segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Balanço dos meus desafios de leitura de 2014

Chega agora a altura de avaliar os desafios de leitura a que me propus durante o ano de 2014. São desafios pessoais a que me propus, para me incitar (ou lembrar) a mim própria a ler determinados géneros, e vou avaliar cada desafio, considerando se estou satisfeita com as minhas leituras em cada um. É possível que o post seja longo.

YA/NA Contemporâneo

Livros lidos:
Acabei por alargar um pouco o âmbito deste desafio, que era originalmente só YA contemporâneo. Já o ano passado o tinha feito, mas este ano introduzi oficialmente o NA no nome. Dei-me conta que ultimamente tenho orbitado bastante também à volta do New Adult, para uma faixa etária ligeiramente mais elevada que Young Adult, e que valia a pena reconhecer isso.

Na minha cabeça são faixas etárias bastante ligadas, porque apesar do foco ser um pouco diferente, são ambas sobre uma idade crucial e com desafios muito próprios que passam pelo crescimento e desenvolvimento do protagonista. Tenho-me divertido bastante com ambas, e encontrado bons livros, definitivamente. Quanto a livros lidos, li 35 livros, contra os 13 livros do ano passado, por isso diria que definitivamente é um sucesso no que toca a dedicar-me mais ao género contemporâneo.

YA Fantasia Épica

Livros lidos: 
Gosto muito de fantasia épica, e tenho encontrado coisas fabulosas no género, dentro da faixa etária YA (tosse*Sarah J. Maas*tosse*). Portanto, é um desafio que faço com gosto, apesar de não ser um com muito peso nas minhas leituras.

Desta vez não incluí a Robin LaFevers nem a Juliet Marillier porque honestamente nunca sei onde meter os livros delas - este ano decidi-me a colocá-las debaixo do grande guarda-chuva da ficção histórica, porque me parecem mais fantasia histórica que outra coisa. Se tivesse excluído as duas autoras da minha lista o ano passado, teria 8 livros, como este ano, por isso diria que o peso do género manteve-se igual.

Ficção Histórica

Livros lidos:
Este ano alarguei o âmbito do desafio, que era originalmente só YA, para toda a ficção histórica, seja que em faixa etária for. Nesse espírito, incluí todos os tipos de livros que retratem um cenário histórico de modo satisfatório e cuja importância seja definitiva para a narrativa.

Temos ficção histórica realista (notação: H), romance histórico ou de época (notação: RE), fantasia histórica (notação: FH), quando a história contém elementos fantásticos, mas uma base histórica real, e até algo a que vou chamar retelling histórico (notação: RH), uma categoria que inventei para os livros da A.C. Gaughen.

Por um lado podiam ser ficção histórica, porque ela descreve detalhadamente um período muito específico da história, mas ao mesmo tempo está a recontar uma lenda dum personagem ficcional (Robin Hood), por isso não me parece que faça muito sentido pô-la na ficção histórica realista.

De qualquer modo, a classificação por géneros tem o peso que lhe damos, nem mais, nem menos, e às vezes inventamos tanto nos géneros que se tornam artificiais, por isso não vou perder sono por isto. Não é algo assim tão significativo.

No total, tenho aqui 20 livros, que é bem mais que no ano passado (10 livros), o que se explica possivelmente pelo alargar do desafio. Considero-me satisfeita com o que li, e quero continuar para o ano.

Steampunk

Livros lidos:
  •  
Pois... não li nada. Nem livros que tivesse na estante, nem livros da wishlist, nada. Este foi um desafio que mantive da altura em que participava em desafios organizados por blogues, e como gosto do estilo, estética e género steampunk, achei que valia a pena continuar com ele, apesar de claramente nâo ter grande preponderância nas minhas leituras. O resultado é que vou deixar de fazê-lo, porque não vale a pena insistir. Se ler, boa, fico contente, se não, tudo bem na mesma.

Distopia/Pós-Apocalíptico

Livros lidos:
Ok, estou um bocado saturada do género, principalmente das distopias. Entre este e o ano anteriores, li quase 50 livros, e já deito distopias pelos olhos. Vou manter o desafio para o ano como um semi-desafio, ou desafio secundário, porque tenciono continuar a ler o género, no sentido em que quero ler os livros que tenho em casa, ou os livros que continuam séries que estou a seguir.

No entanto, não tenciono procurar livros ou séries novas. Talvez o peso venha a ser maior para os livros pós-apocalípticos, que foi um género menos explorado por mim e que acho que ainda tem algo a dizer-me. Li 19 livros, contra os 29 do ano passado, mas não me importo com a diminuição, porque foi deliberada. Foi um bom desafio, e diverti-me a fazê-lo em leituras conjuntas com outras pessoas, mas prefiro não continuar, não com esta intensidade.

Leituras Natalícias

Livros lidos:
Acabei por não ler os Contos de Natal, de Charles Dickens, como tencionava, mas substituí-o pelo Landline, que também ocorre nesta época. (Não desfazendo, foi uma bela troca, pois é um livro da fantástica Rainbow Rowell.) E foi um bom conjunto de leituras natalícias, que ajudou a conjurar o espírito da época.

Desafio Meg Cabot

Comecei este desafio com o intuito de reler duas séries da autora, a do Díario da Princesa, e a da Mediadora, pois brevemente vai sair mais um livro para cada série, mas acabei por estender o desafio a toda a backlist da autora, para ver se finalmente releio o que já li dela, e leio o que não ainda li dela, coisa que para uma fã como eu é quase criminoso.

Li 19 livros, e pretendo continuar no próximo ano (ela ainda tem muitos livros publicados), por isso prevejo que o número aumente em 2015, já que em 2014 comecei o desafio quase a meio do ano. É um desafio que me está a dar muito gozo fazer, porque sempre fui fã da autora, e estou a gostar de a ler em várias frentes, comparando géneros e estilos e modos de escrever.

Outros desafios pessoais

  • Ler audiolivros, ler não-ficção, ler noutras línguas que não o inglês: yep, nada de nada. São desafios não essenciais para mim, suponho. Os audiolivros continuam uma curiosidade para mim, e depois duma experiência não muito boa, é complicado voltar a ter vontade de voltar a eles. Não-ficção é um género que não me é habitual ler; se um livro me chamar a atenção, tudo bem, mas não corro à procura do género só para dizer que li. Ler noutras línguas acrescentei o ano passado por ter lido um livro em espanhol, e achei que podia tentar repetir a gracinha este ano, mas não se proporcionou.
  • Ler clássicos e ler autores portugueses: muito fraco. Li dois no primeiro caso (uma novela e uma adaptação de um clássico, na verdade), e três no segundo caso (dois dos quais BD que incluía autores portugueses, e um um livro de crónicas). No caso dos clássicos, acho que simplesmente não estive para aí virada. Ainda considerei reler alguns favoritos, mas não cheguei a vias de facto. No caso dos autores portugueses, infelizmente é rara a coisa que me capta a atenção, e mais raro ainda eu pegar-lhe atempadamente, para mal dos meus pecados
  • Li 26 livros cujos autores eram de nacionalidades que não as do mundo anglo-saxónico (excluo os portugueses também, por estarem num mini-desafio à parte), o que é um bom número, e que se deve somente à banda desenhada. Uma forma narrativa que acaba por ser bastante mais abrangente do que a edição de ficção, que pelo menos aqui em Portugal me parece bem dependente do mercado anglo-saxónico - e como a oferta de autores de outras nacionalidades acaba por ser reduzida, a minha leitura também não se orienta para aí. Já a banda desenhada tem focos de BD pelo mundo fora, sendo que li alguma coisa franco-belga, e algum manga (japonês); e mesmo entre o mercado norte-americano, no qual me foquei bastante, se encontram facilmente artistas de outras nacionalidades, e ainda bem.
  • Li 22 contos, novelas, ou antologias dos mesmos: 15 contos ou novelas, 1 antologia ilustrada, e 6 antologias de contos ou novelas. É um bom número, bem melhor que no ano passado, e fico contente por estar a apostar neste formato, pois encontrei algumas coisas interessantes, e é uma bela maneira de complementar as minhas leituras, além de permitir explorar novos autores e conhecer histórias secundárias à narrativa principal de algumas séries.
  • Li um pouco menos de BD este ano (e até li mais livros no total), 70 livros, mas não é uma diferença significativa (provavelmente deve-se ao peso dos contos/novelas), e sem dúvida que aprecio muito ler histórias nesta forma narrativa, que é fascinante e encanta-me aprender qualquer coisa nova a cada leitura.
  • Um pouco mais de metade das minhas leituras foram em inglês (99 livros), tal como no ano passado, porque lá está, continuo algo desmotivada com a edição em português, que se afasta muitas vezes dos meus gostos, para não falar de outros pecadilhos que comete... mas a percentagem de livros em inglês, em relação ao total de livros lidos, é ligeiramente menor, o que talvez se deva a que este ano até tive boas surpresas, encontrando uma boa quantidade de livros que me suscitavam interesse e que foram prontamente editados em português.

E pronto, este é o resumo muito alargado do que andei a fazer este ano em leituras, do que me desafiei a ler e do que consegui realmente ler. Prefiro este tipo de desafios pessoais, sem limites, sem pressão, porque não faz sentido para mim obrigar-me a ler assim e assado, que só vai dar asneira.

É por isso que evito pôr objectivos concretos, e quando os ponho (como no Goodreads Reading Challenge), ponho limites razoáveis e realizáveis. Não faz sentido pôr a fasquia nas nuvens, se não tenho esperança de lá chegar, isso é deitar abaixo a minha leitura, e ler só para chegar a um número. Prefiro pôr a fasquia onde a possa ver, e saltar, porque vou ficar bem mais animada e satisfeita com o que estou a fazer, em vez de ter vontade de atirar os livros da janela porque não cheguei a um limite imaginário.

Ler é um passatempo, é algo que me dá gozo, e não vou fazer nada que me tire o prazer que tiro de ler. Este tipo de coisas é só uma brincadeira que faço com as leituras, por graça, e porque sou uma taradinha das estatísticas, e adoro programar o ficheiro Excel que tenho para acompanhar estas coisas, apesar de ser uma esquecida a actualizar os desafios. (Estive ainda hoje a verificar se tinha tudo certo.) De qualquer modo, tenciono continuar a desafiar-me nestes moldes, porque é como funciona melhor para mim, e essa é a parte importante da coisa, é fazermos como resulta melhor para nós.

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