jean mais nova consegue fazer o trabalho sozinha, por isso a Jean mais velha não era assim tão poderosa como isso? Bah, este endeusamento da Jean Grey é boring.

Wolverine and the X-Men: Alpha & Omega, Brian Wood, Mark Brooks, Roland Boschi
Ok, o Quentin Quire é daqueles personagens que anda a arranjar sarilhos desde que apareceu pela primeira vez, muitas vezes saindo incólume e sem um pingo de arrependimento. Mas é por isso que é um personagem tão divertido de seguir. Serve como uma representação da adolescência, todo ele arrogância, revolta e anti-sistema. E é por isso que é tão engraçado ver futuros Quentins em futuros alternativos, todos eles  bastante mais responsáveis e razoáveis. É interessante pensar no percurso que o leva a mudar de atitude.

Bem, aqui o objectivo não é de todo esse. Aborrecido e com vontade de executar uma vingançazinha contra o Wolverine, o Quentin cria um mundo virtual alternativo quase perfeito, e nele fecha a psique do Logan e da mutante Armadura/Armor, ou Hisako. Só que o Quentin distrai-se por um bocadinho, e as coisas correm mal, e quando dá por ele o mundo virtual tornou-se independente e ganhou um tipo de inteligência artificial.

Gostei bastante do design do mundo artificial. Os artistas envolvidos eram diferentes dos do mundo real, e criaram um mundo bem cativante visualmente. Além disso, achei muito interessante a sua concepção: lembrou-me um dos mundos sonhados no filme Inception na maneira como funcionava.

No fim de contas, acho que o Quentin devia ter sido mais castigado do que foi, se bem que ele também sofreu um bocadinho no mundo virtual. Mas o rapaz faz asneira atrás de asneira, apesar de todo aquele poder, e nunca mais aprende.

New X-Men v. 7: Here Comes Tomorrow, Grant Morrison, Marc Silvestri
Era uma vez, aquela altura em que a Devir editava muita banda desenhada e vendia nos quiosques, e eu comprava o que encontrava na papelaria da minha terra. Nessa altura, li quase toda a passagem de Grant Morrison por este título dos X-Men, menos este livro, que nunca foi editado, creio eu. E foi por isso que agarrei esta oportunidade para lhe dar uma olhadela.

Acho que tinha aproveitado muito mais se pudesse ter lido este livro na altura em que li os outros. Há coisas que de certeza me escaparam, mas também houve muita coisa que reconheci dessa série, pequenos pormenores que fazem parte da sua "mitologia" particular. E foi mesmo satisfatório encontrar esses detalhes.

A história em si podia estar apresentada dum modo menos confuso, acho que leva um bocadito a estabelecer este futuro quase distópico, e é difícil acompanhar a história enquanto não nos é explicado como é que este mundo veio a acontecer. Por outro lado, aquilo que é revelado é intrigante, fiquei bastante interessada quando reconheci algumas caras da série, e acrescenta mais um pouco à mitologia da Fènix.

O fim é algo anti-climático, ou melhor, não passa tempo suficiente no presente para estabelecer as mudanças que se virão a efectuar, e depois quando acontecem parecem um pouco abruptas. Mas aqui é bem provável que seja mais porque não tenho bem presentes os acontecimentos anteriores de New X-Men. A arte agradou-me, particularmente no design da Fénix.

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