sexta-feira, 29 de março de 2013

Emblaze, Jessica Shirvington


Opinião: Depois dos acontecimentos do livro anterior, Violet e os Grigori tentam encontrar um meio-termo com Phoenix e os Exiles, para trocar as Scriptures que cada grupo tem e que o outro cobiça. Contudo, os Grigori não se podem dar ao luxo de entregar a Exile Scripture verdadeira aos Exiles, pois vão usá-la para libertar um mal antigo e poderoso. Quando a negociação corre mal, cabe a Violet decidir se vale a pena sacrificar alguém que ama para impedir os planos dos Exiles...

uma várias razões para eu gostar tanto de ler estes livros. Primeiro, porque a Jessica Shirvington conseguiu incorporar mitologia angélica duma maneira muito interessante na sua história, e a cada livro vai revelando um pouco mais. Gostei muito de como ela ligou locais reais à história dos Exiles e dos Grigori, de ver os personagens a estudar a Exile Scripture e a tentar interpretá-la, e de ver revelado o que esta realmente implicava no fim.

Depois, porque está sempre a acontecer alguma coisa, ou relacionado com a narrativa geral, ou com os personagens em particular, e os livros não me dão descanso. Neste, de negociações a lutas com os Exiles, a uma tentativa de os impedir de libertar o mal encarnado na Terra. A autora entrelaça bem os momentos de acção com os emocionais, e eu saltito entre emoções, de excitação a terror a pena a tristeza a vontade de bater na Violet e no Lincoln por me fazerem sofrer tanto. (E já vou voltar a esse assunto.)

Também há os personagens secundários. Adoro a Steph, a amiga humana a quem a Violet introduziu a este mundo no livro anterior, que faz por se integrar nele e até tem contribuído muito para ajudar os Grigori. O Spence é outro personagem tão bom - tornou-se num bom amigo para a Violet, a desencaminhá-la quando ela precisa de espairecer, e a ajudá-la e a protegê-la quando pode. O pai da Violet passou dum extremo para o outro, de ignorá-la a tentar agir como um pai (podia ter sido uma transição mais subtil), mas gostei de o ver acordar da sua tristeza e finalmente prestar atenção à filha; tenho pena do pobre do homem, porque não sabe nada deste mundo e de repente cai-lhe tanta coisa em cima.

A Josephine irritou-me pela sua atitude, decidida a odiar a Violet antes de a conhecer, mas ao menos tem estilo. O Onyx vai tendo cada vez mais presença, gosto do carácter dele, muito honesto e algo brusco, mas que vai ficando integrado no grupo. O Griffin continua o líder calmo e fixe, mas gostava que arranjasse um novo parceiro Grigori, era uma maneira de introduzir um novo personagem no grupo e criar alguma tensão. O Phoenix revelou-se mais um bocadinho, com um capítulo no seu POV, mas tendo em conta o que ele fez para trás, não posso desculpá-lo, não quero saber quão coitadinho ele é, não há desculpas para certas coisas - ele continua a tentar manipular a Violet, e quando isso não resulta vira-se para as más acções, porque "oh coitadinho de mim ninguém gosta de mim".

A última razão para eu ler estes livros, é a pura tortura que é ler a relação entre a Violet e o Lincoln. OMG, os obstáculos não param de se empilhar, e metade das vezes são eles os seus próprios obstáculos. No primeiro livro era o Phoenix e o facto de serem parceiros Grigori, o que impede que sejam parceiros de verdade, apesar de estarem babados um pelo outro há sei lá quanto tempo. No segundo, descobrem que têm uma ligação especial (*cof*soul mates*cof), e eu passo metade do livro feliz da vida, porque finalmente vão ficar juntos, blá blá blá blá, mas no fim descobrem que estimular essa ligação pode ter consequências para ambos.

E aqui, no terceiro, por causa disso, passam grande parte do tempo a evitar-se, a ter mal-entendidos e a lutar (não literalmente) um contra o outro. O evitar da sua ligação causa-lhes dor, e gera todos estes problemas, e eles acham que é pelo melhor - porque, bem, ao estabelecerem a sua ligação definitivamente, se um deles morre o outro fica louco, e eles sacrificam-se porque não querem causar esse tipo de dor ao outro no caso de algo correr mal - o que é louvável, mas acho que percebemos que aqui não vai resultar. Por isso desistam, meus queridos, que isto não é saudável e now kiss!

É quando são obrigados a deixarem de ser uns palermas que temos algumas das melhores cenas - como a cena com o Keeper, que os põe a confrontar alguns medos e é muito interessante, a cena lá para o fim na casa no Lincoln, ou cena no vulcão, em que ele finalmente diz tudo o que lhe vai na alma. A sério, o Lincoln deixa-me curiosa. Por fora parece o menos afectado e super controlado, mas lá dentro é ao mesmo tempo um ursinho de peluche e um vulcão emocional à espera de explodir.

A Violet como heroína tem dois lados. Um fabuloso, em que ela continua a exceder-se e a mostrar-se cada vez mais forte, a mostrar-se capaz de lidar com tudo o que lhe atiram e a crescer como pessoa, e outro, em que ela ainda se fecha em copas e não confia nas pessoas que a rodeiam para contar algumas coisas. Quero muito vê-la cada vez mais na primeira postura, e a eliminar a segunda.

Bem, agora até tenho medo de ler o quarto livro quando sair, todas as opiniões mencionam que o fim é daqueles de deixar uma pessoa pendurada. Não que este não o seja um pouco, mas é uma situação que consigo ver resolvida, enquanto que o fim do quarto parece ser uma coisa mais a sério. Veremos, ai... be still my beating heart.

Páginas: 464

Editora: Sourcebooks Fire

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