Opinião: É um livro curtinho, e eu já tenho sido muito verbosa acerca dos contos, noveletas e novelas e do quão insuficientes (quase sempre) me parecem. Aqui isso aconteceu - mais ou menos -, mas mais porque estava com saudades do mundo de Efémera do que pela incapacidade da Anne Bishop em escrever uma história curta de modo satisfatório. Porque como história, A Voz funciona muito bem, e consegue inserir-se fantasticamente no mundo da série a que pertence, abordando temas que a autora já tem explorado noutros livros. É uma história que faz jus ao resto da obra de Bishop.
Passando-se no mundo de Efémera, fascinou-me mas não me surpreendeu o modo como aborda sentimentos, maus e bons, e como estes esculpem o mundo em que vivemos. Não há aqui paisagistas ou construtores de pontes, mas a magia das paisagens está lá. É terrível, e triste, saber a história da personagem titular, mas gostei de ir a descobrindo juntamente com a personagem principal, Nalah, de ver como Nalah se debatia com o mundo que conhece, e o que faz para mudar a sua vida.
Achei muito interessante a maneira como "A Voz" funcionava, libertando os aldeões do seu peso emocional, fosse a que custo fosse. A autora liga emoções e magia de um modo muito subtil e aparentemente simples, mas com um mundo de repercussões. E aborda o tratamento e o lugar dado às mulheres no mundo, tema que não lhe é estranho. Espero vir a saber o que acontece à Kobrah... pelas opiniões do terceiro livro de Efémera, Bridge of Dreams, parece que sim. Venha daí esse terceiro livro.
Título original: The Voice (2012)
Páginas: 128
Editora: 11x17 (livro de bolso da Saída de Emergência)
Tradução: Luís Coimbra
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